Homens de coragem

***Alerta gatilho: Se você possui sensibilidade a descrições de violência e assédio, pule esse capítulo".***

Caleb Wilson, aos seus 36 anos, promotor de justiça, era conhecido por ser linha dura e justo quando via nos casos fortes indícios de serem reais.

Ele vinha de uma família de grande nome, seu pai tinha sido um dos maiores juízes e que apesar de ter sido muito falado escondia um grande segredo que era um dos motivos para que Caleb se tornasse um promotor designado para casos de abuso contra a mulher.

Pois sua mãe havia sido vítima de seu pai durante muitos anos. Ele, ainda por ser criança, não entendia muito bem. Mas que após um dia acordar e vê-la toda machucada, ficaram horas agarrados, a mãe lhe prometeu que um dia se tornaria alguém que iria colocar atrás das grades homens como aquele que ele deveria admirar.

E no dia que Olívia apareceu com aqueles processos, por mais que ele soubesse que poderiam ser reais também sabia da dificuldade de conseguir provas e como seria desgastante um processo onde muitos juízes não dariam a importância necessária.

Fora isso, ele tinha em sua mesa muitos caso de agressões com fotos e filmagens e alguns agressores com muita influência para se safar pagando apenas uma fiança.

Muitas vezes, ele saia estressado dos tribunais, ia para casa onde passava o resto da noite com seus copos de uísque se sentindo um total fracassado, talvez por isso ainda não teria se dedicado a ter sua própria família, por passar parte de seus dias em busca de justiça.

Aida: Filho, você precisa esquecer essa coisa de fazer justiça, o tempo está passando e nem ao menos conseguiu se dedicar a uma família.

Caleb: Não penso em me casar mãe, meu pai morreu sem pagar pelo que fez, quantas mulheres ainda irão ter que passar por isso por conta de dinheiro?

Aida: Já conseguiu colocar muitos atrás das grades, isso não basta?

Caleb: Enquanto ainda existir homens como meu pai, que conseguiu sair rindo após pagar alguns milhões, não vou descansar, não vou ter tempo para outra coisa.

Então Caleb sobe para seu quarto, durante o banho fica pensando nos processos do dia, daqueles que saíram pela porta da frente com um sorriso debochado no rosto e esmurrou o azulejo de ódio.

Mas outro homem também fazia parte dos que buscavam justiça .... Benjamim Jones.

Com apenas 20 anos, ele cresceu vendo seus primos fazendo grandes operações. Mas por saber que sua irmã Olívia estava determinada a se tornar delegada da mulher, começou a ler casos ainda na sua adolescência e resolveu abraçar a causa se tornando policial, mas para poder trabalhar e ajudar Olívia.

Falta de convite não foi, por várias vezes Theo o chamou para fosse fazer parte do grupo já que Benjamim era muito inteligente e tinha grande conhecimento em TI, digamos que era um dom nato.

Talvez o seu lado protetor estivesse mais vivo do que ele imaginava, por isso mesmo sendo mais novo queria estar ao lado de sua irmã.

Benjamim sabia muito bem manusear armas e explosivos, fez muitas aulas com Noah e algumas com Theo, onde pode aprofundar um pouco mais o seu conhecimento, com pouco tempo na polícia já tinha participado de grandes operações e com a transferência para a corporação da delegacia da mulher pode descobrir o motivo de tanta indignação por parte de Olívia.

Ele era um rapaz inteligente, bonito e muito determinado. Apesar de ter tido algumas namoradas, ainda não teria levado nenhuma a sério devido ao seu trabalho que era considerado de risco.

Era comum receberem denúncias e quando chegarem no local, a vítima se negar a prestar esclarecimentos ou registrar a ocorrência.

Benjamim: Senhora, por favor, venha comigo poderemos registrar a agressão e garanto que seu marido será investigado.

— Só isso?

Benjamim: Já é um primeiro passo, não acha?

— Assim que vocês virarem as costas ele irá me bater novamente.

De certa forma ela estava certa e muitas vezes a vítima era assassinada e o marido preso, às vezes o que se fazia era conversar e aconselhar, entrar no carro e voltar com sentimento de missão fracassada, enfrentar marido drogados e agressivos e os colocar dentro de casa e fazer ameaças de prisão que talvez nem seriam cumpridas.

Depois de passar um dia inteiro atendendo chamadas, era hora de voltar para a delegacia e ajudar Olívia com os relatório que os deixam muito irritados.

Olívia: Como pode uma pessoa passar por tudo isso e se calar?

Benjamim: Bom, se a justiça fosse mais eficiente, talvez elas aceitariam registrar os abusos.

Olívia: Pois é, estou com esse monte de processo e aquele idiota do promotor nem deu importância.

Benjamim: Precisamos conseguir mais provas, laudos algo que o faça nos ajudar.

Olívia: Já sei, vou falar com papai ele tem aquele amigo dele o Juiz, lembra o nome?

Benjamim: Bonifácio Conway, acho que é esse o nome.

Olívia: Amanhã mesmo vou procurar ele, quem sabe não conseguimos uma luz no fim desse túnel?

Benjamim: Bom, vamos embora? Afinal hoje foi bem cansativo. Mas me conta, como está na casa nova?

Olívia: Deveria fazer o mesmo, já está bem crescidinho para morar com o papai e a mamãe não acha?

Então ela pega suas coisas, Benjamim como sempre ia trabalhar de moto a deixa em seu novo endereço e depois segue para casa, mal sabiam os dois que seus dias de sossego estavam prestes a mudar, pela frente uma grande batalha e um enorme desafio.

Já em seu apartamento, após um banho demorado, Olívia relia os processos para encontrar algo que pudesse usar como argumento quando fosse falar com o tal juiz, mas antes, claro, pediria ajuda para seu pai.

Henry: Claro filha posso falar com Bonifácio, mas espero que saiba que ao fazer isso deixará o tal promotor ainda mais irritado rsrsrs.

Olívia: Eu não ligo, desde que ele faça o seu trabalho pode gritar e esbravejar o quanto quiser rsrsrs.

No momento que Henry desliga o telefone, Benjamim entra em casa e percebe a preocupação do pai. Ele se senta ao lado do seu velho e conversa com ele.

Benjamim: E aí velhote, foi Olívia certo?

Henry: Sua irmã é teimosa viu, igualzinho sua mãe rsrsrs

Eloá: Eu escutei isso, mas ela se parece com você, não esqueça foi o senhor a se esconder no mato e depois a me obrigar a ficar lá com o motivo de proteção rsrsrs.

Benjamim: Ehhhh paizão heim? Mas Olívia tem razão, são muitos casos sem um apoio vai ser complicado.

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