Cap 4 - Enjoos de gravidez

Helena acorda muito assustada, aquele sonho era diferente de tudo que já havia sonhado, aquela sensação se saudade e dor, por um passado, que ela tem a sensação de ter vivido, emora não seja capaz de explicar como.

— O meu amor... O que você tem? Por favor... Me diga! Está tudo bem? Pergunta Daniel, preocupado com o estado de agitação de sua esposa.

— Daniel! Tive um sonho muito estranho meu amor... Diz ela assustada, abraçando o seu esposo.

Helena lhe conta com detalhes o sonho tido, relatando a paisagem daquela fazenda, e falando sobre a presença do rapaz chamado Cândido, Daniel sempre foi muito cético quanto estas coisas de sonhos, além, religião como um todo.

— Helena meu amor, acho que você anda lendo muito destas coisas de espiritualismo, espiritismo, sei lá como se chama, isso foi só um sonho, o bebê que está se gerando em sua barriga, é nosso filho, é uma vida que está sedo gerada agora, nesse momento... Fique tranquila...

Mas, contudo, aquele nome... Cândido... Este nome causava certo refugo em Daniel, ele não sabia explicar o porque, mas despertava um sentimento de rivalidade, Daniel era um homem materialista, preconceituoso, inexplicavelmente preconceituoso com pessoas negras, e a causa daquele racismo incrustado na sua alma era simples, Helena na sua vida passada, era Madalena, sua noiva que morreu diante dos seus olhos defendendo Cândido, aquele escravo que ela amava, que ele não sabia, mas que nessa vivência atual, os três estavam juntos numa configuração familar, para que pudessem se perdoar, para que pudessem viver o amor familiar, os antigos rivais, agora seriam pai e filho, e a mulher que outrora disputaram agora seria mãe de um, e esposa de outro, por que apenas o amor prevalece.

— Mas Daniel... Parecia tudo tão real... Se você soubesse...

— Helena, você está gerando uma vida em seu ventre, é normal que possua alteraçõs hormonais, que isso influencie no seu psicológico devido a gravidez, ainda mais com estas leituras de espiritualismo que você anda lendo...

— Daniel... Não vai implicar com minha crenças agora né? Olha tudo bem, já me sinto melhor... Bem melhor... Anda vai cuidar nos seus afazeres, você vai tirar plantão não vai? Então cuida, eu vou tomar café, e vou pra Campo Maior, vou passar o final de semana com minha mãe, meu irmão... O ar da fazenda irá me fazer bem...

Daniel fica pensativo, ele beija sua espos na cabeça e ambos se levantam e vão cuidar no que haveriam de fazer.

— Queria tanto que você fosse comigo amor, mas entendo que você está empenhado no hospital, ainda mais agoa que vamos ter um filho, imagino como você deve estar preocupado em lhe garantir um futuro. Diz Helena pegando na mão do marido.

Daniel sorri para ela, e beija sua mão.

— Sim meu amor, eu só penso em garantir o nosso futuro, eu coloquei muito dinheiro nesse projeto, e até que eu recupere tudo que investi, vai demorar um pouquinho, mas.... Em breve, esterei contratando mais médicos, e com um maior quadro, poderemos passar mais finais de semana em nossa fazenda, no litoral.... São muitas as nossas opções, diz o entusiasmado marido.

— Mas quero que saiba que, não estou casada com você por dinheiro, ou posição social, estou com você por que o amo... Diz ela.

— Eu sei meu amor, espero que nada, nunca atrapalhe nossa felicidade, eu nunca irei ter olhos para outra mulher que não seja você. Diz ele.

Helena lembra que antes de casarem, Daniel tinha a fama de ser um garanhão, não foram poucas as pessoas, até mesm suas amigas que chegaram para ela, e lhe disseram que ele não lhe seria fiel, contudo, ela apenas confiou em seu coração, sem ter queixa alguma dele desde então.

— Amor... Quero pedir desculpas a você por ter dito aquilo sobre os livros espiritualistas que você lê, eu confesso que não acredito, mas não tenho o direito de falar daquela forma.

Helena levanta da cadeira e senta no colo de Daniel.

— Tudo bem meu amor, não tem problema, também respeito o seu jeito de pensar, agora vem cá, me dá um beijo.... Voou passar o final de semana fora, e quero que vocẽ pense muito em mim durante o final de semana....

O casal se beija apaixonadamente, quando o cheiro de Daniel, aquele perfume que ela mesmo havia lhe dado de presente, parecia lhe causar uma sensação de ansia de vomito, assim como o beijo, aquele contato físico... Rapidamente ela se levanta, deixado Daniel sem entender nada.

— Helena... O que foi? Pergunta Daniel preocupado com a esposa.

Ela corre para o banheiro, vômita muito, então Daniel entende tudo, os enjôos...

— Daniel.... Pelo amor de Deus! Não chegue perto de mim com este perfume nunca mais... E nem com use mais este enxaguante bucal pelo amor de Deus... Diz ela correndo novamente para o banheiro.

Daniel sorri muito, mas pondera por um minuto, afinal, ela havia enjoado o perfume, o enxaguante, ou havia sido ele mesmo?

— Helena... Você está enjoando... é o perfume, ou sou eu? Pergunta Daniel.

— Não sei amor, mas por favor, vai tirar este perfume pelo amor de Deus, ou melhor, vai trabalhar que você que vai chegar atrasado, mas por favor se livra desse perfume, quando eu voltar da fazenda, não quero encontrar nada desse perfume, por favor. Pede Helena.

Daniel a beija no rosto e sai correndo pegando sua maleta, ele tinha consigo uma informação, uma crendice que dizia, que quando a mulher grávida abusava o marido, era sinal de que o filho nacia a cara do pai, isso animava e muito Daniel, que vai trabalhar feliz.

Helena melhora com a saída do marido.

— Minha nossa... Não acredito que vou enjoar meu marido durante a gravidez... E agora... Olha o que você me fez fazer com seu pai? Satisfeito? Diz ela falando com sua barriga.

Estranhamente, ela sente uma presença, a presença daquele rapaz do sonho.

— Talvez Daniel tenha mesmo razão, talvez eu deva estar mesmo me impressionando com estas leituras espiritas, reflete Helena.

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