Depois de um longo cochilo dentro deste ônibus, lembro-me da primeira vez que viajei na vida. Após me formar no ensino médio de minha pequena e humilde cidade na região nordestina do Brasil, minha mãe me mandou para cá, para o Rio de janeiro, a cidade maravilhosa e cheia de oportunidades segundo as expectativas dela. Vim imatura e também cheia de esperanças de trabalhar e fazer o meu tão sonhado curso de enfermagem aqui.
Derick da Silva Cardoso, meu irmão mais velho, aqui já morava fazia exatos três anos e foi para casa dele, que minha mãe me confiou a nova vida.
Derick mora numa pequena casinha na comunidade pacificada no centro do Rio, trabalha de segurança em um dos grandes hotéis 5 estrelas da cidade maravilhosa.
Ele tem uma namorada que se chama Thalia que também trabalha no mesmo hotel de camareira.
Tem uns seis meses em que cheguei aqui, embora fui muito bem recebida pelo meu irmão, sinto-me frustrada, pois ainda não consegui um emprego fixo, portanto ainda não consegui pagar meu curso técnico de enfermagem.
Desde que cheguei, apenas consegui alguns bicos de faxina, trabalhei numa padaria, lanchonete, pensão e até já fiz uns bicos no hotel onde meu irmão trabalha.
No momento estou voltando de uma faxina que fiz na casa de uma madame bem enjoada que me arrumaram pra hoje. Estou exausta, aquela casa é enorme e a folgada quis me exigir trabalho além do combinado da minha diária.
Desço do ônibus e subo a ladeira até em casa, encontro no caminho com o Robson, um dos colegas de meu irmão.
ROBSON: Já vi pela sua cara que o serviço foi pesado! Rs
ANALICE: Sim e muito! Rs
ROBSON: Hoje teremos baile, você podia ir e curtir um pouco. Lembre-se que na vida temos que ter um pouco de lazer.
ANALICE: Quem sabe dou um pulinho lá mais tarde. Rs
ROBSON: Tomara que sim! Até mais!
ANALICE: TCHAU!
Chego e meu irmão está fumando na varanda na presença de Thalia.
DERICK: Chegou minha gata borralheira!
THALIA: Cansada cunha?
ANALICE: Muída! Rs
THALIA: Bom, eu tenho uma boa notícia para você.
ANALICE: Por favor! Capricha que estou precisando.
THALIA: Daqui a dois meses serão minhas férias e conversei com a minha chefe de andar pra colocar você em meu lugar. O efetivo de hóspede aumenta nessa época do ano e eu e mais duas estamos com as férias mais que vencidas e ela não terá tempo de disponibilizar treinamento para novos funcionários. Então, como você já prestou serviço lá... rs
ANALICE: Sim, mais foi através da terceirizada por conta daquele evento.
THALIA: Sei, mas me ajudou muito lá e Inês reconheceu todo seu esforço, e como ela sabia que eu te conhecia, só precisei cantar a pedra.
DERICK: Que massa amor!
ANALICE: Seria ótimo trabalhar lá por um mês inteiro.
THALIA: Quem sabe ela até te efetiva, durante esse período.
ANALICE: Seria uma grande oportunidade, só assim eu poderia arcar com as despesas do meu curso.
DERICK: Está notícia merece uma comemoração! Vamos para o baile mais tarde.
ANALICE: Essa noite merece! Vou tomar uma ducha, comer alguma coisinha e recuperar as energias para mais tarde.
...✴️...
Analice da Silva Cardoso, uma jovem de 20 anos e a segunda filha de pais nordestinos, com 3 irmãos: Derick 28, David 12 e Alícia de 10 anos.
Seu pai Ícaro faleceu quando Analice tinha 15 anos e de lá pra cá a vida deu uns apertos financeiros, mais nada que dona Ana uma mãe nordestina porreta não pudesse resolver com seus trabalhos de costureira.
Analice sempre foi uma menina muito tranquila, e bem alegre, sempre sorridente, estudiosa, trabalhadeira e dedicada a família.
Focada no seu objetivo em ganhar a vida como enfermeira, ela veio pra capital no intuito de realizar seu sonho que aflorou desde a partida do seu pai.
Enquanto não conseguia dar início ao seu curso, devido à instabilidade financeira ela corria atrás de conseguir primeiro um emprego fixo.
Analice curtia a vibe do baile, até dançava um pouco com sua cunhada e se divertia. Ela tinha um carisma natural, embora sempre procurou não chamar muita atenção para si. Alguns rapazes da comunidade, sempre chegavam nela, mas ela não dava brecha, achava que namorar seria perda de tempo e atrapalharia ela de focar em seus objetivos.
THALIA: Ana o Robson não para de olhar para você.
ANALICE: Também percebi! Rs
THALIA: Por que você não fica com ele? Ele é bem gatinho e já transpareceu pro seu irmão o interesse dele em você.
ANALICE: Sério? E o que Derick disse?
THALIA: Ah, você sabe que ele não é do tipo ciumento, mas disse que você tem outras prioridades.
ANALICE: Ainda bem que meu irmão me conhece bem!
THALIA: O Robson está vindo. Rs
ROBSON: Ei Ana, você veio mesmo! Está bebendo o que? Oi Thalia!
THALIA: Oi! Bom, vou ali caçar meu homem que sumiu.
ANALICE: Ele não foi ao banheiro? (Thalia saiu sem responder...)
ANALICE: Doidinha essa minha cunha. Rs
ROBSON: E então...
ANALICE: Eu estou bebendo cerveja, cracudinha.
ROBSON: Eu tava tomando vodca, mais vou buscar um balde de cerveja pra te acompanhar.
ANALICE: Não precisa, eu estava já pensando em voltar pra casa.
( Ele saí e pede pra ela aguardar e volta com o balde)
ROBSON: Aqui!
ANALICE: Então vamos bebemorar! rs
ROBSON: Ana eu estava aqui pensando que deveria te levar nuns point top da cidade.
ANALICE: Em quais?
ROBSON: Já foi na casa da cachaça na Lapa?
ANALICE: Sim.
ROBSON: No Teatro Odisseia?
ANALICE: Também conheço.
ROBSON: Lounge 69? Club six? Parque Lage?
ANALICE: Esqueceu que sou irmã do Derick? O Nordestino mais carioca do mundo! Rs
ANALICE: Quando mal cheguei no Rio o que ele mais fez durantes suas folgas, foi me levar pra passear em vários lugares e dizer aonde eu deveria e não ir. Rs
ROBSON: é verdade! Pode se dizer que seu irmão é mais carioca do que eu. Rsrs
ANALICE: Agradeço o convite, mas eu estou precisando mesmo é arrumar um emprego certo e poder pagar pelo meu curso.
Logo volta minha cunhada com meu irmão trazendo mais um balde de cerveja e ficamos ali bebendo e curtindo o baile, sinto um cansaço olho a hora e vejo que são duas da manhã, vou até o barzinho peço um balde e volto.
ANALICE: Aí galera, esse tá pago pra vocês, e eu vou indo que estou exausta.
DERICK: Essa é minha maninha!
THALIA: AH! Fica mais um pouco!
ANALICE: Já fiquei até de mais cunha. Tchau galera!
ROBSON: Eu te acompanho.
ANALICE: Não precisa pode ficar!
ROBSON: Faço questão!
Ele me acompanha e quando abro o portão para entrar em casa ele se aproxima e arrisca um beijo.( interrompi)
ANALICE: Robson, eu não quero! Você tem sido bem atencioso e legal comigo desde quando cheguei mais não quero me relacionar com ninguém.
ROBSON: É só um beijo gata!
ANALICE: Mesmo assim não quero! Desculpa e obrigada por me acompanhar. Tchau!
Entro e fico pensativa no beijo, realmente não é o que quero, menos ainda com ele, apesar de ser um carinha bacana.
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Atualizado até capítulo 61
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