CAP 10 ANALICE - O Pingente

Questão de segundos, após o alarde de uma fã, uma multidão cercou Luke entre gritos e abraços, vejo que dois seguranças correm em sua direção e o escolta até a entrada do Belmond, dou meia volta indo para a orla e caminho ali antes de pegar a condução e voltar para minha casa.

Nos meus pensamentos, me vem ontem à noite o clima que rolou, tive a sensação que ele iria me beijar. Fiquei hipnotizada em seu olhar fixo no meu e não tive reação, se não fosse pelo barulho da gata da vizinha...

E como ele dorme pesado, levantei as 8 da manhã, fui à padaria, comprei pão, fiz café, liguei o liquidificador e fiz aquele bolo de cenoura e ele nem se mexeu. Quando vi a hora passando, fiquei preocupada e resolvi acorda-lo.

Fiquei o encarando dormindo tão sereno, reparando cada traço do seu perfeito rosto e traços de barba nascendo ali naqueles pequenos pontos, despertei daquela situação e comecei a chama-lo uma, duas vezes e o cutuquei no ombro quando ele começou despertar e abriu um lindo sorriso que senti na mesma hora meus batimentos acelerar, vê-lo abrir aqueles olhos castanhos tão vívido e aquele sorriso com dentes tão brancos e perfeitos me deixou sem ar.

Trocamos algumas frases até o momento que ele fala algo sobre banho e ao se levantar, pude reparar melhor como ele é gostoso, um corpo esculpido de um galã de respeito e os gominhos do seu tanquinho atraiu meus olhares até sua sunga que revelou um volume que me deixou muito sem graça e atordoada, me assustei e fiquei com vergonha do motivo e fui pra cozinha sem conseguir falar, mas apontando pra porta do banheiro num sinal que ele poderia usar.

Começo a rir agora da situação e de como fiquei sem graça e óbvio que ele percebeu depois, ao entrar no banheiro às pressas se desculpando. Rs

Tudo que aconteceu ontem, foi uma loucura eu ajudando um famoso a fugir e leva-lo pra minha casa pra irmos pro baile da comunidade e a briga depois? Que loucura!

Mas foi divertido, embora a dificuldade na comunicação era nítida, a gente se entendeu bem. Pena que não tivemos a oportunidade em nos despedir.

Vou guardar esse episódio pra sempre. “A camareira que se divertiu com um astro”

Vou para o ponto e entro no ônibus, no caminho pesquiso no google: Luke Klahan

Aparece uma fotinha dele, com a descrição: Ator, modelo, idade 23, vive na Tailândia, mais é nipo-americano, um monte de trabalhos de doramas, passarela, telenovelas e filmes.

Clico em um dos filmes, e aparece o trailer que vi esses dias na tv. Olho as fotos, e como ele faz publicidade, e como ele é bonito. Agora clico nuns links de reportagens e começo a ler alguns artigos até chegar no meu ponto de descida.

Estou subindo entretida nos artigos, e escuto meu nome.

ROBSON: Analice!

ANALICE: Oi, Robson!

ROBSON: Me desculpe por ontem!

ANALICE: Você se excedeu, fiquei desapontada.

ROBSON: Eu sei! Me perdoa por favor!

ANALICE: Achei que dá outra vez eu tinha sido clara com você. Que não estou interessada em relacionamentos.

ROBSON: Por causa do gaúcho?

ANALICE: Não! Ele é apenas um colega do trabalho, que até deve voltar pra sua terra em breve.

ROBSON: Só queria me desculpar! Prometo que aquilo não vai mais acontecer.

ANALICE: De qualquer maneira, acho melhor não nos falarmos por uns tempos. Até!

Entro na minha rua e reviro os olhos com as desculpas de Robson. Embora ele deixou um pequeno corte na boca de Luke, vi que o Luke fez um estrago maior com aquele olho inchado e roxo de Robson.

Em casa, meu celular toca e era chamada de vídeo de Derick ao lado da minha mãe e irmãos.

ANALICE: Mamãe que saudades! Oi pirralhos!!

Converso por horas com minha família e sigo o resto do dia organizando a casa, lavo e guardo o uniforme de Vítor e já a noite, vou ao banheiro escovar meus dentes para deitar vejo um colarzinho com um pingente de um elefante.

ANALICE: Ora, isso com certeza não é de Derick. Será que é dele?

ANALICE: Não reparei que ele usava um cordão.

Falo em voz alta comigo mesma e pego o cordão e coloco em minha bolsa, pensando em como devolveria isto pra Luke, se não trabalho no andar que ele está. Será que devo ir até os andares máster ...

...✴️...

Na manhã seguinte, estou no hotel colocando meu uniforme e sigo para meus trabalhos, cruzo com Vítor pelos corredores do terceiro andar.

VÍTOR: Ana, bom dia! Vejo que não se atrasou hoje. Rs

ANALICE: Hoje não dei brecha para o cochilo de 5 minutos. Quer sua mochila agora?

VÍTOR: Na hora do almoço eu pego com você. Deixa eu ir, que está chegando uma penca de Hóspedes para as suítes máster.rs

ANALICE: Vítor!

VÍTOR: Oi!

ANALICE: Posso te perguntar algo?

VÍTOR: Já está perguntando... rs Do que se trata?

ANALICE: Você, por acaso sabe em qual quarto está hospedado um gringo da Tailândia, ele é ator: o Luke Klam, Luke cazan...

VÍTOR: Luke Klahan!

ANALICE: Isso! Você o conhece?

VÍTOR: Claro! Minha irmã é fã dele de doramas que ele faz. Ana, cá entre nós, eu até consegui um autógrafo dele pra ela.

ANALICE: Então...

VÍTOR: Ele está no 601. Por que?

VÍTOR: Não vai me dizer que você também é uma fã e quer invadir o quarto dele.

ANALICE: Não. Quer dizer, só queria dar uma espiadinha, não vou entrar no quarto dele, e correr o risco de ser demitida. Rs

VÍTOR: OK! De qualquer maneira, tome cuidado! Não quero que você perca seu emprego. Até mais!

Vítor sai empurrando seu carrinho bagageiro vazio, voltando para o hall de entrada e sigo para os quartos fazer meus trabalhos.

À tarde, crio coragem e pego o elevador de serviço para o sexto andar, quando as portas se abrem, vejo uma movimentação no 601. Uma mulher jovem choramingando e mais dois homens discutindo, não vejo o Luke no meio da confusão. A mulher é acompanhada pelo mordomo e mais um cara ruivo e carrancudo passam por mim sem me notar e falavam um idioma que não identifico.

O mordomo me olha curioso e abaixo a cabeça para não ser reconhecida, disfarço e saio voltando para meu andar.

Não foi dessa vez! Amanhã tento novamente...

...✴️...

No dia seguinte, no horário do almoço vou até o restaurante do hotel e espio olhando os hóspedes na tentativa de vê-lo, ele não apareceu.

Tiro o pingente do bolso, e digo pra mim mesma “Acho que você terá que ficar comigo agora” coloco o cordão no meu pescoço e volto aos meus afazeres.

Antes do final do expediente, vou novamente pegar o elevador para o 6º andar, quando entrei determinada no elevador vi a Júh da recepção subindo.

JÚH: Ana! Vou largar daqui a pouco, vamos juntas?

ANALICE: Oi Juh, vamos sim!

JÚH: Está indo pra qual andar? Você não apertou.

ANALICE: AH! O 4º por favor!

JÚH: Eu vou entregar isso aqui pra uma dondoca do 503. Sobrou para mim! Rs

Ela me mostra uma sacola com uma meia calça e sutiã adesivos.

JÚH: Só vou deixar isso e já te encontro pra irmos.

O elevador para no andar de cima e desço, em seguida volto para o térreo pelas escadas para me trocar e ir para casa.

...✴️...

Hoje meu turno começa as três da tarde, é o terceiro dia que estarei indo trabalhar e ainda não consegui ver Luke.

Por volta das cinco da tarde, encontro com Eline saindo...

ELINE: Achei você! Inês estava te procurando. Parece que uma criança do 305 teve insolação e vomitou o quarto inteiro.

ANALICE: Nossa, coitada! Já estou indo.

ELINE: Boa sorte amiga! Porque vejo que seu turno noturno será agitado. Até!

Sigo para o 305 fazer a limpeza, quando termino Inês manda eu ir jantar, me designa mais três tarefas e me libera para dormir um pouco.

Olho para o celular e vejo que é meia-noite, estou sem sono e vou pegar minhas jujubas e ir para o terraço.

Quando chego no meu espaço secreto, vejo que tem um homem de costas e me aproximo, ele se vira e meu coração dispara, era o Luke que ao me ver abre um largo sorriso e me abraça.

LUKE: Analice!

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