Cap 7 - Informações

— Me conhecia por este nome? Explique pede Helena, curiosa.

Helena tinha consciência de que aquilo era um sonho, ela sabia, mas, ao mesmo tempo, a sensação era tão real, e a sensação de nostalgia chegava a acalentar o seu coração.

— Morávamos todos em uma fazenda, aqui mesmo na região dos carnaubais, éramos jovens e não mediamos as consequências de nossas ações, você era filha do coronel da fazenda, eu, um simples escravo de seu pai, mas isso não impediu de nos amarmos... Afirma Cândido.

Aquela  informação deixa Helena confusa...

— Fomos amantes então? Questiona.

— Sim, mas seu pai havia arranjado um casamento para você, e isso acabou nos separando, de uma forma muito trágica, cego pelo ciúme, eu não me contive, e parti para agredir seu noivo, e seu pai , o coronel Peixoto, e o coronel Otávio, pai no rapaz, obviamente não gostaram nada de meu atrevimento, eu acabei morto... Nós acabamos mortos, aliás... Você tentou me proteger do disparo de seu pai, mas o disparo  do coronel Otávio, pai do noivo, este foi fatal em mim...

Helena fica pensativa, aquilo tudo era tão inacreditável, parecia irreal...

— Cândido... Me diga... Então por que tudo isso? Este filho que estou esperando... é você quem vai reencarnar? É isso? Pergunta Helena.

— Os mistérios da vida, são difíceis de explicar, por alguma razão, o nosso existir é para uma razão única e primordial, o amor, o dinheiro eo poder nos faz avarentos e egoístas, nos cegando a razão muitas das vezes, o conhecimento nos faz soberbos, vaidosos... Mas o amor nos faz pessoas melhores, ele molda nosso caráter, ele é força para combater as trevas que existem no nosso ser e nos cegam o entendimento.

Helena entende o significado das belas palavras, mas não a aplicação delas... Então Cândido percebendo isso, explica novamente.

— Vivemos um amor, um amor verdadeiro, vocẽ não se importou com minha cor, com minha condição de escravo, mas eu fui o grande culpado, pelo nosso desencarne,  fui o causador de nossa morte, por agir impulsivamente, agora venho nesta existência, renascendo como seu filho, para que possamos viver uma outra faceta do amor, e acima de tudo, para tentar me entender com aquele que outrora foi seu noivo, a quem deveriam ter se casado, e por minha causa, impede a união de vocês...

— Fala de Daniel... Meu marido? Pergunta Helena.

— Sim... Temos que na condição de pai e filho, desenvolver o afeto e o amor , para que possa com isso pacificar nossos espíritos, se  estou aqui , tendo a permissão para lhe falar tudo isso, é por que não será nada fácil, o que vem pela frente... Só peço que você esteja preparada....  Mamãe.... Diz Cândido se transfigurando em uma criança,  e logo em seguida se transformando em uma bola de luz e sendo absorvida pela barriga de Helena, que acorda espantada logo em seguida.

— Isso foi real demais para um sonho... Nossa! Diz Helena assustada.

Sua barriga estava quente, como que aquele calor, fosse causado por aquela luz que havia sido absorvida por sua barriga.

Aquele sinal, era era o indício de que o processo de reencarne havia sido iniciado, o espírito e o corpo, haviam começado a se ligar, este processo se dá desde a formação do feto, até que a criança complete os seus 7 anos de idade.

Dona Sueli entra no quarto de sua filha, e para que ela estava diferente....

— Minha filha! Está tudo bem? Você dormiu a tarde toda minha filha! Diz Sueli preocupada.

— Estou bem mãe... Estou bem... Não se preocupe, acho que é por causa da gravidez.

— Você vai ficar muito linda minha filha, barrigudinha, será que vai ser um menino, ou uma menininha? Diz Sueli, já imaginando a criança correndo pela casa.

Helena segura em sua barriga, que nem mesmo ainda tinha crescido... E diz a sua mãe como que afirmando, sem medo de estar errada...

— Será um menino mãe, será um menino...

Sueli fica encucada, como Helena podia afirmar com tamanha certeza que se tratava de um menino?

— Filha, acho que você está muito desejosa que seja um menino, que é para satisfazer a vontade do Daniel, todo pai deseja que o primeiro filho seja um menino... Diz Sueli.

— Veremos dona Sueli.... Veremos.... Diz Helena com um semblante enigmático, deixando a mãe até mesmo encabulada com aquela certeza demonstrada.

Helena recebe uma ligação de Daniel.

— Meu amor? Liguei para saber como você está, está tudo bem por aí? Pergunta o marido preocupado.

— Sim meu amor, estou bem... Cadê se livrou daquele perfume? Quando eu chegar não quero ver aquele perfume, nem aquele enxaguante, viu? ! Diz Helena preocupada, ao lembrar de seus enjoos.

— Tomara que você tenha enjoado só o perfume, e não a mim, não queria passar por esta experiência, como o marido de uma paciente minha passou, quando ela enjoou ele, e só foi passar depois do sétimo mês. Explica Daniel.

Helena sorri, afinal, ela também tem esta preocupação, afinal, os dois são um casal muito apegado, eles trabalham separados, até mesmo o motivo que Helena não trabalhe no hospital do marido, é este , para que um não fique saturado da presença do outro, mas sempre que estão juntos, é inegável o amor e o desejo que um sente pelo outro.

— Amor, não se preocupe, eu estou bem, tava dormindo até agora a pouco, vou desligar o telefone agora, mamãe está mandando um abraço pra você e ela disse que da próxima vez é pra você vir... Você sabe como ela é dramática...

— Diga ela que estou mandando um cheiro no olho dela, e que vou sim, em breve, comer aquela comida maravilhosa, aquele baião de dois, aquela buchada de bode que só ela sabe preparar. Diz Daniel.

Enquanto isso, Janete estava estaqueando nas redes sociais  Daniel, e Helena, buscando fotos deles, principalmente dela, com o intuito ver como era a esposa de Daniel.

— Nossa... Que cafona, sou muito mais eu, mas não tem problema não, por que ele já me provou, e sabe da qualidade do que ofereço, sei que posso tomar ele pra mim, principalmente agora que vamos trabalhar juntinhos... 

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