Cap 13 - Reconciliar

E assim, 2 dias se passaram, Daniel e Helena voltaram para sua casa em Teresina, Daniel esqueceu completamente o que havia acontecido entre ele e Janete, que começa a trabalhar em seu hospital, conforme ele deseja, em dias que não coincidam com os seus, afim de evitar encontrar com ela, contudo havia uma coisa que preocupava Daniel, algo que Helena havia lhe pedido para fazer, que era ele procurar sua mãe, e tentar se reconciliar com ela.

Estava  Daniel em seu consultório, era já final de expediente do seu turno, quando Suzy , sua recepcionista bate a porta de seu consultório.

— Dr Daniel, com licença...

— Pois não, Suzy...

— Há uma senhora procurando o senhor, ela deseja lhe ver...

— Pensei que as consultas haviam acabado já. Indaga Daniel.

— Não Dr... Não é paciente não,  ela disse que é alguém que o senhor não vê há muito tempo, e está lhe esperando lá na recepção.

Daniel sente um aperto no coração,  como que um presságio da emoção que estava por vir, ele se levanta, e vai até a recepção, e quase não acredita, quando se depara com aquela ilustre senhora, em pé, a observar a estrutura do hospital.

— Mãe? Diz Daniel já com a voz trêmula, emocionado, diante de tão inesperado reencontro.

A mãe de Daniel, Carmen, estava ali, diante de seus olhos... Fazendo a incrível coincidência de dois dias atrás, quando ele foi aconselhado por Helena a procurar pela mãe se concretizar de uma maneira inesperada.

— Meu filho, vejo que você tem feito bons progressos, seu sonho de ter seu próprio hospital ... Que por sinal é muito bonito... Parabéns...

Daniel abraça sua mãe, havia dois anos que  desde que ele se casou com Helena, sua mãe havia cortado relações com ele, devido a origem humilde de Helena, Cármen sempre se mostrou contra o casamento deles, e a última vez que Daniel esteve com sua mãe, suas palavras haviam sido bastante duras com seu filho, afirmando que ele haveria de se arrepender da sua união com Helena.

— Meu filho... Eu desejo falar com você em particular, será que isso é possível? Pergunta Cármen.

— Sim mamãe, por favor... Venha até meu consultório, estou já livre de consultas poderemos conversar tranquilamente lá...

Suzy fica espantada ao ver o patrão chamando aquela distinta senhora de mãe.

Já no consultório...

— Meu filho, sei que da última vez que nos falamos, acabamos por dizer muitas coisas que acabaram magoando muito um ao outro com palavras que não deveriam ser ditas, pois nunca fui a favor do seu casamento com aquela mulher...

— Aquela mulher tem nome, mamãe... Ela chama-se Helena... Diz Daniel.

Cármen respira fundo... E continua.

— Sim meu filho, não vim aqui para discutir com você, eu vim para que pudéssemos nos entender, me desculpe pelo deslize, mas me diga, como está Helena, como vãos as coisas para você, com o seu hospital?

— Bom mamãe, primeiro, queria lhe dizer que estou muito feliz de estar recebendo você aqui, em meu hospital, após dois longos anos,  como pode ver, dei o primeiro passo para realizar meu sonho, isso é o que sempre quis, ter meu próprio hospital, conduzir as coisas do meu jeito, e posso dizer que estou indo bem,  e quanto minha nova família, estamos bem, aliás, Helena está grávida, descobrimos recentemente. Conta Daniel com entusiasmo para sua mãe.

— Nossa! Que bom... Não sei se vai acreditar, mas fico muito feliz com tal notícia... Um filho! Um filho é uma dádiva muito grande... Onde está sua esposa?  Faço questão de cumprimentar ela pessoalmente...

— Bom mãe... Helena não trabalha comigo, ela trabalha em outro hospital, naquele mesmo onde eu trabalhava antes de pedir demissão e me dedicar apenas aqui.

Para Cármen, aquilo parecia estranho, por que Helena não trabalhava com o marido, sendo ela enfermeira?

Ao perceber a expressão de espanto da mãe, Daniel logo explica, que foi um consenso de ambos, não misturar a vida profissional com a sentimental, e estava bem assim para os dois, até porque Helena gosta de trabalhar no outro hospital, tem já amizades lá.

— Bom meu filho, você quem sabe, a vida é de vocês... De todo modo fico muito feliz em estar aqui novamente com você, espero que possamos nos aproximar, e que sua mulher  também esteja de coração aberto assim como eu estou... Diz Cármen.

Aquela notícia causa bastante alegria em Daniel que vibra por dentro de felicidade, com aquela aproximação de sua mãe, contudo,uma coisa o deixa intrigado.

— Mãe... quando a senhora chegou em Teresina? Onde está hospedada? Por favor não me diga que está em um hotel, por que minha casa está a sua disposição, diz o filho de Cármen.

— Não filho, vamos com calma, eu no meu canto, você e sua esposa no de vocês,  não acho que seja o ideal uma reaproximação assim... De repente desse jeito, e aliás! Já que você falou nesse ponto, quero lhe dizer que ... Bom... Conheci uma pessoa, estou me relacionando com um homem aqui da capital, e pretendo me casar com ele, bom... Acho que tenho direito de reconstruir a minha vida não?

A notícia pega Daniel de surpresa, saber que sua mãe ia casar, todo aquele turbilhão de notícias assim tão derrepente...

— Será que posso saber de quem é que se trata este seu pretendente, dona Cármen? É alguém que eu possa conhecer?

— Meu filho, primeiro quero logo lhe dizer que  já sou maior de idade, e por sinal com uma certa idade e vivência para viver minha vida e tomar minhas decisões, tenho direito de refazer a minha vida não é mesmo?

— Sim mamãe... Perfeitamente, não discordo de você... Só queria conhecer o seu pretendente.

— Vamos marcar um jantar filho... Amanhã você estará disponível? Poderemos todos nos sentar e conversar, fechar as feridas do passado... O que acha? 

— Perfeito mamãe... Amanhã no restaurante de sua escolha...

— Pois nos falamos no decorrer do dia meu filho... Agora... Bem eu vou indo, estou imensamente feliz em rever você meu amor...

Após despedida, Cármen sai, deixando Daniel muito feliz daquela mudança de postura de sua mãe.

Carmen entra no seu carro e liga para seu namorado.

— Gusmão... Meu amor... Estou indo para o hotel agora, espero lá meu querido, estou muito feliz e tenho algo a lhe dizer.

Sim, o namorado de Cármen, era Gusmão, o agiota, o mesmo a quem Janete devia muito dinheiro. 

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