Carinhos

Quando sobe para o quarto, Laiza inventa uma desculpa qualquer, e elas continuam olhando algumas coisas para o bebê, quando Baruc chega, Laiza sai, alegando que mais tarde voltaria e deixa os dois a sós.

— Oi, minha branquinha! — Ele dá um beijo na testa dela.

— Oi, meu bem! — Ela dá um sorriso. — Como foi lá na boca?

— Foi tranquilo, meu amor. O que fez de bom por aqui?

— A Laiza estava me mostrando algumas roupinhas neutras, que são uma mais linda que a outra.

— Sério? Que fofo! Eu estava pensando nisso, sabia? Eu estava esperando você melhorar um pouquinho, para irmos numa lojinha de bebê que tem aqui no morro. Ela é linda, e tem muitas coisinhas lindas.

— Sério? Eu já estou muito ansiosa! Você tem algum nome em mente para o nosso bebê? — Ela pergunta, dando um sorriso quando Baruc a abraça pela cintura, acaricando a sua barriga.

— Se for menino, eu gostaria que ele se chamasse Esaú.

— Esaú? — Ela sorri.

— Sim. — Ele dá um beijo no ombro dela. — Como o meu irmão que faleceu, quando tinha 12 anos de idade. Ele foi morto numa invasão que teve aqui no morro, e tomou um tiro na cabeça. A polícia invadiu o morro nesse dia, e nós estávamos brincando um parque daqui do Chapadão, e eu vi bem quando miraram no irmão. O tiro não foi perdido e sim, a queima roupa.

— Sinto muito por isso... posso imaginar como foi difícil.

— Foi muito doloroso! A minha mãe entrou numa depressão muito profunda, e acabou não resistindo, falecendo tempos depois. O meu pai ficou bem abalado, porque os dois se amavam muito, eram cúmplices em tudo, e com pouco tempo que perdemos o meu irmão, a minha mãe se foi. A morte do meu irmão me deixou muito revoltado, mas o que me fez ter uma sede ainda maior por justiça, foi a morte da minha coroa, devido a uma depressão causada pela partida do meu irmão. Sempre jurei que, no aniversário de dezoito anos do meu irmão, eu daria um presente á ele, mesmo ele não estando mais aqui. O presente foi a vingança da sua morte. Matei o policial, e nunca mais parei. No mundo do crime, comecei aos dezoito mesmo e assumi o morro aos vinte. Há dez anos eu comando esse morro.

— Nossa! Eu sinto muito, meu amor. Eu sinto muito, de verdade. Eu posso imaginar o tamanho da sua dor, mas eu quero que saiba que nós estamos aqui com você! Somos uma família, lembra? — Ela se vira, e segura o rosto dele com as mãos. — Nós vamos estar sempre juntos. — Ela dá um longo selinho nele.

Baruc sorri, e inicia um beijo longo, repleto de carinho, enquanto acaricia a nuca da moça, que sorri durante o beijo.

— Eu não mereço vocês, mas eu vou sempre em busca da minha melhora para ser digno de algo tão valioso.

Rebeca sorri, e volta a beija-ló com muito carinho, acariciando a maçã do rosto dele com o polegar.

— E, se tivermos uma princesa a caminho? — Ele pergunta.

— Se for uma mocinha...? hum... eu gosto de Laura Melissa, amor.

— É um nome muito lindo, vida!

— Sim, amor! Eu estou muito ansiosa para sabermos quem é que vem por aí.

— Eu também estou muito ansioso. Mas, a única certeza que temos, é que independente de ser Laura ou Esaú, já amamos muito.

— Isso sim! Com toda certeza desse mundo, amor!

— Eu amo vocês!

— Nós te amamos muito!

Baruc sorri, e enche Rebeca de selinhos, e segue acariciando a barriga da boça.

— Não vai mais para a boca hoje, amor?

— Vou sim, amor. Só que, viu mais tarde. Quero aproveitar os carinhos da minha linda mulher.

— Hum... eu amei isso.

— Está quase na hora de almoço, mas hoje, quero lhe apresentar o melhor tempero de todo o complexo do Chapadão.

— Hum... e, qual é? — Ela sorri.

— Não é o meu — ele ergue os braços — porque, sou péssimo na cozinha. — Eles dão risada. — Mas, é de uma senhora que tem um restaurante aqui no morro. A comida dela é divina.

— Hum... quero experimentar.

— Vou pedir ao Kuririn que vá comprar lá, vou fazer um suco pra gente e venho.

Rebeca acena em afirmação, e após alguns minutos, ele sobe novamente com o almoço, e o suco.

— Nossa! Essa comida é MARAVILHOSA! — Rebeca suspira ao dar a primeira garfada.

— Eu disse! — Ele ri.

O almoço segue tranquilo, até que mandam mensagem para Baruc, avisando que já estão com Bárbara e Estênia, e ele dá um beijo em Rebeca, e volta para a boca.

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