Dia seguinte

Capítulo 11

Dia seguinte

Marta - Estamos na sala de reuniões a espera dos dois indivíduos que causaram toda a confusão e ainda tem a audácia de atrasarem, olho para o relógio e já se passaram 15 minutos do horário marcado, até que de repente a porta se abre e entram não só os dois pulhas como também Jhon com cara de poucos amigos.

Jhon- Que palhaçada é essa aqui?

O que você pensa que está fazendo?

Essa é a primeira vez que o homem se dirige a mim desde o dia do incidente no meu quarto, ou melhor dizendo a segunda vez desde o nosso casamento.

- O que penso que estou fazendo não, o que estou fazendo. Estou gerindo a empresa que você também deveria estar gerindo e não existe palhaçada nenhuma aqui e sim uma reunião de um assunto muito sério que se você estivesse aqui estaria sabendo.

- Hahaha, Assunto sério? Despedindo pessoas do meu quadro de funcionários!

Quem você pensa que é para tomar tal atitude?

- Eu não penso, eu sou! Sou tão presidente nessa empresa quanto você, ou você esqueceu disso?

A guerra se formou dentro da sala de reuniões e todos olham de um para o outro sem mencionar uma só palavra.

- Meu avô só podia estar maluco quando deu tal cargo a você, você...

- Seu avô nunca esteve tão certo em me dar esse cargo, ou você afundaria a empresa com sua incompetência.

- O quê? Você está me chamando de incompetente?

Você não acha que está indo longe de mais, sua... Sua feia!

- Hahahahah, esse é o maior insulto que pode me fazer?

Você é patético!

Patético eu?...

- Sim! Patético e arrogante.

- Prefiro ser arrogante do que ser uma feia metida a besta como você.

- O que você não consegue suportar é que a feia aqui...

Nelson - O que está acontecendo aqui?

Um silêncio se formou em toda a sala.

Desde a entrada do corredor da para ouvir os gritos aqui dentro, isso aqui é uma sala de reuniões ou um ringue.

Marta - Desculpe Vovô, eu perdi a cabeça.

Jhon - Essa mulher está bagunçado toda a empresa, o senhor precisa tomar uma atitude.

Nelson - Há quanto tempo você não vem na empresa Jhon?

Jhon- O que isso tem a ver?

Nelson - O que isso tem a ver Jhon? Que espécie de gestor é você?

Você sabe quais os motivos para ela tomar essa atitude?

Jhon - Vovô, Rique...

Nelson - Saiam todos, a reunião está sendo transferida para as 14:00 horas.

Marta - Fico em silêncio em um canto da sala, estou me sentindo envergonhada por ser tão estupida e perdido o controle, mas a verdade é que meu sangue ferveu ouvindo Jhon gritar comigo, quem ele pensa que é para levantar a voz para mim, esse almofadinha egocêntrico ridículo.

Nelson - Marta, você pode sair também.

Quero ter uma conversa a sós com Jhon.

- Assinto com a cabeça e saio da sala, volto para minha sala ainda ardendo de raiva do Jhon, aliás, desde que o conheci é só o que ele me faz sentir, raiva!

Peço a minha secretária um chá de camomila para me acalmar e tento esquecer o acontecido.

Ligo para o Amir e conto a ele o que aconteceu.

Amir - Eu devia ter ido com você Marta, eu avisei!

- Você não trabalha nessa empresa Amir, não faria sentido você participar da reunião, o que você tinha para fazer você já fez.

Quando você volta para o México?

- Volto amanhã, mas quero ver você antes de partir, pode ser?

- Pode sim Amir, almoçamos juntos amanhã, pode ser?

- Claro que sim, minha Deusa.

Até amanhã então Amir.

Até amanhã, Marta, um beijo!

- A vida é mesmo muito louca, por tantas vezes sonhei em ouvir essas palavras de Amir e agora que as ouço não faz sentido nenhum para mim.

Na verdade, me decepcionei muito com ele e o encanto acabou, hoje não consigo o ver de outra maneira que não seja amigo.

Vovô Nelson assume a reunião e me dá o restante do dia de folga, então vou curtir minha amiga que em breve estará voltando para o México e me deixará com muitas saudades.

Nelson - Então Jhon, você pode me explicar o motivo da gritaria?

- Porque eu tenho que explicar alguma coisa, porque ela não está aqui para explicar também?

Aliás, acho que ela tem mais a explicar do que eu!

- E, por que você acha que ela tem mais a explicar Jhon?

- Porque a sua protegida está virando a empresa de cabeça para baixo.

- A quanto tempo você não vem na empresa Jhon?

- Eu...

- Então Jhon? Responda!

- Bem eu tenho direito a essas folgas, estou dentro do prazo que a lei me permite pelo casamento.

- Se vocês estivessem em lua de mel, o que não é o caso, sua mulher está aqui trabalhando.

E quanto a ela estar virando a empresa de cabeça para baixo como você falou, ela percebeu algo errado na empresa e fez uma auditoria e adivinha?

Ela estava certa, Rique, Vilmes e alguns de seus subordinados estavam roubando a empresa já há alguns anos.

- Do que o senhor está falando, Rique e Vilmes trabalham na empresa a mais de 20 anos, são sócios da empresa, como poderiam estar roubando a empresa?

Além disso, como ela fez auditoria, Marcos não me falou nada a respeito.

- Ela não avisou Marcos porque ela não confia em ninguém aqui dentro, ela chamou um pessoal de fora e pegou todos de surpresa o que foi bom, porque não deu tempo de tapar os rastros.

Estão aqui todos os relatórios, sente e olhe você mesmo.

Atiro a pasta em cima da mesa e ele senta e a pega.

Jhon- Pego a pasta e começo a ler, quanto mais eu folho a pasta, mais percebo que a mulher está certa e me sinto um idiota, me sinto um imbecil por não perceber isso antes.

Eles foram muito cautelosos, como ela conseguiu perceber em tão pouco tempo?

Não sei se me sinto agradecido a ela por isso ou se a odeio mais por me fazer parecer um imbecil, diante do meu avô e de toda a empresa.

Nelson - Então Jhon?

- Como ela descobriu isso?

- Como já te disse, ela desconfiou e solicitou uma auditoria

- E o que o senhor deseja que eu faça?

- Que você cresça Jhon, quando você vai deixar essa vida de farra e se tornar um homem de verdade?

- Sermão de novo não vovô, eu já fiz o que você queria, já casei com sua protegida, não é o suficiente?

- Onde você estava na sua noite de núpcias Jhon?

— O que, ela reclamou para você?

- Marta tem razão Jhon, você é patético, patético e cego.

- Qual é vovô, insultos agora?