Geraldo era o braço direito de Dante, o administrador da fazenda, Geraldo cuidava de tudo um pouco. A Fazenda Magalhães tinha algumas centenas de cabeça de gado, além disso, havia na fazenda um haras com cavalos de raça que participavam de leilões.
Geraldo trabalhava na fazenda desde muito jovem, conheceu Jaciara em uma feira na capital, ela era índia e trabalhava vendendo produtos vindo da aldeia a que pertencia. Depois de algumas idas na feira conseguiu conquistá-la e em menos de uma ano eles estavam casados.
Não demoraram a ter o primeiro filho, Roani. Quatro anos depois nascia Tuane, a indiazinha, como o pai a chamou ao nascer. Geraldo, como pai, era um crítico de Tuane, quando criança, pensou ser pela idade, mas depois de jovem pouco mudou, mesmo sendo repreendida por ele.
Eles moravam na fazenda, na vila construída para os funcionários, era como um povoado, tinha uma pequena praça com alguns brinquedos, onde as mães levavam os filhos para brincarem. As casas eram simples, mas confortáveis. Algumas tinham dois quartos, outras eram com três, mas eram todas no mesmo padrão.
Dante, o administrador, também morava na vila. Com os seus 30 anos, era solteiro, mas sempre estava com alguém, mas como ele mesmo dizia, nada sério. Dizia que não está preparado para se casar, gostava da vida de solteiro. Para ele estava ótimo ter onde morar, a casa era boa e ele precisava apenas pagar alguém para limpar, Jaciara, a mãe de Tuane, era quem cuidava da limpeza e na hora da janta ele mesmo fazia alguma coisa, ou quando não, jantava fora, sempre na companhia de alguém. Ele era um dos clientes do restaurante onde Tuane iria trabalhar.
Antenor, o antigo veterinário, também morava na fazenda, mas decidiu pedir demissão depois de se casar com uma mulher da cidade grande, que não quis morar em uma fazenda, e nem no povoado que eles chamavam de cidade, pois, ela achava muito pequena, dizia ser longe de tudo e de todos.
Todos na fazenda conheciam Tuane e o seu jeitinho nada meigo de ser. Tuane cresceu na fazenda, ela tinha a pele morena, cabelos pretos e lisos, era mais alta que Roani, que tinha puxado a mãe. Jaciara era filha de indios, e era de baixa estatura, Geraldo era alto e robusto.
Tuane gostava da vida simples que levava, estudou até o ensino médio, mas nunca sonhou em deixar a vida no interior para fazer faculdade, gostava de viver um dia de cada vez, não se preocupava com o dia de amanhã, vivia sem se importar com a opinião das pessoas, não era de muitos amigos, Alice era a única pessoa que ela podia dizer ser sua amiga. Para Tuane, estando com os seus pais era motivo suficiente de ser feliz, não tinha objetivos na vida e nem sonhos, gostava de andar descalça, e andar de bicicleta que era a sua companheira de longas distâncias, gostava de sentir o vento batendo no seu rosto. Quando saia para as festas na cidade, gostava de usar jeans e botas, geralmente com uma camisa de botões aberta sobre uma camiseta. Nunca sonhou com um príncipe encantado e nem mesmo conhecer o mundo, se sentia feliz e isso era o que importava.
Roani, já era branco como o pai e com os cabelos lisos da mãe, era quatro anos mais velho que Tuane. Roani cresceu brincando com Fabrício, que era o filho de Magalhães, o dono da fazenda. Quando Raoni completou 18 anos, passou a ser funcionário da fazenda, enquanto Fabrício foi para a capital estudar, mas pouco se dedicou ao estudo, obtendo apenas as notas necessárias para conseguir um diploma de Administração.
Roani era ambicioso e nutria uma inveja do filho do patrão, ele não queria apenas viver a consertar cercas e caçando gados fujões, muito menos andar em uma camionete velha que era do seu pai, ele queria poder vestir roupas de marcas e andar num possante.
Pela manhã, no dia seguinte, Tuane estava eufórica, era o seu primeiro dia de trabalho e a sensação era maravilhosa. Assim que acabou de almoçar, pega a sua bicicleta e pedala por mais de meia hora até chegar a pequena cidade onde estava localizado o restaurante. Chega suada, mas não cansada, estava acostumada a pedalar por horas.
— Oi Tuane — Alice estava na frente do restaurante a esperando.
— Acho que não estou atrasada...
— Não está, não se preocupe. Estamos adiantadas, quero te dá algumas dicas antes de começarmos a carregar bandejas — Ela ri, incentivando a amiga.
Tuane tinha uma noção do que fazer, pois, era acostumada a servir em algumas festas, sempre que Alice conseguia um extra para ela. Ela gostava quando isso acontecia, pois, era um dinheirinho que entrava, gostava de se sentir independente, mesmo que o dinheiro só desse para comprar um par de botas, isso quando dava, mas o seu pai sempre completava.
Alice e Tuane estavam com suas bandejas observando as mesas e aguardando mais clientes entrarem no restaurante, quando de repente entra um homens com os seus vinte e poucos anos. Ele era alto, branco de cabelos escuros e estava vestido diferente das pessoas da região, estava até muito arrumado para uma noite em uma cidade simples como aquela. Tuane pensa ao ver o homem entrando.
— Gente nova na área, quem será? — Tuane comenta, ao ver o novo cliente entrando.
— Nem imagino, quer ir atendê-lo?
— Vamos lá, preciso treinar. — Tuane se aproxima com o cardápio em mãos e o seu bloquinho.
— Boa Noite! Aqui está o cardápio, gostaria de pedir uma bebida antes? — Até que ele era bonito, na verdade, muito bonito.Tuane sorri esperando a resposta.
— Boa Noite. Como está muito calor, vou querer um chopp.
Quando ela volta com o pedido ele pede a ela uma sugestão, pensou ser um petisco, mas ele parecia está com fome, pois pediu algo mais substancial.
— Que tal experimentar Caribéu?
— Traduza por favor. — Ele pede sorrindo.
— É uma delícia, pode confiar. — Ele continua sorrindo e tem um sorriso encantador — Tem origem indígena, é feito com carne de sol e mandioca, sendo bem prática.
— Será que vou conseguir dormir depois de comer algo assim?
— Ai eu já não sei te responder, eu consigo comer e dormir a qualquer hora. — "Fresco" ela pensa sem muita paciência — Mas podemos servir, filé de frango e purê de batatas, se preferir.
— Prefiro experimentar esse tal de Caribéu, vou aceitar a sua sugestão.
— Quer mais um Chopp? — Pergunta ao ver a caneca dele vazia.
— Vou querer uma limonada, está calor, mas não quero correr o risco de ficar bêbado. — Ele sorri para ela mais uma vez e ela constata que quando ele sorri, fica ainda mais bonito.
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Atualizado até capítulo 75
Comments
Jucileide Gonçalves
Sem educação, grossa, se acha a dona da razão.
2025-03-06
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Gloria Katia Baffa
Ela um animal selvagem sem educar ser gente
2025-02-01
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Juliana Ribeiro
mas fresca é ela,nunca vi uma mulher tão cavala desse jeito, por isso está só.
2024-10-22
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