Balaço

Assim que Baruc chega na boca, ele dá de cara com Bárbara e Estênia, que estão sentadas na cadeira. Assim que vê Baruc, Bárbara começa a chorar e implorar pela vida.

— Baruc! Por Favor...! Me deixa ir embora... juro que eu não fiz nada!

— Não fez nada?! — Ele dá um sorriso de lado. — Então, me explica como aquelas cartas foi parar nas mãos da minha mulher? Ou melhor, como todas aquelas fotos chegaram até ela?!

— Baruc, por favor! Eu não fiz nada de errado... quando eu fui lhe visitar pela última vez na cadeia, eu nem sabia sobre a Rebeca. Eu não sabia sobre ela, e eu somente fiquei sabendo, porque eu recebi a visita de um vapor daqui desse morro lá na casa da Bernadete, e me ofereceu uma grana para eu entregar as duas cartas para ele. Eu neguei, porque eu já estava fazendo sobre o fato de tu ter assumido a Rebeca, e todo o assunto do neném. Sabia que a gestação dela é de risco, e eu não queria que esse assunto viesse a tona, porque se vocês estão juntos, é porque você realmente gosta dela, está formando uma família, e eu jamais faria nada para lhe prejudicar, ou prejudicar a sua mulher e o seu filho, até porque, a primeira dama de lá do Az de Ouro já deixou o recado dado para qualquer uma das meninas que se meter no relacionamento alheio. Só que, eu acabei sendo ameaçada por esse vapor, que ameaçou matar os meus filhos... eles tinham fotos os meus filhos, Baruc. Eles tinham fotos, onde a cabeça dos meus filhos estavam na mira e eu sei bem que eles seriam capazes de atirar nos meus meninos! Eu posso estar nessa vida, onde eu acabei tendo que vender o meu corpo para sustentar os meus filhos, mas eu ainda sou mãe! Eu sou mãe e eu só queria proteger os meus meninos, porque eles não tem culpa de nada! Se você quiser, pode investigar.

— Quem lhe ameaçou? — Ele olha nos olhos da moça, que chora copiosamente.

— O irmão dele. — Ela aponta para Kuririn.

— O Mayk? — Kuririn ergue a sobrancelha.

— Sim...

— Parando para analisar... de fato ele foi no Az de Ouro, mas o filho da putä disse que foi lá, porque está ficando com uma moça de lá.

— De fato, ele fica com uma menina lá do Az de Ouro. Ela se chama Stefane, filha de um senhor que tem um barzinho.

— Tem certeza disso, Bárbara? — Baruc cruza os braços.

— Absoluta, Baruc! Você pode investigar, que verá.

— Kuririn, traga o seu irmão até aqui.

— Agora, patrão.

Kuririn sai da sala, e Baruc pega um pouco de água e dá para Bárbara, que está trêmula e chorando se parar, porém, sem vestígios de que ela esteja mentindo. Já Estênia está calada, apenas apresentando nervosismo. Baruc pega uma cadeira, e se senta em frente Estênia e olhando para a mulher, dá um sorriso macabro.

— Eu vou lhe dar uma única chance. Ou me conta tudo, ou eu vou fazer você ter horas mais dolorosas da sua vida, que de fato, serão as últimas!

— E-eu... — Estênia gagueja. — Eu também recebi a visita do Mayk em casa, e ele me ofereceu quinhentos reais para que eu entregasse pra ele as fotos que temos daquele dia em que... bom, você sabe. Ele queria as fotos, e eu acabei aceitando entregar. Eu entreguei pelo dinheiro, por ciúme, raiva, inveja... nós transavamos desde sempre, mas eu nunca ganhei nada de ti, além de dinheiro e sexo. Nunca ganhei uma demonstração de carinho, de afeto, e nunca me mostrou interesse em mim, ou em me fazer tua fiel. A verdade é que, todas as meninas desse morro, ou pelo menos a maioria, sonham em ser a primeira dama. A chegada da Rebeca, ainda por cima esperando um filho seu, deixou as meninas revoltadas, e elas estavam disputas a se juntarem, para fazer a Rebeca perder o bebê.

— DO QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO?! — Baruc se descontrola e pega a moça pelo pescoço.

Em casa...

Assim que Baruc vai para a boca, e Rebeca acaba dormindo um pouco, até que Laiza chega de novo na casa e vai para o quarto onde Rebeca está. Ela vê a moça dormindo, e desce para preparar um lanche. Assim que sobe, a e contra acordada...

— Amiga! Trouxe algo para você, e olha o que a titia trouxe para o meu poderoso chefinho ou chefinha! — Ela diz animada, e entrega a sacola para Rebeca.

— Amiga! Meu Deus... — Rebeca sorri, e pega a sacola. — Nossa! Que lindos, amiga. É um macacão mais lindo que o outro! O Baruc vai amar essa boddy aqui, porque ele é um pai muito babão. — Ela pega o segundo boddy, e dá risada. — "Não mexa comigo. Minha titia é louca, e ela vai te dar um soco no meio da cara." Amiga, eu simplesmente amei!

— Esse boddy não poderia faltar! O recado já foi dado. — Laiza pisca para a amiga, que dá risada.

Nesse momento, elas ouvem gritos em frente a casa, e Laiza sai para fora, e dá de cara com duas meninas.

— O que está acontecendo aqui?! — Laiza cruza os braços.

— Essas duas aí, que querem entrar a todo custo na casa. — Um vapor responde.

— O que querem aqui?!

— O papo não é contigo não, Laiza! O papo é com essa vädia que está aí dentro. Se ela pensa que ela vai ter esse filho, ela tá muito enganada.

Uma delas responde, e a outra dá risada. Nesse momento, Laiza rapidamente saca a pistola na cintura do vapor e atira na cabeça das duas.

Na boca...

— PATRÃO, PATRÃO! A DONA LAIZA METEU BALAÇO EM DUAS MINAS.

— Por que ela fez isso? Cadê o Ragnar?

— As meninas foram lá pra porta da sua casa, patrão. A patroa não gostou nadinha disso, e sentou o balaço nelas, que foram dessa para o inferno.

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