CAPÍTULO 7

Sim, eu entendo...

Passo o restante do dia no quarto de Margareth lhe fazendo companhia, uma outra funcionária chegou uma hora depois de mim, seu nome é vitória, ela é uma cozinheira particular que Kyle contratou, ela é morena de cabelos longos e olhos negros, parece ter uns 30 anos e é chef de cozinha de um restaurante chique aqui de Boston, ela deixa um menu impresso na porta da geladeira com o cardápio da semana, tem nomes que nunca vi na vida, mas ela me explicou que é uma dieta feita exclusivamente para a família. Me pergunto se é Kyle que arca com tudo financeiramente, se for ele está muito bem de vida e isso me faz sentir bem, ele merece.

O fim da tarde se aproxima, faltam apenas 2 horas para meu expediente acabar, Margareth pegou no sono tem uma hora, lhe dei seus remédios e desci até a sala. Ela me disse que eu não precisaria dormir com ela hoje, mas não me disse quem ficaria aqui. Vitória já foi embora e deixou a cozinha impecável então aproveito e coloco a sala em ordem, quando termino por fim de aspirar o chão não deixando nenhuma poeira a porta da frente se abre.

A visão de ombros largos e fortes, em um peitoral grande e definido sendo perceptível até mesmo vestido de farda me deixa tonta, demoro alguns segundos para encarar a realidade que é Kyle, ele não é mais o menino loiro e magro que conheci, agora se tornou um homem. Estou em choque parada na sua frente e ele parece estar igual, ficamos em silêncio por um longo minuto, só nos encarando, seu rosto é inexpressivo e sua respiração irregular.

- O que você tá fazendo aqui?

Sua voz também mudou, é grossa demais e se fosse somente pela voz eu nunca teria o reconhecido.

- E-eu...

Começo a gaguejar, simplesmente as palavras não saem.

- Saia daqui!

Me calo instantaneamente.

- É muita coragem depois de tantos anos aparecer aqui. Saia daqui!

Meus olhos enchem de lágrimas e eu me sinto uma burra estúpida por não conseguir nem sequer formular uma frase para explicar que trabalho aqui, que fui convidada. Pego minha bolsa na mesa de centro e ele se afasta da porta me dando passagem sem me olhar.

- Anny já está indo minha filha?

Margareth surge na escada atrás de mim, ela olha surpresa para o filho que a olha de volta com incredulidade.

- Mãe você a chamou aqui?

Fico parada no meio da sala.

- Meu filho, Anny é minha enfermeira agora.

Olho rapidamente para o rosto de kyle que está furiosamente encarando a mãe, parece que estão conversando em silêncio.

- Pois bem, ela está demitida.

- Kyle não seja grosseiro, você me deixou livre para escolher minhas enfermeiras então não quero que se meta na minha decisão!

Kyle olha para o chão e respira fundo, aproveito e olho todo seu corpo, sua farda tem a sigla de sargento e tem seu sobrenome estampado, em seu braço na altura do ombro vem escrito legião estrangeira em francês.

- Anny querida, você já pode ir, amanhã estará aqui no mesmo horário ok?

Confirmo com a cabeça e saio da casa sem dizer nenhuma palavra, assim que fecho a porta ouço Kyle dizer:

- Como pôde fazer isso comigo mãe? Você sabe o que ela fez, você sabe a forma que ela me destruiu!

Em lágrimas me afasto da casa.

...

Hoje é meu terceiro dia de trabalho, Kyle ainda não voltou para casa, Margareth disse que ele está em missão mas não sei se acredito nela, acho que ele só não quer ficar perto de mim, por isso precisei dormi aqui nos últimos dois dias mas confesso que estou amando, ela me trata realmente como uma filha. Na hora em que ela pega no sono termino todas as minhas tarefas do dia, quando enfim termino olho meu celular e vejo que já são 20:40 e vou para o meu quarto tomar banho.

Acordo no susto tentando identificar onde estou. Pego meu celular e vejo que já são 22:45 acabei dormindo depois do banho, me levanto e vou até o quarto de Margareth verificar como ela está, pois ela precisa tomar os remédios 23h. Junto todos os comprimidos e coloco em um copo, e vou até a cozinha pegar um copo d'água.

Assim que desço as escadas começo a ouvir Kyle conversando com alguém na cozinha, chego na sala e fico quieta, tem uma segunda voz e parece de Vitória.

- Não estou com cabeça, tudo isso que está acontecendo com minha mãe tem me deixado maluco.

- Calma, você precisa relaxar um pouco, está se matando em tudo sozinho.

- Vic, por favor, não...

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