A noite está tranquila e só quando estou no meu quinto drink tomo coragem para dançar. A música alta invade meu cérebro me fazendo requebrar de acordo com as batidas da bateria, sinto as duas mãos de Matt na minha cintura, continuo no ritmo porque por incrível que pareça seu toque não me incomoda.
- Olha!
Lisa grita direcionando com a cabeça para a mesa do Kyle, uma morena linda com um vestido chique e um pouco sensual demais está na mesa sentada ao seu lado, sua mão está está na perna esquerda dele enquanto se aproxima e beija o canto de sua boca. Meu estômago embrulha e a raiva borbulha em meu sangue. Não tenho que sentir ciúmes, merda! Nem temos mais nada.
- Quero ir para casa
Falo mais para mim mesma do que para os outros, Matt me pergunta o que falei e Lisa que também não me ouviu anda no meio da multidão em direção ao banheiro.
- Vou embora, boa noite e até a próxima Matt.
Lhe dou um sorriso forçado e saio sem esperar resposta, saio da boate e atravesso a rua para um parque com um jardim lindo e iluminado, me sento em um banco e espero Lisa sair para irmos embora, lhe deixo uma mensagem no WhatsApp.
Encaro a porta da boate e vejo algumas pessoas saindo, ainda está cedo não são nem uma hora da manhã ainda, a banda já toca descontroladamente lá dentro. Me pergunto se devo ir embora mas Lisa não viu minha mensagem e não quero deixá-la sozinha mesmo sentindo minha cabeça girar algumas vezes em consequência aos drinks batizados da boate. Aperto meus olhos para olhar as quatros pessoas saindo da boate, Kyle está de mãos dadas com a morena sexy, ele me encara confuso e logo desvio o olhar, quando olho novamente ele está falando algo com o pessoal que entra no carro e ele atravessa a rua em minha direção, meu coração acelera.
- O que faz sozinha aqui? Ja está tarde.
Ele fala me olhando com curiosidade e se senta ao meu lado no banco porém afastado.
- Estou esperando Lisa, não quero ir lá e acabar com a noite dela...
Olho para minhas mãos enquanto respondo, a raiva dele ainda está bem vívida em mim.
- Quer que eu te leve para casa? Não acho boa idéia você ficar aqui.
- Não precisa, eu vi seus amigos saindo com seu carro.
- Posso pedir um táxi.
- Não Kyle, não precisa se preocupar, obrigado.
Ele respira fundo.
- Você não muda né? Sempre insuportavelmente teimosa.
Encaro seus olhos com raiva.
- Você em comparação mudou demais!
- Sim, não posso negar.
Volto a olhar minhas mãos em meu colo enquanto entrelaço meus dedos. Ficamos em silêncio alguns longos minutos.
- Porque não foi embora ainda?
Pergunto lhe lançando um olhar com desdém.
- Vou esperar Lisa aqui e então pedir um táxi, só saio daqui com a certeza que vai chegar em casa inteira.
Fico enfurecida com suas palavras, meu coração martela forte meu peito.
- Você é bipolar ou alguma merda do tipo?!
Ele revira os olhos.
- E você está bêbada...
- Não é essa questão, você me trata mal todas as vezes que fala comigo e ao mesmo tempo parece pensar em minha segurança o tempo todo, você tá me deixando maluca!
Ele sorri me olhando perder o controle, bufo esgotada, não adianta conversar com ele. Ficamos em silêncio mais uma vez, sinto seu olhar em mim e mantenho meu olhar no chão, no chafariz do parque ou no brinquedo que alguma criança esqueceu no chão, mas nunca olho para ele. Ele ri.
- Qual é seu problema?
Falo finalmente olhando em seus olhos mais uma vez.
- Você tá me evitando.
- Tenho meus motivos, você tem sido um merda comigo!
- E você está bêbada, cuidado!
Ele fala me repreendendo. Reviro os olhos.
- Não sou mais problema seu Kyle...
- Você sempre vai ser.
Fico assustada com sua confissão, uma corrente elétrica passa pelo meu corpo e sua íris escurece enquanto me observa.
- Você trabalha para minha mãe então... É problema meu também.
- Amiga, desculpa, só vi sua mensagem agora. Matt me disse que você tinha ido embora não sabia que você estava me esperando aqui!
Lisa vem cambaleando pela rua, Kyle se levanta.
- Vocês precisam ir embora de táxi, estão as duas muito alteradas srtas.
- Valeu Kylezinho da Anny
Lisa sorri e sua frase sai quase inaudível de tão enrolada.
- Acho que sou a mais próxima da sobriedade.
Ele me olha e confirma com a cabeça.
- Mas não deixa de estar bêbada. Vou chamar um táxi.
- Nossa mais que mandão!
Lisa grita colocando as duas mãos na cintura. Reviro meus olhos.
...
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Atualizado até capítulo 25
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