CAPÍTULO 12

Acordo com a cabeça doendo, toda hora que tento abrir os olhos e a claridade invade minha vista fecho os olhos novamente. Merda de ressaca, por isso não gosto de beber.

Depois de duas horas finalmente me levanto, minha mãe deixou duas aspirinas e água, como sempre um anjo. Tomo e deixo a outra para Lisa que ronca feito um cavalo raivoso, pego meu celular e vejo uma mensagem do Kyle.

Bom dia, minha mãe não se sentiu bem pela manhã então só viajará amanhã, mas hoje estou de folga então não precisa vir, sua folga continua. Longe de mim atrapalhar sua ressaca, até mais.

Sorrio olhando para o celular, abusado. Me lembro da noite passada, ele fez questão de nos acompanhar até em casa, não lembro nem de me oferecer para pagar o táxi já que ele estava nos fazendo um favor, mesmo sabendo que ele não iria aceitar. Acho que no final da tarde vou passar na Margareth, fico preocupada ao saber que não está bem. Logo abaixo uma mensagem de um número desconhecido:

Olá Anny, é o Matt. Fiquei preocupado você saiu do nada ontem, está tudo bem? Foi algo que eu disse? Bom, espero continuar com nossos 10 encontros, gostei mesmo de conhecer você.

Ahh Matt, se você soubesse ficaria bem longe de mim, tão complicada, tão louca! Me jogo na cama e tento pegar no sono mais uma vez.

...

Bato na porta de Margareth, ganhei uma chave extra mas acho abuso usar quando não estou em horário de trabalho. Coloquei um short jeans e uma blusa branca de manga longa, pois o sol já está se pondo e está ventando bastante. Kyle abre a porta, está com uma bermuda jeans, sem camisa e segurando uma cerveja na mão, ele me olha de cima a baixo.

- Oi, vim ver como Margareth está, fiquei um pouco preocupada.

Ele sorri e acena com a cabeça me dando passagem para entrar, tento não olhar seu peito nu enquanto passo.

- Oi Anny, que bom ver você querida.

Margareth sai da cozinha com um avental.

- Tentei falar para descansar mas ela cismou que queria fazer um bolo e aí está ela.

Kyle fala atrás de mim. Sorrio.

- Vim ver como você está, e concordo com Kyle, você devia estar descansando.

Ela cruza os braços.

- Você não se atreva a ficar do lado dele. Vem, vamos tomar um chá comigo enquanto Kyle assiste essa droga de jogo, o bolo de laranja acabou de sair do forno.

Sorrio e me viro para Kyle que senta no sofá sorrindo com a fala da sua mãe. Caminho até a cozinha sentindo o cheiro delicioso de bolo no ar.

...

- Meu Deus já são oito horas, como passou rápido, tenho que ir Margareth...

Fico assustada que já se passaram três horas que estou aqui, comemos bolo e bebemos chá, agora estou bebendo uma cerveja que Kyle me ofereceu no intervalo do segundo jogo que está assistindo.

- Ah querida, espere o jogo terminar que o Kyle te leva, já está acabando. Não é kyle?

Ela grita mas como uma ordem do que um pedido.

- Claro mãe, já está no fim do jogo.

Ela sorri.

- Vou tomar um banho para dormir, venho aqui te dar um beijo antes de ir deitar, sente na sala, o kyle já já te leva.

- Não acho que seja necessário, eu posso pedir um táxi.

- Nem pensar.

Ela coloca dois pedaços de bolo em um pote rosa e me entrega para levar para casa e sobe para o quarto. Meio sem jeito saio da cozinha e me sento no sofá, a mesa de centro tem 8 garrafas de cerveja vazias e Kyle segura mais uma na mão.

- Quer que eu te leve agora?

- Hum, eu posso esperar terminar. Tem certeza que quer dirigir?

Falo olhando para a mesa.

- Preciso de mais que nove cervejas para ficar bêbado, acredite em mim.

Ele fala olhando para a televisão, parece ter experiência no que diz, bom, tudo bem então. Fico sentada assistindo ao jogo, sinto seus olhos em mim, eu o encaro e ele desvia para a televisão. Minha respiração começa a ficar acelerada, odeio esse efeito que ele tem em mim. Ele me olha mais uma vez e dessa vez estou encarando também, respiro fundo tentando controlar minha respiração, ele abre um pouco os lábios enquanto seus olhos me entregam várias ameaças carnais e isso é tão confuso, o jeito que ele é e o jeito que me olha são totalmente diferentes. O fim do jogo é anunciado pelo juiz nos tirando do transe, levantamos quase que na mesma hora.

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