Capítulo 7 - Bom menino

Quando Heitor chega no haras, ele vai em todas as baias para conhecer todos os animais que ali estão e constata que ali estava uma grande fortuna, pois todos os cavalos eram de puro sangue, era notório o cuidado que se tinha com eles, o que era necessário, para estarem sempre saudáveis.

Heitor e Fabrício almoçam no Haras, pois tinha um restaurante no local, e Fabrício o avisa que poderia almoçar ali sempre que quisesse, pois era assim com o veterinário anterior.

No final da tarde eles vão embora e depois de guardar o cavalo no estábulo, Heitor entra em seu carro e segue até a casa onde ele moraria. Ele tinha o número da casa e Dante aguardava por ele em frente a casa onde moraria.

— E então como foi no Haras? — Dante pergunta assim que Heitor desce do carro e se aproxima.

— Fiquei ainda mais empolgado, os cavalos são lindos.

— Quero te mostrar a sua nova moradia, aqui é onde você irá morar, eu moro na casa da frente — Ele aponta para a sua casa, antes de abrir a porta para Heitor entrar na casa que seria a dele — algumas casas tem dois quartos, como essa, outras tem três quartos. Se um dia você se casar e tiver mais de dois filhos, irá se mudar para uma de três quartos, como o nosso amigo aqui ao lado, o Geraldo.

Dante mostra toda a casa a Heitor, e depois de conversarem mais um pouco ele o chama para apresentá-lo a Geraldo em quem tinha muita confiança, Geraldo o ajudava nos cuidados da fazenda, encontrando os problemas e ajudando a resolvê-los.

Eles seguem até a casa ao lado. E antes que eles chamem alguém chega de bicicleta, com os cabelos soltos e vestida com um macacão jeans e camisa branca por baixo, nos pés usava um tênis vermelho, assim como a sua pequena mochila nas costas.

— Chegando agora Tuane? — Heitor reconhece a jovem, e o nome. Tuane era a jovem que trabalhava no restaurante onde tinha ido na noite anterior, e provavelmente a paixão de Fabrício.

Tuane para, freando a sua bicicleta e com o seu jeitinho peculiar olha para os dois homens, morrendo de vontade de responder, "não, eu estou saindo" se ao nascer tinha fila da paciência, esqueceu de passar por ela. Só não respondeu por reconhecer o homem ao lado de Dante, e o ver ali faz o seu coração disparar, talvez por não conhecê-lo.

— Oi senhor Dante. Sim, eu estou chegando — Ela olha para o homem ao lado dele, o que ele estava fazendo ali? Se pergunta.

— Esse é Heitor, o novo veterinário, ele será nosso vizinho.

— Seja bem vindo. — Tuane o olha, quer dizer que ele era o novo veterinário — Vocês estão procurando o meu pai?

— Sim, vim apresentar Heitor a ele.

— Entrem, eu irei chamá-lo — Tuane abre a porta — Mãe, pai!! Cheguei. — Os homens ficam parados na porta e Tuane os convida a entrar — Entrem, eu acho que eles estão na cozinha...

— Oi minha filha — Se Heitor achou que Tuane era uma índia, ao ver a mãe dela ele viu uma ao vivo e a cores, ela tinha os cabelos longos e negros, parecia ter saído de um filme, pois era onde tinha visto uma, só faltava as marcas no rosto.

— Oi mamãe, preciso de um banho. Onde está papai? O senhor Dante veio apresentar o novo veterinário.

— Oi senhor Dante, boa noite. Geraldo está se vestindo ele acabou de tomar um banho.

— Oi Jaciara, esse é Heitor, como Tuane já disse, ele será o novo veterinário da fazenda.

— Muito prazer senhor, seja bem vindo.

Tuane já tinha desaparecido, sem pedir licença, mas Dante já estava acostumado, mas Heitor ficou pensando nas palavras de Fabrício.

— Dante! — Geraldo chega na sala — Quer dizer que esse jovem é o novo veterinário?

— Muito prazer senhor. — Heitor estende a mão para apertar a mão de Geraldo.

— Pode me chamar de Geraldo. Sentem-se!

— Não vou me demorar, estou analisando alguns documentos que eu trouxe para ler. Vim mesmo te apresentar o nosso novo colega. — Dante logo se despede, deixando Heitor conversando com Geraldo.

— E você meu jovem, você foi muito elogiado por Antenor.

— Ele é meu amigo, mas espero atender as expectativas de todos.

— Mas o moço é muito novo para ser doutor — Heitor estava com 27 anos, mas poucas pessoas acertavam a sua idade, parecia ser mais novo.

— Me formei cedo, mas não sou tão jovem assim.

— Ajudo o Dante no cuidado da fazenda e precisando de qualquer coisa, é só falar. Mas com certeza irá dar conta do serviço. E então, veio sozinho ou trouxe a esposa?

— Eu vim sozinho, sou solteiro.

— Então hoje será o meu convidado para o jantar. Jaciara! — Jaciara aparece na porta que leva a cozinha — Coloque mais um prato na mesa, o veterinário vai jantar com a gente.

— Não quero dá trabalho.

— Não será trabalho algum sempre faço comida além da conta — Jaciara volta para a cozinha.

Eles estavam conversando quando Tuane chega de cabelos molhados e vestida de short e camiseta de alça, nos pés um chinelo de couro.

— Tuane, vista uma roupa decente, o veterinário vai jantar com a gente.

— Está muito calor papai, e a minha roupa não é indecente. — Ela olha para Heitor e não sabe como ele está aguentando esta vestido de calça jeans, camisa de manga comprida e tênis. — Você não está com calor?

— Tuane, olha o respeito, é senhor, ou até mesmo doutor, já que ele é médico dos bichos.

— Ele é muito novo, não vejo necessidade de chamar de senhor, ou mesmo doutor. — Heitor pensa sobre o gênio difícil.

— Tuane, não me faça passar vergonha...

— Não se preocupe Geraldo, eu não faço questão que me chamem de senhor, me sinto mais velho quando me chamam assim. Também não precisa me chamar de doutor.

— Está vendo...

— Vá pra cozinha ajudar a sua mãe, depois conversamos.

Tuane chega na cozinha e se senta no banco que ficava ao lado da mesa. Mal chegou e já fez o pai brigar com ela, pensa aborrecida.

— E então como foi o trabalho?

— Cansativo, mas eu gostei. Ficamos muito tempo em pé, e confesso tive que contar até dez muitas vezes, se contasse direto iria longe, mil ou mesmo dez mil. Povo chato.

— Tuane, você precisa aprender a se controlar, as vezes não são as pessoas que são difíceis, as vezes é você que vê problemas onde não existe. — Elas continuam na cozinha, Jaciara estava terminando o jantar quando escutam a voz de Roani — Seu irmão chegou, e acho que trouxe mais alguém com ele.

— Com certeza é o chato do Fabrício. Só falta ele querer comer aqui também.

— Tuane e o que tem demais? Ele é um bom menino.

— Mas eu não quero jantar olhando para a cara dele — Ela se levanta de onde estava sentada, disposta a por Fabrício para correr — Vou acabar com essa palhaçada.

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