Cap 16 - Confrontar

De tudo que poderia ser, uma traição era tudo que Helena menos esperava, aquelas mensagens cheias de exposição, cheias de nudes e palavras chulas, não era possível outra coisa senão chorar diante daquela situação humilhante, que lhe trouxera tanta dor, desilusão e sofrimento naquele momento.

— Não meu Deus... Porque?  O que eu fiz para merecer isso? Quando eu fui uma má esposa? Estive ao lado de Daniel todo este tempo, em momento algum eu o desrespeitei, mesmo nos momentos de maior dificuldade, estive ao seu lado, acreditando que o amor que existia entre nós... Fosse verdadeiro, e agora me deparo com isso? Me deparo com esta situação... O que eu faço meu Deus? Minha vontade era de sumir no mundo, desaparecer... Diz Helena embriagada em lágrimas, quando  de repente parece que uma  briza circulava pelo quarto, e uma reconfortante paz aliviava o seu sofrimento de seu coração.

De repente, uma mão repousa sobre seu ombro... Era Cândido, desta vez não em sonho mas real, diante de seus olhos, ali na sua frente...

— Mãe... Não chore, não é o momento de chorar, mas é o momento de se tornar mais forte,  de olhar para dentro de si, e perceber que nada você fez de errado, por que você não tem culpa alguma disso, cada um de nós é responsável por seus compromissos e atitudes, levante sua cabeça, e acalme-se, pois o tempo vai se encarregar de curar todas as suas feridas e fazer com que tudo encontre o seu lugar..

A mágoa de Helena dá lugar a curiosidade pela presença daquele que até então só lhe surgia através de sonhos.

— Cândido... Então você é mesmo real! Não é uma alucinação da minha cabeça, nem um sonho recorrente comum... Você é real mesmo... Diz Helena, impressionada.

— Sim, eu sou real,  e peço que a senhora minha mãe, acalme o seu coração, a decisão do que virá daqui para frente é sua, mas seja o que for decidir, faça com calma , eu não poderei mais lhe aparecer, seja em sonho, seja assim como me apresento agora,  por que o processo de reencarnação chegou a um ponto que devo me concentrar apenas no reencarne, mas  lhe afirmo que todos nós iremos passar  por uma grande experiência de vida após o meu nascimento, hoje sei que dói muito, mas isso irá resultar em uma lição, em um aprendizado mais a frente, principalmente para aquele que é o meu pai...  Seja o que for fazer, haja com a razão e com o coração,  agir somente pela razão, fará  com que você faça o certo, mas nem sempre o certo é o correto, e agir pela emoção quase sempre nos faz tomar atitudes que nos cegam o entendimento e visão do todo, é preciso saber balancear nossas decisões.

Após o sumiço de Cândido, Helena mais calma reflete sobre aquelas palavras e o que seria o correto a fazer, ela respira fundo, pega o celular do marido, e vai para o seu quarto.

Enquanto isso, Daniel e Janete estavam entregues ainda aos prazeres sem a menor culpa, sem imaginar as consequências de suas atitudes, aliás, Janete sabe muito bem o que significa suas atitudes, pois ela deseja ter aquele homem em suas mãos.

Então já era por volta das 4:00 da manhã quando  já saciado, Daniel decide ser hora de voltar para casa.

— Nossa! Que loucura! Havia tempos em que não fazia algo assim... Diz Daniel.

— Sempre que você quiser... Estarei disponível Daniel, sem cobrança, em nome dos velhos tempos, sexo apenas por transar, pelo prazer  de uma boa transa... Diz Janete.

Daniel fica animado com a possibilidade, pensando não com o coração, mas sim com o lado animal que um homem possui, faminto e incontrolável

— Nós falaremos... Se você aceita mesmo nestas condições... Por que como falei, não pretendo me separar de minha esposa, e não pretendo ficar nisso para sempre de trair ela, tenta justificar Daniel.

Janete sorri, e diz que ele não precisa ficar achando  motivos para se justificar, se martirizando, apenas sempre que precisasse, ela estaria a sua disposição.

Daniel se veste e sem saber o que lhe esperava, volta para casa, imaginando que Helena ainda estaria dormindo.

Janete fica toda satisfeita, para ela, a aventura daquela noite lhe dava esperanças de que Daniel poderia  estar na palma de sua mão, ela só deveria  saber como contornar a situação.

Daniel chega em casa, tudo no mais completo silêncio, ele abre a porta da sala, e vai entrando devagar para não ser notado, porém as luzes se acendem, e lá estava Helena e algumas malas ao pé da escadaria, Daniel quase infarta de susto.

— Helena meu amor... O que faz acordada uma hora dessas..? Eu tive que sair, aconteceu uma emergência... Como havíamos ficado chateados um com o outro ontem a noite.... Tenta argumentar Daniel já nervoso, diante de Helena que não demonstrava a menor expressão, apenas o encarava sem dizer uma palavra .

— Acabou? Já terminou de mentir? Que tal fazer jus as bolas que tem no meio de suas pernas e assumir os seus erros? Diz Helena já começando.

— Meu amor, não aconteceu nada... O que você tem?

— Meu amor um escambau! Quero que você me diga onde está escrito que eu sou uma idiota aqui na minha testa, quero saber o que eu fiz para você me trair com aquela cachorra safada, aquela pilantra da Janete... Que ainda tem a cara de pau de me mandar solicitação de amizade em minhas redes sociais, são dois pilantras  ela e você!  Desabafa Helena.

— Quando eu traí você? Me diz Helena! 

Helena pega o telefone celular de Daniel e arremessa no marido machucando ele...

— Seja homem seu muleque, seja homem e assuma as coisas que você faz, eu vi a mensagem que aquela sem vergonha havia mandado pra você, eu sei que você estava lá com aquela cachorra, e tudo por quê? Por que eu estou grávida, por que estou tendo enjoos, e ando sem disposição para transar com você? Faça-me um favor... Diz Helena

— Meu amor me perdoa,  eu não queria ter feito isso, se você me perdoar, eu prometo que nunca mais acontecerá, você tem a minha palavra que não vai mais acontecer eu juro pra você... Diz Daniel de joelhos, rastejando aos pés de Helena.

— Eu sempre avisei você, que nunca aceitaria ser traída, está vendo aquelas malas ali? São suas roupas, pode pegar tudo e vai morar com aquela cachorra, ou seja onde for, mas nessa casa, você não fica mais, fora daqui! expulsa Helena.

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