Encontro indesejado.

Capítulo 18

Encontro indesejado.

Marta - Saio de casa e vou encontrar com Luana, liguei para ela ainda em meu quarto.

Marcamos em um café, entro no estacionamento e ela ainda não chegou.

Peço uma água para esperar por ela, mas não aguento a ansiedade e acabo ligando, quando estou discando o número da Luana vejo que parou alguém em frente a minha mesa, a princípio penso que é o garçom, mas quando levanto os olhos, percebo que é minha sogra, mãe do Jhon.

Selena- Olha só quem encontrei aqui? A minha futura ex nora!

Já está arrumando suas malas? Porque daqui a alguns dias você estará fora daquela casa e da vida do Jhon.

Marta - Sorrio para ela, com o mesmo cinismo que ela está sorrindo para mim.

Não, Selena, não estou arrumando minhas malas, quem precisará arrumar as malas é seu filho, pois aquela casa é minha, o senhor Morrissette me deu, acho que uma forma de compensação por aturar seu filho durante um ano, sabe?

Selena- Quem você pensa que é para falar do Jhon dessa maneira? Você deveria ficar agradecida por nossa família emprestar nosso nome a você.

Milton- Saio do banheiro e não encontro Selena na mesa, olho em volta e vejo ela em outra mesa e já sinto dor de cabeça quando observo com quem ela está sentada.

Olá Marta, tudo bem com você?

Marta- Olá senhor Milton!

Está tudo bem, sim, e com você?

Milton - Tudo bem!

Selena vamos voltar para nossa mesa, Marta deve estar esperando por alguém, não vamos atrapalhar.

Marta - Nesse momento a mulher me olha com adaga nos olhos, como se eu estivesse prestes a cometer um crime.

Selena- Você está esperando por algum homem Marta?

Não se atreva a sujar o nome da nossa família ou eu...

Marta - Não se atreva você a insinuar tal coisa, Selena.

Guarde seus pensamentos sujos para você, se atreva a terminar sua frase e eu a processarei por calúnia e difamação.

Selena - Nelson deu muita ousadia a você, você não tem educação não?..

Milton - Chega Selena! Você está atraindo a atenção das pessoas, pego o braço dela a levantando e a tirando da mesa.

Desculpe Marta!

Marta - Está tudo bem senhor Milton!

Selena- Milton, você vê que ela chama Você de senhor e a mim pelo nome?

Marta - A mulher encrenqueira sai reclamando com o marido e eu volto para minha ligação.

Onde você está garota?

- Estou chegando! Quanta ansiedade!

Luana - Desligo o telefone e entro no café, Marta está sentada esfregando as mãos, o que indica que ela está uma pilha.

O que foi dessa vez, o que o Mauricinho aprontou dessa vez?

- Ele me beijou, Luana, ele me beijou, acredita?

E como se não bastasse encontro a mãe dele aqui, que obviamente não perdeu a oportunidade de me importunar.

Luana - Onde ela está?

- O senhor Milton a arrastou daqui!

Aquele desgraçado me beijou Luana.

Luana- E pela sua raiva você gostou?

- Que ódio, Luana, ele não podia ter feito isso!

Luana - E principalmente você não deveria ter gostado, certo?

- Sim, eu não deveria ter gostado, mas por um momento eu até me entreguei ao beijo, mas quando me dei conta, dei um belo corretivo nele.

Luana - O que você fez?

- Mordi ele, mordi com tanta força quanto a raiva que senti no momento.

Luana - Meu Deus, coitado, você arrancou um pedaço da boca do cara.

- Não, quando eu pensei que isso poderia acontecer, eu soltei imediatamente, mas fiz um bom estrago.

Luana - Hahahahah, você é maluca, eu queria ter visto a cara dele.

- Depois me deu pena.

Mas foi só eu lembrar que ele me roubou um beijo e a força que a pena passou.

Luana - Você está apaixonada Marta?

- Do que você está falando?

Luana - Olha para você, você está quase tendo um ataque, simplesmente porque ele te roubou um beijo.

Ele não foi o primeiro a fazer isso, certo?

- Mas eu não ouvi de nenhum deles as grosserias que ele falou a meu respeito naquele banheiro.

Eu não posso esquecer isso, Luana, e mesmo se eu quiser esquecer você vai me lembrar, entendeu?

Luana - Isso quer dizer que você realmente está se apaixonando por ele?

- Eu não sei se estou me apaixonando ou não Luana, só sei que tenho me pegado frequentemente pensando nele, no corpo dele, em como ele é lindo e essas coisas, mas isso pode ser só desejo, porque afinal o cara é lindo e isso a gente não pode negar.

Luana - Você tem razão, ele é muito bonito.

- Então! Mas semana que vem assinamos aquele divórcio e nós duas voamos para o México.

Vou deixar para trás toda a tragédia que foi esse um ano aqui nesse país!

Luana - Você tem certeza que quer ir embora?

- Que pergunta é essa? É claro que quero.

Luana - Tudo bem, então só precisamos aguardar mais uma semana e tudo estará resolvido.

- Sim, só mais uma semana, é tudo que eu preciso.

Jhon- liguei para Marcos para ele vir para casa me fazer companhia, com a boca nesse estado não tenho coragem de sair para rua, por sorte amanhã é domingo e não preciso ir à empresa.

Mas assim que Marcos entra, me arrependo de tê-lo chamado.

Marcos - O que foi isso em sua boca, Jhon, tentou beijar um Pit Bull, foi?

- Não foi um Pit Bull, mas parece sim uma cadela raivosa.

Marcos - Quem fez isso com você? Não vai me dizer que foi... Não... Foi Marta?

Ele afirma com a cabeça, então caio na gargalhada.

Hahahahah, Você está brincando, Marta fez isso com você?

- Fez sim!

Marcos - Nossa ela não gosta mesmo de você em!

- Pois é, não sei o que fiz para que ela me despreze tanto.

Marcos - Qual é Jhon, ela foi obrigada a casar com você, assim como você com ela e você não a respeitou um só dia, isso é motivo suficiente para qualquer mulher odiar você.

- Eu não escolhi esse casamento, Marcos, você sabe disso.

Marcos - Ela também não escolheu e respeitou você durante todo esse um ano.

- Teve a história do tal Amir lá!

Marcos - Sim, o cara é visivelmente apaixonado por ela e mesmo assim ela escolheu respeitar você.

- Qual é Marcos, você é meu amigo ou amigo dela.

Marcos - Sou seu amigo Jhon e estou de fora dessa situação e por isso consigo ver melhor.

E te digo mais, você está gostando da Marta.

- Você está louco, Marcos, olha bem para mim!

- Eu conheço você, Jhon e mulher nenhuma mexeu com você como Marta está mexendo.

Você está esquecendo que sou Jhon Morrissette e não acredito em amor, paixão e essas coisas?

- Acho que Marta veio para te provar ao contrário, meu amigo.

Jhon franze as sobrancelhas e não diz nada, toma um gole de sua bebida e em seguida faz uma careta de dor.

- Hahahahah, ela realmente te fez um belo estrago.

Falta só uma semana, Marcos, só uma semana.

- Sim, uma semana e você será livre novamente, não que isso faça muita diferença, porque muitas vezes você caiu na farra mesmo sendo casado.

- Jhon me olha e fica pensativo com minhas palavras.

Ouvimos barulho de chaves e Marta entra, ela olha para Jhon e desce o olhar para sua boca, com uma visível culpa em seu rosto.

Olá Marcos, oi Jhon, estou subindo.

Marta sobe e Jhon a acompanha com os olhos até ela sumir no topo da escada.

É meu amigo, por mais que você não queira aceitar, você está apaixonado.

Ele pega a almofada do sofá e joga em mim em resposta.

A semana passa depressa e estamos as vésperas do divórcio.

Chego em casa da empresa, pois, fiz horas extras toda essa semana, não porque eu tivesse trabalho acumulado, mas porque propositalmente tenho tentado evitar Marta.

Tenho fugido de um sentimento que tem crescido a cada dia que passa.

Não posso estar apaixonado por uma mulher como Marta, meus padrões de mulher são outros bem diferentes, por isso tenho a evitado, pois acredito que esse sentimento seja só uma confusão da minha cabeça.

Ela está na cozinhando na cozinha e o cheiro como sempre maravilhoso.

Quando estou prestes a passar pela cozinha, ela me chama.

Então um pensamento louco passa por minha cabeça: será que ela vai dizer para esquecermos o divórcio?

E se for isso! É isso que eu quero?

- Jhon?

- Sim! Viro para trás e ela está me olhando estranho.

- Você está bem?

- Sim, estou bem e você?

Ela levanta a mão no ar como se quisesse dizer esqueça e fala:

- Estou bem, sim, só que fiz comida de mais e queria saber se quer jantar comigo?

- Por essa eu não esperava, concluo em pensamento.

Ela levanta a mão novamente e fala:

- Tudo bem se não quiser, esquece.

Só pensei que podíamos conversar um pouco, já que hoje será nosso último dia, juntos.

- Eu quero, eu falo de uma só vez sem me dar conta da minha ansiedade e ela parece se surpreender.

Vou só tomar um banho e já volto.

Ela assente, então saio um pouco desconcertado com minha atitude, mas ainda ansioso.

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