CAPÍTULO 13: VOCÊ NÃO É O ÚNICO QUE TEM CORAGEM AQUI

Leonard sentou na cadeira perto da cama. Christian se encontrava olhando para a parede ao lado. O jovem não dirá nenhuma palavra se quer, conhecia que o homem passou por um dia turbulento. Nesse exato momento, percebeu o quanto aquela pessoa era solitária, a expressão vazia em torno do rosto mostrava o quanto a solidão refletia diante a face. Abaixou a cabeça pensativo diante a situação. Sem dúvidas, estava enfrentando um caso extremamente difícil e complicado, onde a vítima possa ter vínculos emocionais. No entanto, muitas peças faltavam no quebra-cabeça para chegar há uma conclusão. Leonard estava confuso e não entendia o motivo do homem tocá-lo algumas vezes sendo que nunca viu tocar em seus funcionários, nem ao menos um cumprimento de mãos. O mais estranho foi quando caiu por cima dele quando a ex namorada apareceu e ele não queria que saísse. Tinha a suspeita que Christian poderia está sendo ameaçado ou estaria com medo de algo. Em casos criminais, é comum esse tipo de reação, no entanto, diferentemente dos outros, esse caso estava mais estranho do que o comum.

— Analisando a situação... A vítima mostrou sinais estranhos. Toques sem comunicação, mãos trêmulas e negação pela explicação dos seus atos. O que poderia ser? Medo? Ameaça? Hum... Quando disseram que não poderia tocar nele. Por qual motivo seria? Mais cedo, durante o protesto e quando as pessoas esbarravam nele, suas mãos tremiam e sua cabeça estava baixa. Parecia está com medo. Então, poderia está associado há pessoas? Do tipo traumas? — Leonard esfregou o queixo pensativo. — Se esse é o caso, por que tocaria em mim, logo um estranho? Será que.. Ele se sente seguro comigo? Não pode ser isso. — balançou a cabeça negando seus pensamentos.

Olhou para uma janela com vista da cidade. As luzes das casas, dos carros e postes iluminava a paisagem retratando o quanto a Itália era bonita. Por algumas horas ficou preso pela imagem.

— Se afastem de mim! — a frase saiu da boca de Christian. Leonard levantou e aproximou do homem, percebeu que estava falando enquanto dormia. Sua testa brilhava de suor. Ao checar a temperatura, Christian estava com febre. Leonard chamou o médico para analisar a situação.

— Eu acompanho o Sr.Christian há anos e é o mesmo diagnóstico, ele está com febre emocional. Isso é causado por diversos motivos, como estresse, transtorno mental e ansiedade. — falou o médico.

— E o que pode ser feito para melhorar, Doutor?

— perguntou Leonard.

— Remédios e sessões de psicoterapia. Porém, Christian sempre foi teimoso e nunca cumpriu os tratamentos. Mas, sendo sincero. A verdadeira cura é curar de dentro para fora. Christian é uma pessoa cheias de segredos que nunca fala nada. Já tentei de tudo.

— Ele parece ser uma pessoa tão séria.

— Sim, ele é sério. Porém, tenho em mente que esse não é o verdadeiro eu dele.

— Doutor, mais cedo aconteceu algo que acredito que talvez possa ser o motivo dele está assim. Quando ele estava próximo há diversas pessoas, percebi que suas mãos estava tremendo e nenhum momento levantou a cabeça. Ele parecia paralisado. Depois desse ocorrido, ele ficou calado.

— Você está certo, tem uma grande possibilidade de esse ser o motivo. O que você fez?

— Tirei ele do local.

— E ele deixou que tocasse?

— Bom, eu não sei bem. Enquanto tirava ele do local, não percebi nenhum tipo de ação.

— Esse é um marco histórico. Nunca vi esse menino deixar alguém realizar um contato físico com ele. Vocês tem um relacionamento?

Leonard balançou as mãos negando a pergunta.

— Eu sou um funcionário.

— Ah, certo. — sorriu. — Bom, você poderia fazer com que ele fizesse o tratamento?

— Tentarei, doutor.

— Você é um bom garoto. — falou sorridente. — Ele precisa ficar em observação, caso notar algo, peço que me ligue e irei vim.

O médico saiu do quarto. Depois da conversa, Leonard ficou ainda mais pensativo. Jogou a cabeça para atrás e soltou um longo suspiro. Estava exausto. Sentou ao lado dele e deixou uma bolsa com gelos sobre a sua cabeça. Song passou a noite inteira observando e trocando a bolsa de gelo constantemente até que caiu no sono. A cabeça do jovem ficou sobre a barriga do homem enquanto seus braços desajeitados sobre a cama. A respiração pesada representava o imenso cansaço. O óculos caído sobre o rosto pálido parecia um nerd que acabará de cair em uma pilha de livro. E foi assim que aquela noite acabou.

No dia seguinte, Leonard abriu seus olhos lentamente por causa do reflexo do sol batendo no rosto. Christian olhava em sua direção. Levou um susto e logo levantou.

— Me desculpe! — falou o jovem.

— Tudo bem, não precisa se desculpar. Vá descansar, no entanto, não saía de casa. Lá fora está perigoso. Me encontre por volta das 16 hrs. Preciso mostrar algo.

— Certo, senhor.

Leonard foi em direção ao quarto de hóspedes para dormir até dar o horário de encontrá-lo novamente.

Ao bater às 16 hrs, o jovem foi à procura do homem, no qual se encontrava no escritório. Quando chegou, o homem estava totalmente diferente da última vez. Seu semblante parecia saudável, a postura rígida enquanto assinava alguns papéis e a expressão focada e série era incomparável ao dia anterior. O terno azul marinho combinava com seu corpo dando um cabimento perfeito.

— Como solicitado, estou aqui. O que tinha para me mostrar, senhor?

— Tire a roupa da parte de cima, é necessário tirar algumas medidas.

— Agora, senhor?

O homem olhou para Leonard e voltou a olhar os papéis.

— Nossa, que olhar violento! Custava responder? Parece que até quer me comer vivo. — pensou.

O jovem retirou a roupa da parte de cima. Uma moça entrou na sala e começou a retirar suas medidas.

— Fique de costas, por favor! — falou a mulher.

Quando ficou de costas, Christian levantou a cabeça e olhou para as costas dele. Havia um dragão no meio da região, as linhas ao decorrer das costas aperfeiçoavam a tatuagem em si criando uma combinação.

— Retirei as medidas, senhor. — falou a mulher que logo saiu do escritório com uma paleta em mãos.

Christian voltou a olhar os papéis e Leonard vestiu suas roupas.

— Sempre esteja formal, seja em vestimentas ou ações. Você tem noção de etiqueta? Gostaria de confirmar tal dúvida, pois um homem que usou um terno de mais de 1 milhão no nosso primeiro encontro poderia ter uma noção de etiqueta.

Leonard ficou surpreso com as palavras do homem.

— Aquele terno que ganhei de presente do Alex tem mais de 1 milhão? Mas, como ele sabe disso? Bom, ele é rico e deve gostar de ternos. No entanto, ainda não me convese essa hipótese. Será que ele está me testando? Posso fazer um teste também. Vamos ver até onde isso pode dar. — pensou.

— Por que teria esse conceito sobre mim? Alguns homens que tem dinheiro no bolso, não tem conhecimentos sobre etiqueta. Que arriscado julgar as pessoas assim, Sr.Christian. — deu um sorriso debochado.

— Posso ver o quanto é corajoso nas palavras. Você é o tipo de pessoa que fala tudo que vem pela cabeça? — ele olhou para Leonard.

— Depende. Nesse mundo, não podemos falar tudo que pensamos. Não é verdade? — deu outro sorriso.

— Você é esperto. Que tipo de pessoa você é, então? — falou Christian enquanto cruzava os dedos sobre a mesa de madeira maciça.

Leonard aproximou um pouco a cabeça para perto de Christian.

— Do tipo que... — Leonard ficou alguns segundos calado para completar a frase enquanto encarava ele. — Do tipo que fala quando necessário porque tudo demais é demais. Afinal, falar menos e fazer mais, é o meu tipo de pessoa.

Leonard afastou a cabeça de Christian e ficou em uma postura normal.

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