Agachado num cubículo e com um pouco da luminosidade de um pôr do sol pelas frestas da portinha vejo uma moça que aparenta ter a mesma idade que eu, talvez um pouco menos, uniformizada com uma das mãos no meu joelho se apoiando e olhando pela fresta da portinha. Encaro seu rosto delicado, com olhos esverdeados bem vívidos, seu cabelo castanhos presos num coque e umas lindas covinhas.
Ela se levanta abre a portinha saindo...
ANALICE: Ei, Pode sair!
Ela fala no idioma dela, e compreendo que era para eu sair, levanto e ficamos um de frente ao outro nos encarando, ela é bem baixa sua cabeça bate na altura do meu peito, e vejo os traços do seu rosto bem delineado que é uma moça bem jovial. Resolvo quebrar o silêncio agradecendo-a.
LUKE: Obrigado!
ANALICE: Do que você fugia? Por acaso fez algo de errado?
Ela começa a saltar umas frases em português que pouco entendo, então ela fala novamente em inglês...
ANALICE: I’m Brazilian! My name Analice and you?
LUKE: (INGLÊS) “Obrigado por ter me escondido, gostaria de fugir um pouco daqui e não falo muito seu idioma, conheço apenas algumas palavras.”
Ela me olha confusa e apesar dela ter soltado uma frase em inglês, notei que ela não domina o idioma.
ANALICE: Eu not inglês!
Realmente ela não compreendeu nada do que falei, ela pega seu celular e começa a digitar e fala no seu idioma e depois aproxima o celular em meu ouvido que traduz suas palavras em inglês.
ANALICE: Do que você fugia? Por acaso fez algo de errado?
Compreendi o aplicativo e faço o mesmo e assim nos comunicamos, ela pergunta se fiz algo de errado, se eu era hóspede e durante essa conversação com a ajuda do celular, vejo um movimento no terraço do heliponto e era um segurança, com medo de ser pego a empurro no canto de uma pilastra para despistar o segurança nos escondendo, que por pouco não nos viu.
Olho para ela que está sem reação e só agora percebi que a tocava e estava muito próximo a ela, a solto e me desculpo.
ANALICE: Bom. Eu vou indo! Fique o tempo que quiser, não virá mais ninguém aqui esse horário.
LUKE: My name is Luke!
Resolvo me apresentar e estendo a mão para ela que me olha e repete seu nome “Analice”
Pego seu celular e falo no tradutor...
LUKE: Analice, Conhece um jeito de me tirar daqui sem que me vejam?
ANALICE: Você se esconde como se fosse artista! Rsrs
Fiquei surpreso em chegar aqui neste país e ver que atraia muitos fãs, mas era nítido que não era o caso dela, ela não me olhava com olhar de fã ou admiração pelo meu perfil, como eu costumava presenciar aonde quer que fosse. Não fui reconhecido por ela e começo a soltar frases dando dica da minha popularidade no país, percebo realmente que ela não faz a mínima de quem eu seja e peço-lhe ajuda para me tirar do hotel, não tenho a intenção de aturar Steven e Decha.
Ela pede para eu esperar ali e sai, aguardo cerca de 20 minutos e vejo uma moça com longos cabelos bem enrolados e volumosos de calça jeans bem justa, sapatilha, blusa rosa de seda com um decote em v realçando seus seios tamanhos médios e bem delineados, diria que ela tem um lindo corpo, magrinha mas com curvas atraentes e delicadas.
ANALICE: Aqui! Isso deve servir, é o uniforme do Vítor mensageiro.
Ela me entrega umas roupas e se vira, me troco e vejo que ela me arrumou um uniforme de mensageiro do hotel.
LUKE: Pronto!
Ela me olha de cima à baixo e rir, me entrega um quepezinho e diz:
ANALICE: Então, vamos! Mantenha a cabeça baixa e venha atrás de mim.
Sigo ela e saímos discretamente passando pela ala dos funcionários do hotel, um concierge passa por ela falando algo que não entendo e abaixo a minha cabeça, ela se vira me olha e diz baixinho:
ANALICE: Muito bem! Continue a me seguir...
Conseguimos sair do hotel sem sermos descobertos pelos funcionários e ao contornar passando pela frente do hotel vejo um grupo de fãs, recuo e Analice me olha e pega em minhas mãos.
ANALICE: Continue... Elas não irão te reconhecer vestido assim!
Consigo compreender o que ela fala sem o tradutor e ela tem razão.
Caminhamos e estamos na orla a alguns metros do hotel, tiro o quepe e a entrego, mas ainda estou preocupado em ser reconhecido olhando para trás pra ver se algum momento era seguido, ela percebe minha preocupação e diz:
ANALICE: Me siga! Tive uma ideia!
Ela entra em um ônibus e paga nossas passagens, percebo que não estou com a carteira e nem celular, sentamos e descemos dez minutos depois numa outra praia mais deserta e linda, o ar do cair da noite é bem fresco e úmido, caminhamos lado a lado sem dizer nada e pego o celular dela para puxar um assunto.
LUKE: Novamente devo te agradecer! Era disso que eu precisava! Poder sair um pouco anônimo e respirar.
ANALICE: Você deve ser muito ocupado. Pela sua aflição deve ter uma vida bem difícil já que é tão famoso.
LUKE: Não para você né? Rs
Ela para e senta numa mureta à beira praia...
ANALICE: Desculpe não conhecer seu trabalho! Dá onde você disse que é mesmo?
LUKE: Tailândia!
ANALICE: Ah! Não sou muito ligada nos lados asiático, por isso não conheço seu trabalho. Mas aqui vi que é muito famoso pela quantidade de fãs que fazem campana no hotel.
LUKE: Nem eu tinha ideia de como era minha popularidade aqui.
Tento contar para ela minha rotina de ator consagrado no meu país e os desgastes das últimas semanas por conta de Steven.
Embora arrumamos um jeito estranho de se comunicar, a conversa fluí e sinto bem à vontade de desabafar com ela. Ela é tranquila, me ouve e argumenta bem suas opiniões. Por sermos de continentes diferentes, a cada frase que trocamos só aumenta a curiosidade de saber um pouco mais um do outro.
Do nada minha barriga emite um som de fome e ela rir, que me deixa um pouco constrangido.
ANALICE: O que será que um astro come? Bom espera ae...
Ela saí e vai num quiosque aberto a poucos metros daqui e volta com dois espetinhos, me entrega um com uma lata de refrigerante.
ANALICE: Está quente, coma com cuidado!
LUKE: OBRIGADO!
Dou uma mordida na massa que me lembra uma panqueca, recheada de queijo e presunto e sinto que não é nada que não tenha comido mas em formato diferentes e está muito bom.
Ela me olha sorrindo e seu sorriso é radiante e seu olhar tão doce e intenso que me pego hipnotizado.
Sinto um calor e tiro o paletó do uniforme ficando apenas com a camiseta que estava por baixo e com a calça curta do uniforme. Ela pega o paletó da minha mão dobra e guarda na sua bolsa.
ANALICE: Vamos caminhar e aproveitar esse ar fresco!
Ela se levanta e me puxa, segurando em minhas mãos ela me arrasta até a beira da praia, tira suas sapatilhas e molha os pés no mar, ela parece se diverti com a água gelada e faço o mesmo, chuto um pouco de areia molhada nela que me olha com cara de divertimento e retribuí me molhando e saí correndo feito uma garotinha travessa.
Corro atrás dela e tropeço nos meus próprios pés caindo sobre ela a derrubando e estamos molhados e rindo muito.
ANALICE: Olha o que você fez!
Ela me empurra me molhando mais ainda, e resolvo entrar no mar de vez, ela não me segue mas, está sentada na beira rindo de mim. Me sinto leve e feliz como a tempos não sentia e sua doçura de menina me faz agir como uma criança e nos torna como conhecidos de longa data.
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Atualizado até capítulo 61
Comments
Joanne k2
vai rolar um clima💞
2023-04-09
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