Sentamos de frente aos meus pais a mesa do café e eles ficam encarando Tábata que já está sem graça com o jeito deles.
Eu até compreendo a atitude deles, pois ela parece uma pintura de tão linda e seu sotaque baiano dá um charme especial na morena.
Eu seguro em sua mão por cima da minha perna e ela abre um sorriso lindo. Minha mãe que está se segurando para começar a sabatina, faz a primeira pergunta:
__ Você é formada, fez faculdade?
Para minha mãe as pessoas têm que ter ao menos um diploma, ela acha que sem estudos é impossível alguém ter sucesso na vida.
Ela queria muito ter estudado, mas se casou muito nova, de cara teve dois filhos e minha irmã nasceu doente do coração, até que há alguns anos ela faleceu.
__ Eu sou formada em administração e gerenciamento, marketing e desenvolvimento. Tenho outros cursos também, gosto muito de trabalhar diretamente com as pessoas, por isso tenho uma loja para turistas na orla de Salvador.
Ganhou minha mãe com poucas palavras e meu pai nem se conta, está apaixonado por ela:
__ E você casando com nosso filho, pretendente fazer o quê, por essas bandas?
Ela olha para meu pai e minha mãe e seguida vira-se em minha direção com um olhar sincero e responde:
__ A princípio quero ajudá-lo na administração da fazenda, trabalharmos para ampliar as lavouras com um maquinário que vá beneficiar a mão de obra e aumentar a produção e os lucros, quero cuidar dele como esposa e ter alguns filhos.
Agora até minha mãe casa com ela, era tudo que eles queriam ouvir. Eu escuto essa ladainha desde que transei a primeira vez na adolescência:
__ Você precisa de uma moça trabalhadora, que vai te apoiar, cuidar de você e te encher de filhos...
__ E seus pais, estão de acordo com esse casamento?
Minha mãe pergunta e estou achando que ela vai no cartório amanhã marcar o casamento para não haver desistência.
__ Sim, mas meu pai é um pouco exigente, ele é delegado, é um homem muito hostil e gosta de tudo dentro de uma norma que só ele entende.
__ Não entendi, ele é ou não a favor do casamento?
Meu pai pergunta com seu jeito simples de homem sem estudo.
__ Ele é a favor, mas o Renan terá que ir lá em casa, conversar com ele e mostrar suas verdadeiras intenções.
__ Mas ele vai, meu filho é homem de palavra e se precisar eu e a Joséfa vamos juntos. Se é para garantir que você vai ser bem cuidada, bem recebida na nossa família, ele pode ficar tranquilo que daremos toda a nossa benção para o casamento.
Está aí Joséfa que não me deixa mentir.
__ Eu tenho certeza disso, senhor Rodolfo, já me sinto bem acolhida e quero muito aprender a ajudar no que for preciso, nos cuidados das coisas do Renan e nos afazeres da casa e da fazenda.
Pela cara dos meus pais eu já estou casado, minha carne está tratada e meu couro está vendido. Se eu fizer qualquer coisa errada sou expulso de casa e eles adotam ela.
Eu saio para mostrar a fazenda para Tábata, meus pais ficam na sede da fazenda em quanto eu rodo as terras de caminhonete mostrando os altos das lavouras de café.
__ Você cuida de tudo isso sozinho?
Ela pergunta preocupada com o tamanho da lavoura e a quantidade de serviços:
__ Eu administro a fazenda, tenho meus curingas que me ajudam.
Quando eu comecei a plantar os cafezais e refazer as lavouras velhas que davam muitos gastos e pouco lucro, Alex veio para a fazenda e ficou aqui comigo, seu pai havia morrido e ele estava muito abatido e metade dessa lavoura ele me ajudou a plantar.
Ela fica parada olhando a quantidade de café plantado e espantada com a história.
__ Não dá para acreditar, ele é tão burguês, não o imagino trabalhando na roça.
__ Alex é um irmão para mim, os outros também são, mas Alex é uma pessoa com quem eu posso contar sempre. Ele muitas vezes largou sua vida para passar meu aniversário comigo, natal e ano novo.
__ Marina também é assim, ela é a pessoa que une as amigas e não nos deixa separar. No carnaval nós viajaremos, par ficarmos com as meninas que estão precisando de nós.
__ Vocês irão para onde?
__ Desculpa, amor! Mas eu não posso falar, fizemos um voto de não contarmos para ninguém.
__ Mas eu sou seu namorado, quase seu noivo, quase seu marido...
Falo a puxando para meus braços e beijando seu pescoço.
__ Eu sei, querido. Mas eu não posso trair minhas amigas.
Tento persuadi-la mas não consigo. Elas tem um juramento e não quebram por nada.
Voltamos para casa e almoço está servido, Maria que ajuda minha mãe nos afazeres da casa está encantada com minha futura noiva. Elas conversam sobre coisas do lar enquanto Tábata lava as louças.
Minha mãe parece que ganhou na loteria está indo ao delírio com a possibilidade de ter uma nora como filha.
A noite ficamos na varanda, está calor e algumas pancadas de chuvas de verão refrescam as noites nas montanhas mineiras.
Tábata encosta a cabeça em meu ombro e meu pai conta "causos" de quando meu avô comprou essas terras e que não tinha estradas nem luz elétrica. Era a base do lampião.
Minha mãe conta como foi meu nascimento e, hora alguma fala na minha irmã.
Está tarde e como levantamos cedo para tirar o leite, minha mãe arruma as camas e diz com seu jeito mineiro:
__ Vocês vão dormir no mesmo quarto ou separados?
Eu estranho, pois ela nunca aceitou meus namoros em casa. Deixo Tábata responder e ela está sem graça.
__ Vocês dois , com quase quarenta anos não vão querer que a gente ache que ainda não fizeram nada! Não é verdade Rodolfo?
__ Sim Joséfa, ainda mais que passaram o dia inteiro e a noite toda naquele apartamento da capital.
Os dois hoje tiraram para me matarem de vergonha. Tábata dá um sorriso e diz:
__ Vocês dois têm razão, não somos crianças e tudo que poderia ser feito já fizemos. Só meu pai não pode descobrir, senão terei um marido sem parque de diversões.
Os meus pais riem do comentário e eu fico todo sem graça. Quando chegamos no quarto minha mãe já tinha até mesmo colocado às malas dela no meu guarda-roupa. Eles querem me ver casados a todo custo.
Entro no banheiro e nossas escovas estão juntas e duas toalhas iguais. Eu tenho uma sensação de que foi a melhor escolha que eu fiz e mais acertada.
É a nossa primeira noite na nossa casa, mesmo não estando casados ainda, eu não quero que nunca termine e que seja assim para sempre.
Eu me deito e a fico esperando na cama, meus olhos enchem de lágrimas ao vê-la sair do banheiro com uma pequena camisola de seda. Ela vem em minha direção e deitando-se em meu peito o meu coração acelera. A beijo com ternura e devagar a possuo como minha mulher. Ela está toda carinhosa e pronta para me receber. Entro lhe proporcionando prazer e ela se deleita no meu corpo. Tivemos uma noite maravilhosa e prometi a mim mesmo que será assim todos os dias da nossa vida.
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Atualizado até capítulo 86
Comments
Sandra Busnello
Ou pelo menos até a Rosinha se manifestar kkkk
2024-12-10
0
Katia Caldas
rindo horrores kkkkkkk
2024-09-12
2
Maria Helena Pereira
lindos amando a história
2024-07-06
0