A coragem pela sobrevivência

Samira vê a oportunidade de conquistar sua liberdade, era com dor no coração que ela pega o dinheiro de Zuri, coloca tudo numa mochila, abre a porta tudo parecia fácil demais, porém essa seria talvez sua única oportunidade.

Sobre a mesa uma pequena tesoura usada para soltar Zuri e na pressa esquecida ali, ela precisava remover o rastreador, tocou a pele e sentiu um pequeno objeto do tamanho de um grão de feijão, ainda com dores o retirou e jogou no vaso.

Ela caminha a passos largos pelo corredor, desce as escadas e logo chega na rua, olha para os lados não sabia para onde ir, só precisava escolher um lado e correr e foi o que fez, até chegar numa ponte onde muitos moradores de rua passavam a noite, perdida e com medo não sabia o que fazer, em seu olhos o pavor.

Uma casal se aproxima ao vê-la ali caminhando prestes a ser atacada por dois rapazes usuários de drogas, eles olham para eles e Samira assustada apenas observa.

— Moça, que faz na rua a essa hora sozinha? Como se chama?

Samira: Me chamo Samira, senhora.

— Eu me chamo Jhon e essa é minha esposa Susy, aqui não é lugar para uma moça como você, por que está na rua?

Samira: Eu estou perdida.

Jhon: Está perdida ou fugindo?

Samira: Só preciso de um lugar para passar essa noite senhor, amanhã eu vou embora prometo.

O casal se entre olham, percebem algo de estranho na jovem, mas decidem ajudá-la, apesar da barraca ser pequena eles dão um jeito, Samira com medo deita agarrada a sua mochila, encolhida num canto.

Enquanto isso, no beco a polícia se movimentava para recolher o corpo carbonizado, quando um grupo chega fortemente armado, a viatura que estava Benjamim é cravejada de balas, eles se protegem, a poucas quadras dali a viatura que levada Olívia é informada do tiroteio.

Olívia: Peçam reforço urgente.

Policial: Já foi solicitado delegada, devem chegar antes de nós.

***Narrado por Benjamim***

Assim que entro no beco uso o extintor para apagar o fogo e percebo um corpo, mas estava bem carbonizado impedindo de identificar se era homem ou mulher. Após acionar Olívia, pego a faixa de interdição para isolar a área, pois a nossa presença chama a atenção dos curiosos.

O cheiro forte era quase insuportável, por isso me afasto aguardando reforço e os legistas, porém assim que chego na viatura um grupo fortemente armado começa a disparar contra nós, mesmo revidando não tínhamos munição suficiente, nos protegemos e informamos a Olívia.

Levanto e vejo quando alguns deles se aproxima da lixeira e a leva aponto minha arma e atiro, mas alguém estava dando apoio e revida.

Volto a olhar novamente e a mesma já não estava mais lá, tento me levantar mais novamente alguém atira e não sei de onde vem os tiros, olha para meu parceiro e ele foi atingido.

— Car@lho Jerry.

Verifico os batimentos cardíacos, mas infelizmente ele estava sem vida, minutos depois nosso reforço chega e em seguida Olívia, mas já era tarde, me levanto agora sentindo que o perímetro estava cercado e caminho até ela.

— Perdoa, mas eles levaram, não sei o motivo.

Olívia: Não se preocupe, não tinha muito que fazer sozinho contra tantos, irmão. Vamos fazer uma busca, enquanto verificamos o endereço que Raja nos deu.

***De volta a Narradora***

O grupo se dividi, horas depois a lixeira não é encontrada, Olívia fica indignada e chega acreditar que em seu departamento havia policiais corruptos e por isso não encontrou o grupo.

Ela e Benjamim conseguem encontrar o endereço de Najla, a moça magra e olhos tristes abre a porta e fica assustada ao ver os dois policiais, dentro da casa o marido grita para saber que estaria ali fora.

— Min hunak aimra'atun? (Quem está aí fora mulher?)

Najla: Hal hi alshurta? (É a polícia?)

O marido de Najla vai até lá Olívia mostra seu distintivo e o motivo de estar ali, mas Najla arregala os olhos sabendo do que poderia acontecer.

Olívia: Vocês falam nosso idioma? Viemos fazer algumas perguntas senhora Najla.

— O que vocês querem com ela?

Depois o marido de Najla muito irritado olha para ela amedrontada e a questiona se havia os chamado e a pobre mulher tenta se justificar.

— 'Ant, daeahum 'ayuha alfasiqatu?

Najla: la zawj, lam 'atasil bi'ahad 'aqsami. (Não marido, eu não liguei para ninguém eu juro)

— Vão embora, aqui não tem nada para vocês, nos deixem em paz.

Apesar de Olívia estar muito decepcionada com aquilo e perceber o medo da mulher, pelo menos ela estava viva, aquela moça na lixeira não era sua testemunha, mas a atitude dos bandidos levantou uma suspeita ainda maior. Qual o motivo de terem feito aquilo?

No caminho para a delegacia, ela e Benjamim conversam sobre o ocorrido, precisavam buscar ajuda e nesse caso o grupo de Youssef talvez poderia os ajudar.

Benjamim: Está na cara que aquela mulher estava com medo.

Olívia: Sim, mas não poderia dizer que foi a mãe dela que nos deu o endereço, além disso fiquei aliviada por não ser ela naquela lixeira, mas quem era então e por que fizeram aquilo?

Benjamim: Por que não procuramos Youssef? Talvez ele tenha alguma ideia.

Olívia: Está certo, vamos até lá?

No trajeto ela liga, pois temeria que ele já tivesse ido embora, mas para sua sorte Youssef ainda estava no batalhão. Assim que entram são recebidos por ele e Theo, os dois escutam atentamente tudo que contam sobre o ocorrido.

Youssef: Bom, eu sugiro vasculhar os hotel na região, são bem conhecidos por hospedaram traficantes que trazem mulas.

Olívia: Mulas?

Theo: Sim, pessoas que aceitam engolir cápsulas de drogas por um bom valor, isso é muito comum infelizmente, talvez a pessoa tenha tido problemas e por isso eles a queimaram para evitar que fosse identificada.

Benjamim: Eu disse sobre isso Olívia, lembra?

Olívia: E como faremos isso sem um mandato? Aquele promotor não vai me ajudar com isso.

Youssef: Nesse caso eu posso ajudar, temos uma operação naquela região, alguns traficantes de drogas estão começando a trazer pequenos contêiner, recebemos denúncias, aproveitamos e verificamos se encontrarmos alguma pista te informo.

Olívia: Está certo, obrigada.

Peter retorna para o hotel e percebe que Samira havia fugido, ordena que os homens vasculhem ali próximo. Pois como ela não conhecia nada, certamente não poderia estar muito longe.

Mas as horas se passavam e nada de encontrá-la e precisavam informar a Baltasar que certamente não iria se agradar com a notícia. Nesse caso seria mais fácil dizer que a moça teve o mesmo fim que Zuri, pois sabiam de como Baltasar era cruel, assim teriam tempo para procurar e depois fazer o quem bem pretendiam com a fujona.

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