CAPÍTULO 8

Acho que consigo fazer você mudar de idéia...

A voz melosa de put4 barata que ela está fazendo me deixa incrivelmente irritada.

- Não vou para cama com você, quando estou em dias bons já é difícil você aguentar uma transa sem toda hora implorar para parar, então imagina em um dia ruim. Vá para casa.

Os dois ficam em silêncio, então aproveito o momento para ir pegar a água. Quando paro na porta preciso de alguns segundos para voltar a raciocinar, ele está vestindo somente uma calça de moletom, seu peitoral nu mostra com detalhes a tatuagem que cobre boa parte do seu tórax. Ele se senta e imediatamente a Vic está se ajoelhando entre suas pernas, ele a encara como se estivesse com tédio e por algum motivo isso me deixa feliz. Fico parada segurando o copo e quando estou pronta para correr dali seus olhos vão diretamente para mim, sua expressão é séria mas seus olhos começam a descer para meu corpo e depois subindo e parando nos meus seios. Aperto minhas coxas em um movimento involuntário e sinto todo meu corpo ficar quente.

- Vic, vou ter que pedir que vá embora mais uma vez?

Ele fala ainda me encarando, assim que ela começa a se ajeitar para levantar me viro e subo as escadas, entro no quarto de Margareth e fecho a porta, me encosto na parede tentando controlar minha respiração, percebo que minhas mãos estão tremendo.

- Oi minha filha, está tudo bem?

Margareth me dá um susto ao acordar, ela está sorrindo e aperta o interruptor acendendo as luzes.

- Está sim, vim te dar seus remédios.

- Não precisava querida, kyle chegou cedo hoje, mas ele disse que você estava no seu quarto dormindo então não quisemos te acordar.

Merda. Ele foi até o quarto e me viu dormir, não tem como esse dia ser pior. Sorrio e finalmente percebo a jarra com água fresca que está no criado mudo, reviro os olhos ao perceber que toda essa cena poderia ter sido evitada se eu tivesse somente acendido a luz.

- Toma aqui seus remédios dona Margareth, vou me arrumar para ir embora...

- Essa hora? Está muito tarde para você ir sozinha, vou pedir ao Kyle para te levar...

- Não! Não precisa, eu chamo um táxi e chego rapidinho em casa...

Ela engole os comprimidos e dá um longo gole na água.

- Tenha paciência com ele Anny, ele não é uma pessoa ruim, só criou uma barreira para que não seja magoado novamente.

- Não estou pensando nele dona Margareth, estou aqui pela senhora para fazer o meu trabalho. Não penso em Kyle, nossa história infelizmente terminou a cinco anos atrás.

Ela não responde, só sorri, um sorriso que me diz que não acredita em nada do que estou falando.

...

Quando termino de arrumar minha mochila desço pelas escadas fazendo bastante barulho, para não correr risco de descer e me deparar com um porno ao vivo.

- Tá indo embora essa hora?

Kyle aparece na sala assim que abro a porta para sair.

- Sim, só estou esperando meu táxi chegar.

Não me viro ao responder, continuo olhando para a rua torcendo para o táxi estar o mais próximo possível.

- Cuidado ao andar pela casa tão tarde, prometo tentar evitar cenas como a de hoje.

Sua voz é ríspida, como se estivesse me dando uma bronca.

- Tudo bem, só peço que por favor me avise o horário que posso transitar pela casa segura de promiscuidade.

Continuo olhando a rua, ouço seus passos se aproximando de mim.

- Está me chamando de promíscuo?

Me viro erguendo a cabeça para encara-lo, ele está bem mais perto do que eu imaginava.

- Não tenho nada a ver com a sua vida Kyle, mas agora a realidade é que estou aqui para trabalhar e cuidar da sua mãe, independente do nosso passado, não acho que eu seja obrigada a assistir suas cenas eróticas com a mulher que você contratou para cozinhar.

- Por isso estou te pedindo para não andar tão tarde na casa, isso não deveria ter acontecido.

Me viro para a rua mais uma vez e não respondo, fico batendo o pé no chão e começo a ficar impaciente com esse táxi.

- Quer que eu te leve? Acho que é meio perigoso ir essa hora com um desconhecido...

Respiro fundo.

- Você também é um desconhecido para mim Kyle...

Sinto quando ele encosta seu corpo no meu, sua boca vai lentamente para meu ouvido.

- Não julgue a forma que encontrei de superar você, se você me acha promíscuo tenha certeza que você tem boa parte nisso. E você tem razão, não sou mais o garoto que você conheceu, boa noite.

Abro os olhos assim que percebo que os fechei enquanto ouvia sua voz, me viro e vejo ele subindo as escadas, me encosto na porta e coloco a mão no peito tentando controlar minha respiração. Essa é a merda do efeito que ele ainda tem em mim.

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