CAPÍTULO 12: REUNIÃO

Ao decorrer da reunião, Leonard se mantinha em alerta como pedido pelo homem. Observou cada palavra que saia da boca de cada pessoa reunida sobre o local. Um dos fatores que se torna um excelente advogado é saber ouvir e como usar isso a favor, pois diante a casos, os fatos são extremamente importantes. Sendo assim, um advogado sempre precisa ficar atento. Principalmente na área que Leonard domina — casos criminais.

— Diante as informações que analisei, apenas 2 pessoas me chamaram atenção. Elas não estão dentro da lista que vocês me recomendaram. — falou a mulher.

A maioria das pessoas olharam para ela de forma surpresa.

— Mas, chefe. Nós enviamos ótimas recomendações, por que essas pessoas lhe chamariam atenção? — falou o diretor da linha de produtos de pele bastante famosa da marca.

— O objetivo dessa reunião é justamente escolher a melhor opção na visão de todos, inclusive por mim. — depois que a mulher disse as palavras, o diretor ficou sem graça e em silêncio.

— A primeira pessoa é a senhorita Marie, ela cumpre com todos os requisitos. Além que seria um ótimo visual para a empresa em si. Acrescentando que tem uma histórico de carreira, no qual, chamaria bastante atenção do público. Ela estudou em escola pública e teve uma trajetória profissional humilde. Seria a primeira mulher na história da empresa ter o cargo de co-diretora sem ligações com pessoas de alto nível ou semelhantes. A segunda pessoa é o senhor Will, ele é bastante influente e ganhou diversas premiações. Tem uma carreira brilhante e veio de família rica, o pai dele é dono de uma empresa mundial. Podemos ter diversos privilégios, como parcerias, visibilidade, projetos e visões diferentes que pode agregar muito a empresa. Essas pessoas tem um imenso potencial, por isso dei destaque.

Por alguns segundos, o ambiente ficou em silêncio até que uma pessoa se pronunciou.

— Senhorita Mia, tenho em mente que seja arriscado por mais que traga benefícios. Nunca fizemos algo assim. Sempre fizemos a seleção escolhendo por aqueles que possam crescer a cada vez mais e nas percepções. Por que mudar a estrutura? — falou o diretor responsável pela estratégia de marketing.

Algumas pessoas balançaram a cabeça concordando com o que foi dito.

— A mudança é necessária. Se fomos sempre pelo padrão, isso ficará desinteressante. A Manphora, não é uma empresa de inovação? Ela é uma empresa diferente. Precisamos sair do padrão. Vocês estão esquecendo que a temporada do grande projeto entre diversas empresas de cosméticos está chegando? Recebi informações e dessa vez será mundial tendo a participação de 40 países. Então a concorrência será grande. — falou a senhorita Mia.

Leonard olhou para Christian. O homem até agora ficou em silêncio, sem dizer ao menos uma palavras, no entanto, ele parecia bastante observador.

— A senhorita Mia, tem razão. Vocês deveriam pensar no geral. Não é apenas a empresa que está em jogo. — disse o Sr.Walter, o homem que falou com Christian mais cedo.

— Sr. Christian Monroe, diretor geral da linha de frente, qual é sua opinião diante a situação? — Mia perguntou se referindo a Christian.

Por alguns segundos, ele ficou calado enquanto batia o dedo indicador sobre a mesa. Na quarta batida, abriu a boca para dizer algumas palavras.

— Eu concordo com a nova estratégia e estrutura. Temos que fazer o possível para a Manphora está entre as melhores. Em breve, empresas maiores chegaram. Essa competição será entre leões grandes. Apenas o melhor irá ganhar. Acredito que senhorita Marie seria a melhor opção. Precisamos de algo diferente e que possa impactar. Além de focar nisso, também precisamos pensar em quais propostas serão apresentadas ao projeto. Dentro das atualidades, os produtos que mais venderam foram maquiagem, capilar e hidratantes. Acredito que dessa vez podemos focar em realizar produtos com propostas ligadas há assuntos importantes na sociedade como a autoestima, porém é óbvio que alguma empresa vai usar esse tema. Então, deve ser um assunto importante mas ao mesmo tempo inovador. — falou Christian.

— Concordo com você, Sr.Christian. Temos 12 meses para realizar. Cada diretor de cada setor precisa marcar uma reunião com os funcionários. Vou querer um produto de cada setor de produção. Me entreguem os produtos prontos dentro de 6 meses. Nenhum mês a mais. Quanto a temática e as propostas em breve darei um posicionamento, no entanto, já comecem alertando seus setores sobre o que foi conversado aqui. De forma justa, vamos decidir qual será a melhor pessoa para subir de cargo por meio de uma votação.

Por um momento, Leonard ficou impressionado com a chefe. Aos seus olhos, seu jeito de falar era inspirador. Ao decorrer da votação, 90% dos votos foram para a senhorita Marie por influência do Sr.Christian. Após a reunião finalizar, Leonard acompanhou Christian até a saída. Ao entrarem dentro do carro, o jovem colocou o cinto de segurança e sorriu para o homem.

— Essa reunião foi incrível, Sr.Christian! Nunca estive em uma igual essa. Sua chefe é admirável! As reuniões são sempre assim?

— Depende. — respondeu a pergunta de Leonard de forma fria e direta.

— Me leve para a casa.— se referiu ao motorista.

Leonard virou para o vidro observando as paisagens que passavam enquanto o carro se movimentava. Quando chegou na residência, ajudou Christian a descer e levou para a cama.

— Recomendo que tome um banho para colocar outros curativos e fazer a limpeza das feridas, Sr.Christian. Irei me retirar para você poder descansar.

Leonard saiu do quarto e foi em direção ao quarto de hóspedes. Queria tirar uma boa noite de sono. Tomou um banho e deitou na cama, no entanto, não conseguia dormir pois sua cabeça estava focada nos momentos da reunião. Por alguns segundos, sentiu que estava fazendo parte de algo extremamente importante. Do tipo que a influência afeta e de certa forma está ajudando muitas pessoas. Na profissão de advogado ajuda diversas pessoas e como os casos são investigados influência o resultado. Porém, está sujeito frequentemente ao desrespeito e a grande verdade que apenas advogados de alto nível têm poder. A luta dentro dessa profissão é constante, principalmente para se destacar.

Leonard suspirou e olhou para o teto do quarto.

— Sr.Christian, é tão respeitado!

— suspirou. — O que leva uma pessoa ser tão respeita dentro de uma profissão?

— perguntou pensativo.

Leonard pensou diversas perguntas, no quais, não conseguiria responder. Esse ciclo se repetiu até pegar no sono.

No dia seguinte, Christian falou que precisaria visitar sua chefe e Leonard teria que acompanhar. Durante o caminho, o carro deu problema e parou de funcionar enquanto enfrentavam um engarrafamento. Outro carro foi enviado a pedido do homem, por causa da estrada parada, teriam que atrevassar duas pistas para alcançar o outri carro. Para não ser reconhecido pelas pessoas, Christian teve que usar um casaco longo com capuz cobrindo a cabeça e Leonard tirou o terno ficando com a roupa branca social debaixo e a calça para não chamar tanta atenção.

Na metade do percurso, um multirão de pessoas apareceram carregando cartazes. Estavam protestando sobre algo que Leonard não conseguiu identificar por está em outro idioma. Várias pessoas passavam por eles. A tensão aumentou pela possibilidade de alguém identificar Christian. O jovem percebeu que as mãos do homem tremiam e a todo momento olhava para baixo. Logo lembrou do aviso do motorista. Aproximou do homem, em seguida envolveu seus braços em volta dele servindo de escudo para ninguém conseguir tocá-lo. Quanto mais as pessoas se esbarravam no jovem, segurava mais ainda o homem. Christian não mostrou nenhuma ação ou expressão, ficou parado sem fazer nada. Com os corpos colados, Leonard conseguia sentir o coração acelerado dele, batia fortemente como um cavalo veloz.

Leonard olhou em volta, tentava pensar em alguma saída. A multidão não terminaria tão rápido.

— Cadê os seguranças nessas horas?

— pensou decepcionado.

Chegou a conclusão que a melhor opção seria passar por toda a multidão para alcançar o carro.

Aproximou os lábios perto do ouvido dele.

— Sr.Christian, você consegue caminhar?

— falou Leonard. O homem balançou a cabeça afirmando.

O jovem começou a caminhar enquanto usava seu corpo de escudo. Ao chegar próximo ao carro, ajudou ele entrar, em seguida entrou também.

— Por que os seguranças não veio?

— perguntou ao motorista.

— Eles ficaram na casa, muitos repórteres estão por lá.

— Mas, não dava para enviar pelo menos a metade? — falou Leonard. O motorista ficou em silêncio não sabendo como responder.

O jovem olhou para Christian.

— Você está bem? — perguntou olhando para ele. — Seus ferimentos foram machucados?

O Christian ficou calado de cabeça baixa.

— Sr.Christian?

Leonard percebeu uma cor avermelhado na manga do casaco.

— Seu braço, Sr.Christian.

— Devo dirigir ao hospital? — perguntou o motorista.

— É melhor não. Pela fisionomia dele, acredito que ficou abalado. O que devo fazer? Não dar para voltar a casa dele por causa dos repórteres. — pensou.

— Nos leve para uma farmácia.

Leonard retirou o casaco e rasgou a roupa no local do sangramento. Pelo ferimento sensível, tinha machucado.

— Chegamos, senhor. — falou o motorista.

— Eu não falo italiano. Você pode comprar algumas ataduras, um antisséptico, gazes e soro?

— Posso sim.

— Obrigado! Sua ajuda vai ajudar bastante.

O motorista comprou os itens pedidos e entregou para Leonard. O jovem limpou o machucado e cobriu com as ataduras.

— Como está a situação dos repórteres da casa do Sr.Christian? A situação já foi controlada?

— Ainda não.

— Não podemos entrar pelos fundo? O Sr.Christian precisa descansar.

— Acredito que sim, mas seria arriscado.

— Podemos dar um jeito.

O motorista concordou e direcionou o veículo para à casa dele. Quando chegou, Leonard levou o homem pelo fundos enquanto o motorista deixou o carro parado na frente da casa para despistar os repórteres. Ajudou o homem a deitar na cama.

— Irei deixá-lo descansar. — prestes a andar em direção a porta, Christian segurou em sua mão.

— Aconteceu algo? — perguntou Leonard.

Christian não respondeu nada. Leonard interpretou a ação como um pedido para ficar com ele dentro do quarto.

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