Jaciara tenta impedir a filha, mas é praticamente impossível segurá-la na cozinha, ela chega na sala e cruza os braços olhando para Fabrício.
— O que faz aqui?
— Ô garota grossa... — Roani fala passando por ela para ir tomar o seu banho.
— Oi Tuane, vim te ver e saber como foi hoje, no seu primeiro dia de trabalho. — Fabrício responde simpático.
— Ótimo não podia ser melhor, já que você não estava lá. — Ela descruza os braços e coloca as mãos na cintura — Outra coisa, será que não está na hora do jantar na sua casa? O que faz aqui? Você é muito chato, sabia?
— Tuane que modos são esses? — O pai pergunta se pondo de pé, já se sentindo envergonhado pelas atitudes da filha, principalmente por Heitor está ali.
— O doutorzinho aí tudo bem, chegou hoje, não deve nem saber cozinhar, mas você?
— Tuane, vá ajudar a sua mãe — Geraldo tenta a repreender.
— Eu já estou indo embora, eu só queria mesmo te ver — Fabrício continua falando com Tuane, sem se aborrecer com as palavras dela e muito menos com a cara irritada que ela olhava para ele.
— Já viu, agora pode ir, tá esperando o quê? — Ela aponta para a porta, mas o pai a pega pelo braço, a levando para a cozinha.
— Eu te disse que ela precisa ser domada — Fabrício fala rindo com Heitor.
Heitor não acha graça, mas prefere permanecer calado, pois, apesar da garota ser um "pouco" mal educada, ela parecia está de saco cheio da insistência do Fabrício, que parecia não se importar com o jeito dela o tratar. O que o deixou mais surpreso foi que Fabrício parece não ter ouvido nada do que ela disse, pois, se senta no sofá ao lado dele, o deixando sem graça, pois até para ele sobrou, ao ser chamado de doutorzinho.
— Me desculpe Fabrício, ela está cada dia pior, pensei que quando crescesse mudaria, mas estava enganado.
— Não se preocupe Geraldo, eu gosto dela assim mesmo, sabe disso, e isso é só uma fase.
— Fique também para o jantar, faço questão, já falei com Jaciara, e Tuane está ajudando a mãe dela na cozinha.
— Já que insiste — Fabrício responde rindo e Heitor fica admirado por ele aceitar o convite, se Tuane era respondona, Fabrício era cara de pau, Heitor constata.
Na hora do jantar, era nítido a raiva que Tuane estava, Heitor só não sabia se era só de Fabrício ou de todos ali sentados. Ele janta em silêncio, apenas observando Fabrício se sentindo em casa e Tuane espumando de raiva. A comida era um pouco pesada para a noite, mas ele não iria fazer desfeita, ele optou por comer pouco. Jaciara fez "puchero" (carne ensopada com vários legumes) e fez questão de apresentar o prato a Heitor que agradeceu pela informação e elogiou o sabor após experimentar.
— Coma mais, meu rapaz, aqui a gente come bem — Geraldo fala repetindo, depois de comer um prato caprichado e Roani, não fica para trás.
— Estou satisfeito, obrigado. — Tuane o olha, e ele sabe o que ela está pensando, se ele comesse mais com certeza não conseguiria dormir.
— Tuane, amanhã é sábado, estava pensando em te buscar no trabalho e a gente passear um pouco — O olhar dela faria qualquer um desistir, mas Fabrício não era qualquer um — Pensei em te levar para tomarmos um sorvete, o que acha?
— Não gosto de sorvete — Ela responde depois de o fuzilar com os olhos.
— Você sempre vai com Alice, pensei que pudesse ir comigo
— Você "dar azia" — Ela se levanta sem pedir licença.
— Tuane, pode sentar — Geraldo a repreende — Não é porque somos pobres que somos mal educados — Tuane se senta novamente e começa a assobiar, levando um beliscão da mãe por sob a mesa, que a faz parar na mesma hora.
— Tuane, você precisa sair mais — Fabrício parecia não ter jeito, Heitor pensa ao vê-lo insistir.
— Mas não com você. — Tuane responde direta, sem se importar com o olhar do pai para ela, mas Fabrício não era de desistir fácil, pelo jeito. Heitor estava quase pedindo para ele não provocar a fera.
— Talvez domingo se estiver de folga.
— Com licença, eu preciso descansar. — Tuane sai da mesa sem esperar resposta.
— Só você para suportar essa garota, parece que ela não usa sapatos, mas sim ferraduras.
— Não diga isso da sua irmã, Roani. — Jaciara defende a filha.
— Por isso ela é assim, sempre que eu tentei corrigi-la, você a defendia, agora cresceu feito um boi brabo.
Heitor só observa calado não podia julgar ninguém ainda. Assim que todos acabam de jantar ele agradece a refeição e se despede, não antes de comer um delicioso doce de mamão que Jaciara disse chamar "furrundu", doce feito com mamão e rapadura.
Chegando em casa nem se dá o trabalho de usar a chave para abrir a porta, pois ficara aberta. Ele entra e olha com mais atenção tudo a sua volta, a casa estava limpa e cheirosa, depois ele iria querer saber quem limpou, pois, iria querer que continuasse a cuidar para ele, não teria tempo e nem disposição de limpar.
O banheiro tinha um box com cortina, mas a cortina era nova, e o banheiro estava limpo e cheiroso, assim como o resto da casa. Gostou de tudo o que viu era tudo diferente do seu apartamento, onde tinha até banheira no banheiro. Depois do banho ele veste um short samba canção, gostava de dormir daquele jeito, achava ter algumas manias de velho.
Ao se deitar ele fica pensando na jovem chamada Tuane, ela era explosiva, mas parecia ser uma pessoa honesta, isso era um ponto a favor dela, mesmo que ela falasse as verdades na hora errada, mas pensando bem, Fabrício sabendo como ela era, contribuía para a grosseria dela.
Pela manhã ele acorda e faz o seu próprio café, era a única coisa que tinha no armário, precisava ir ao mercado fazer umas compras.
Ele estava tomando café quando alguém bate à porta, ele estranha, quem seria aquela hora. 7.00h da manhã. Ao abrir a porta se depara com Tuane ele fica a olhando e ela parece ter ficado sem voz, ele estava vestido apenas com o short samba canção, e o peito dele era musculoso e os braços não ficavam para trás, ele tinha uma tatuagem de uma águia no braço direito com as asas chegando ao peito.
— Bom Dia, desculpe te incomodar tão cedo, mas mamãe mandou trazer esse aipim cozido — ela entrega a ele dois potes — Nesse outro é pão caseiro que ela mesma fez.
— Eu agradeço, mas não precisava se incomodar.
— A minha mãe disse que ao limpar a casa, viu que só tinha pó de café. Ela deixou um coador novo, você encontrou?
— Sim, até já usei, fiz café. — Ele sorri para ela. Ele usou o coador já pensando em comprar uma cafeteira. — Obrigado mais uma vez.
— Agradeça a ela depois — Tuane o olha e é como se os olhos dele tivessem imã, atraindo os seus — Preciso ir, bom dia!
— Bom dia! — ele responde, mas ela já tinha corrido para a casa.
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Dar azia - encher o saco, irritar.
*Expressão usada na região - MS
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Atualizado até capítulo 75
Comments
Marinêz De Moura Pereira Cortes
Cara pegajoso esse Fabrício!!! Tem que levar patada,mesmo!!!
2024-05-12
2
Adriana Moura
Que jantar tenso 🤦
2024-05-10
1
Lele “Lele” Almeida
veterinário abatido 🤣🤣🤣🤣🪖
2024-05-01
1