Saímos de são Paulo a tarde com muita chuva e Tábata fica com medo de voar. Eu seguro em sua mão e a tranquilizo, apesar de a comissária implantar o terror nos passageiros com seus avisos de turbulência.
Quando passamos o temporal e a viagem segue tranquila eu penso em contar a ela a respeito da Rosinha, lembro-me dos conselhos dos meus amigos, mas, lembro da ideia do Sandro, ela pode não gostar e não sei qual será sua reação, mas em todos os casos, ela não tem para onde fugir de mim.
Eu acompanhei seu sofrimento por causa do Calebe e não acho justo que ela saiba por outra pessoa o que aconteceu no meu passado. Então que seja agora:
__ Tábata, eu preciso te contar uma coisa.
Ela está foleando uma revista de viagem e não levanta a cabeça, apenas responde:
__ Pode falar, meu amor! Eu estou ouvindo.
__ Amor, eu preciso que você preste atenção, é um assunto delicado e não quero que você fique chateada ou entenda errado.
Falo baixinho, bem perto do seu ouvido.
__ Pode me falar, eu estou te ouvindo.
Na verdade eu não sei por onde começar e qual será sua reação. Faço um minuto de silêncio para raciocinar como vou começar a contar:
__ É que eu tinha uma namorada quando fiquei com você em Ilhéus.
Todo o avião, até os passarinhos que estão voando lá fora escutam o estalo dela fechando a revista. Seu olhar está me matando e se tivesse uma porta aberta eu voaria com os passarinhos nesse momento:
__ Do que você está falando?
__ Eu achei melhor você saber por mim e eu posso te explicar o que aconteceu.
Não sei se foi uma boa ideia, mas ao menos ela não tem para onde fugir e terei oportunidade de lhe explicar o que aconteceu.
__ Então você está me dizendo que tem outra pessoa, é isso?
__ Não é isso, eu tinha uma outra pessoa, com quem eu ficava de vez em quando, mas não era um compromisso, a gente se curtia e passava o tempo.
Ela não me olha e volta a folear a revista. Sinto que estou falando sozinho mas como ela não é surda eu vou desabafar tudo de uma vez. Seja o que Deus quiser:
__ Eu a conheço há muitos anos e tínhamos um acordo, só ficávamos juntos se não tivéssemos ninguém no caminho, era um namoro aberto.
__ Não adianta eu perguntar quem é, pois não conheço ninguém da sua cidade, não é mesmo?
__ Acontece, que você conhece!
Ela para novamente de olhar a revista e me encara:
__ Quem é?
Engulo seco e, o que é um pingo d'água para quem está molhado?
__ É a Rosinha.
__ Você está de brincadeira, a moça da venda?
__ Sim, mas terminamos tudo assim que cheguei em Minas, eu te juro que não tenho mais nada com ela.
__ Mas ela é uma menina, deve ter no máximo uns, vinte anos?
__ Não, ela tem vinte e cinco anos.
__ A quanto tempo vocês estão juntos?
__ Nesse enrosco, uns cinco anos.
__ Eu não posso acreditar! E você terminou um namoro de cinco anos por minha causa. Eu estou me sentindo péssima.
__ Acontece que nunca foi amor, foi só passa tempo, eu e ela éramos apenas sexo.
__ Eu não sei o que lhe dizer, eu preciso pensar e entender o que está acontecendo. Nós estamos juntos há um mês e pouco e já vamos nos casar, enquanto você ficou cinco anos com essa moça e simplesmente terminou.
Viro-me em sua direção e tento acalmá-la:
__ Amor, eu nunca senti por ninguém o que eu sinto por você. E não era de se imaginar que eu estaria sozinho a minha vida inteira te esperando. Eu tive outras mulheres, foram muitas e Rosinha também teve outros ficantes, que eu sei. Eu te disse, nosso relacionamento era aberto, não era compromisso.
__ Me deixa entender!
Você e a Rosinha ficavam juntos e podiam ficar com outros, é isso?
__ Sim, é isso!
__ Só tem uma coisa, peão! Comigo não existe isso, você é meu, está comigo e não existe hipótese de você ficar com outra, porquê se eu souber não sobrará nada da sua existência para contar a história.
Ela fala baixo, num tom que causa arrepio e pavor.
__ Eu concordo, amor! Plenamente, eu sou fiel a você e serei até a morte.
__ Renan, eu não quero saber de você na porta daquela venda, e muito menos Rosinha indo te visitar na fazenda.
__ Não amor, ela não vai na fazenda, minha mãe já a colocou, para correr de lá.
Nem vou entrar em detalhes, pois posso piorar às coisas. Ela volta a olhar sua revista e eu fico mais tranquilo, parece que consegui resolver esse problema se é que eu posso pensar assim.
Estamos em Belo Horizonte e ela não fala uma palavra desde que chegamos. Vamos para o meu apartamento pois sairemos de madrugada para a fazenda.
A morena está calada e apenas remoendo o que falamos no avião, eu sei porque ela entra para o banho e não me chama, não vou arriscar termos uma discussão logo agora. Não sou louco em procurar confusão, estou em desvantagem.
Eu preparo um lanche e sirvo a mesa, ela está com uma camisola atraente e o cabelo preso em um coque malfeito. Eu a sirvo e ela agradece com gentileza. Acho que ganhei alguns pontos com esse gesto de carinho. Do nada ela pergunta:
__ Você também era carinhoso com ela?
__ Carinhoso, como?
__ Trazia ela aqui no apartamento e fazia lanchinhos para ela?
__ Não, eu nunca a trouxe aqui. A gente sempre ficou lá na roça mesmo, nas festas de peão e nos rodeios.
Ela não fala mais nada, mas sinto que está maquinando alguma coisa.
Lembrei-me de um comentário do Sandro: __Mulher processa tudo que você falou, guarda na memória e depois joga tudo na sua cara igual vírus de computador. Pode passar cem anos, ela vai lembrar e vai jogar na cara.
Tomo meu banho, faço uma hora no banheiro para ela dormir e amanhã, será vida nova.
Crio coragem para ir para a cama. Abro a porta do banheiro bem devagarinho e ela está toda linda dormindo como um anjo debaixo dos lençóis. Decido deitar bem quieto para não acordá-la.
Deito-me devagar e em instantes sinto sua perna passar por cima das minhas, a danada está sem calcinha e toda encharcada. Ela fez de propósito para me castigar. Sua mão passa em meu peito e não sei se está dormindo ou acordada.
Eu não consigo dormir, pois sua umidade latejando na minha coxa está me deixando louco. Sinto ela se esfregar em mim e quando olho em sua direção ela abre um sorriso lindo e diz:
__ O morango está passando do ponto de ser colhido, não vai querer?
__Não precisou falar duas vezes, minha boca já estava salivando.
A puxo para os meus lábios e fazemos o melhor sexo das nossas vidas. A morena é puro fogo e o que eu mais quero é sair queimado. Não tocamos mais nesse assunto da Rosinha, agora é deixar passar o carnaval, oficializar o noivado e enfrentarmos o sogro...
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Atualizado até capítulo 86
Comments
Marli Santos
fogo 🔥
2023-12-10
1
Jucilene De Fatima
kkkkkk esse morango é que fica bom kkkkkkkk
2023-10-26
1
Meire
e você, vai ser fiel a ele?
e essas viagens que vocês falam que o que acontece lá fica lá?
então tudo pode acontecer, até ficar com outros homens e só o chiftudo dos namorados não vão saber e ainda têm que ser fiel a vocês? quxnta hipocrisia né linda?
2023-09-07
2