DANTE
Acordei cedo no sábado, por algum motivo desconhecido eu não conseguia dormir. Era um sentimento inquietante como se algo estivesse errado. Tão estranho.
Esperava que minha colega de quarto não fosse uma chata, devo confessar que inicialmente era isso que ela parecia, mas depois de conversar melhor acho que poderemos ser bons amigos.
Após tomar banho, fui para a sala e para minha surpresa, vi que ela ainda não tinha levantado, imaginei que ela fosse o tipo nerd que acorda cedo e se enfia nos cadernos. Mas talvez eu estivesse apenas generalizando por causa do seu estilo.
Eu não era fã dos sábados de manhã, eu sempre ficava sozinho por nunca ir nas festas com os meus amigos, mas eu preferia assim. Antes passar os sábados sem fazer nada do que com ressaca e arrependimentos.
Pensei em ir tomar café da manhã, mas lembrei que a Jessica provavelmente não sabia onde ficava o refeitório, decidi esperar ela acordar para irmos juntos. Enquanto isso eu poderia dar uma olhada no que estudaria esse semestre.
Voltando para o meu quarto para pegar os papéis, senti um aroma... Desconhecido. Respirei fundo, nunca tinha sentido nada igual, era uma mistura doce de frutas vermelhas, cerejas, morangos e framboesas... Meu tipo de fruta favorito. A porta do quarto da Jessica estava aberta e só aí notei o barulho de chuveiro ligado.
Pisquei forte como se estivesse sonhando. Jessica havia dormido com um ômega? Acabei sorrindo, minha mais nova amiga não era bem o que parecia ser. Entrei no meu quarto e decidi fingir que não tinha notado nada, talvez ela fosse tímida... Com alfas, porque aparentemente ela tinha um ômega e tanto.
Esperei eles terminarem o banho e fui para a sala. O aroma ainda estava impregnado no corredor e nossa... Se o ômega não fosse da Jessica...
Não. Afastei os pensamentos impuros que tentavam invadir minha mente, eu não podia desejar o ômega da minha amiga, que loucura. Mal nos conhecíamos e eu ia começar uma briga com ela? Sem contar que eu não fazia ideia do gênero, não que isso importasse muito, mas seria o primeiro ômega masculino que eu senti atração.
E também eu não era assim, eu era mais que resistente a qualquer ômega, por ser um alfa lúpus eu conseguia resistir a maioria dos ômegas... Menos os lúpus, claro, mas nunca cheguei a me envolver com um e provavelmente o da Jessica não era um lúpus senão eu o conheceria, e até onde eu sabia todos os ômegas lúpus do campus namoravam.
— Bom dia, Dante — Jessica apareceu... Sozinha?
— Bom dia. — Eu a encarei confuso.
— Por que está me olhando assim? — Ela perguntou tímida.
Uma curiosidade sobre mim é que eu não consigo disfarçar minhas emoções, elas sempre ficam estampadas na minha cara. Quando eu estou em um momento importante consigo controlar isso graças a concentração, mas aqui na sala do dormitório com apenas a minha colega de quarto, não.
Mas infelizmente eu mal conhecia a minha colega, então não podia a incomodar para me contar algo, até porque se ela não queria contar era direito dela.
Agora como o ômega saiu do nosso dormitório sem que eu percebesse era um mistério para mim.
— Ah nada não... Está com fome?
— Estou.
— Eu estava te esperando.
— Me esperando? — Ela pareceu surpresa. — Obrigada.
Sorri, mas ela não sorriu de volta, me senti um pouquinho idiota. Deixei pra lá, não ia pegar no pé da novata.
— Então vamos — Falei. Ela passou por mim e eu pude sentir aquele aroma novamente. — Jessica, quem é o ômega?
Não sei como aquelas palavras saíram da minha boca, foi quase que inconsciente. Fiquei constrangido, pois não era normal eu perder o controle das minhas ações, nem mesmo no meu cio eu ficava inconsciente.
— O que? — Ela me encarou assustada.
— Eu... — Respirei fundo. Não podia fingir que não tinha dito, estava feito. — Eu senti o cheiro de um ômega, você tem alguém?
— Um ômega? — Jessica pareceu ansiosa.
— Esquece, a gente mal se conhece, não precisa me dizer — Eu a confortei. — Só me avise, tudo bem? Você me entende, é um pouco complicado ficar perto de ômegas.
Eu estava mentindo pois não queria que ela achasse que eu queria o ômega dela, então preferia que ela achasse que eu era como a maioria dos alfas.
— Você não consegue ficar perto de ômegas? O que você faz com eles?
— Nada! Eu não faço nada, eu só quero dizer que o cheiro do seu ômega... — Porcaria, eu estava dizendo tudo errado. — Olha, ele ou ela é atraente para mim, apenas isso, me desculpe, mas eu jamais tocaria nele ou algo assim... Eu só fiquei surpreso ao acordar e não sentir somente alfas.
Jessica não teve a reação que eu esperava, qualquer alfa ficaria com ciúme e provavelmente me ameaçaria. Mas Jessica deu um largo sorriso como se eu ter sentido desejo pelo ômega dela fosse a melhor coisa do mundo. Porém, esse sorriso sumiu rapidamente e sua expressão ficou confusa.
— Está tudo bem, Dante — Ela riu parecendo aliviada. — Desculpe por não avisar que eu estava com um ômega... E é ela.
— Sem problemas! Quer saber, esquece isso, vamos comer logo.
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Atualizado até capítulo 106
Comments
Maria Izabel
isso não vai prestar é muita mentira da Jéssica ela devia falar para o Dante quem ela é antes que ele perceba e conte tudo o que aconteceu com diretor em não aceitar para fazer o curso que quer
2024-02-27
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