Não toque um dedo na minha mulher!

Em frente a casa de Baruc, o clima estava completamente pesado. Os corpos das duas garotas ainda estavam no chão, enquanto um alvoroço enorme estava se formando lá embaixo.

— SUA LOUCA! VOCÊ É UMA LOUCA, LAIZA! VOCÊ SIMPLESMENTE MATOU A MINHA PRIMA! — Uma mulher berra.

— AH! LARGA DE SER FALSA, MULHER! TU VIVIA JOGANDO OS PÉS NA TUA PRIMA, DIZENDO QUE ELA ERA A MAIOR PUTÄ QUE EXISTIA NESSE MORRO, E AGORA FICA NESSA PALHAÇADA, DANDO UMA DE SOFREDORA? ME POUPE, SE POUPE E NOS POUPE! A SUA PRIMA QUERIA MATAR UM BEBÊ INOCENTE, QUE AINDA ESTÁ SENDO GERADO!

— AH, MAS ISSO NÃO VAI FICAR ASSIM! — Um homem berra. — EU VOU TE MATAR, LAIZA!

Nesse momento o homem sente alguém lhe dando um mata leão, e ele acaba batendo no braço, para que o solte, mas sem sucesso.

— Não toque um dedo na minha mulher! Entendeu?! — O homem acena em afirmação com a cabeça, e Ragnar o joga de uma única vez no chão. TODOS PARA CASA! ACABOU O ESPETÁCULO.

Todos acabam saindo, e Ragnar abraça Laiza, que se permite chorar nos braços do marido, que acaricia os seus cabelos.

— Está tudo bem, meu amor! — Ragnar seca as lágrimas da esposa.

— Ragnar, elas estavam dizendo que iriam matar o bebê da Rebeca!

— Eu sei, amor. Eu soube da caixa, e de tudo o que estavam planejando para atingir a Rebeca, e faze-lá perder o bebê.

— Com direito fazem isso? Querem matar uma bebê inocente, que não tem culpa de nada! — Ela diz chorosa.

— Está tudo bem, minha princesa! Vamos ver como a Rebeca está? Vem...

Ragnar pega na mão da esposa, e a leva para dentro. Nesse exato momento, Baruc também chega, e sobe correndo para o quarto.

— Rebeca? Como você está? — Ragnar bate na porta, e entra com Laiza. Baruc entra em seguida.

— Eu estou bem. O que aconteceu? Daqui do quarto não dá para ouvir direito o que está acontecendo lá embaixo...

— Vamos deixar vocês sozinhos para que possam conversar a vontade, tá? Depois nós voltamos para ver como vocês estão...

Rebeca estranha o comportamento de todos, mas acena em afirmação. Laiza vai até Rebeca, e dá um abraço na amiga e um beijo na sua barriga, enquanto Ragnar coloca a mão sob o ombro de Baruc ao passar por ele, e acena com a cabeça para ele, que dá um sorriso fraco.

— Amor, o que aconteceu? Por que está todo mundo tão estranho assim?

Baruc não se segura mais, e acaba chorando. Ele se ajoelha ao pés da cama, e então, ele deita a cabeça do colo de Rebeca, e dá vários beijos na barriga dela, enquanto Rebeca vai acariciando os cabelos dele, mesmo sem entender o motivo dele estar assim.

— Amor! Vocês estão me assustando desse jeito. Me diz... O que está acontecendo?!

— Amor, me promete que você não vai embora? Eu sei que eu errei feio, e que as consequências dos meus atos inconsequentes estão chegando, mas eu não quero perder vocês! Vocês são tudo o que eu tenho! Eu errei muito nessa vida, mas tudo o que eu tenho, tudo o que me aconteceu de bom nessa vida, foi quando vocês apareceram! Eu errei, foi idiota, fui um babacä, mas por favor, amor, não me deixa! Por favor! Se você for embora, o meu mundo perderá a cor, perderá a graça, perderá o sentido, e eu preferido perder a vida, do que perder vocês! Com você, eu aprendi que o que vale mesmo, é um coração que lhe ama e não, mil olhares que lhe desejam. Eu te amo demais, minha mulher! — Ele acaricia o rosto dela. — Por tudo o que é mais sagrado, não vão embora!

Rebeca observa atentamente as palavras de Baruc e enxuga as lágrimas dos olhos dele, e o abraça forte, acariciando as costas do homem. Ela ainda não faz a menor ideia do que aconteceu, mas se tem uma coisa que ela sente/vê, é a sinceridade dele em cada gesto, em cada uma das suas palavras, e como o seu medo realmente transparece.

— Meu amor! Eu estou aqui com você. Nós somos uma família agora. Todos nós estamos sujeitos a cometer escolhas erradas nessas vida, mas o que importa, é corrermos atrás do prejuízo. As consequências sempre vão vim, independentemente de se alcançar ou não o perdão. Mas, quero que saiba, que eu vou estar sempre aqui. Ou melhor, nós vamos estar sempre aqui. O nosso baby ainda é muito novinho, mas sei que ele já lhe ama muito. Todo o seu esforço para melhorar é notório. Eu vejo sinceridade no seu olhar, na sua fala, nos seus gestos, e se eu decidi ficar, é porque você tem me demonstrado isso. Eu não vou embora, tá? — Ela segura o rosto dele com a duas mãos. — Mas, eu prefiro que me conte toda a verdade, ok?

Baruc acena em afirmação, e Rebeca sorri, selando os lábios do homem com um beijo calmo e repleto de muito carinho.

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