Estou sentada na areia um pouco molhada, e confesso que me diverti com o gringo desconhecido, conversamos um pouco sobre o motivo dele fugir do seu empresário e notei que na vida desse cara o que lhe falta é um pouco de diversão, não como um astro e sim como uma pessoal normal.
No seu olhar tão aflito e preocupado de mais cedo, vejo agora um garotinho que parece que nunca viu o mar ou brincou com outra criança.
Ele sai do mar ensopado e senta ao meu lado falando umas frases que nem inglês é.
ANALICE: Por acaso está me xingando?
LUKE: What? Rsrs
PEGO O CELULAR...
ANALICE: Que idioma foi esse?
LUKE: Falei em tailandês que “precisava disso!”
ANALICE: Venha! Vamos sair daqui que estou começando a sentir frio.
Ele estava totalmente encharcado e resolvi andar com ele, caminhamos em torno da lagoa e depois passamos por uma praça de skate e assistimos as exibições dos rapazes, ele olha atento a cada manobra e depois faz um sinal pedindo pra usar um dos skate dos meninos e demonstra que ele também manja do assunto.
ANALICE: Uau! Arrasou.
LUKE: Quer tentar?
ANALICE: Não! Rs
Ele me oferece pra tentar andar no skate, me recuso mas ele insiste e me ajuda tentando me ensinar junto com um dos meninos, foi engraçado e vergonhoso de alguns tombos que levei. Porém, foi uma experiência bem divertida.
Nos despedimos dos rapazes skatistas e continuamos andando pela cidade, eu mostrava a ele alguns lugares bacanas para ir.
Ele apontou uma boate que é top do local, mas acredito que lá ele seria reconhecido e sem contar que não estávamos apresentáveis para entrar em um lugar como aquele. Percebi que ele queria agitar e tive a ideia de leva-lo no baile da comunidade, mas antes teríamos que nos trocar.
ANALICE: Tive uma ideia Luke! Mas, precisamos nos arrumar.
Pegamos um ônibus e desci com ele na comunidade onde moro, ele ficou cabreiro, mas estava radiante de curiosidade em conhecer uma favela.
ANALICE: Aqui é tranquilo! Não se preocupe.
*Subimos uma ladeira... e chego em casa*.
ANALICE: Minha casa! Pode entrar!
*Ele entra e repara cada canto da casa do meu irmão olhando as fotos pela estante*.
LUKE: VocÊ é casada?
ANALICE: Não! My brother e cunhada. Rsrs
ANALICE: Esta casa é dele! Eu moro aqui alguns meses com ele.
Entrego a ele uma roupa do meu irmão que acredito que vai caber melhor do que o uniforme de Vítor.
ANALICE: Você tem a mesma altura de Derick. Aqui tome um banho ali e coloque essas roupas, enquanto isso vou fazer um café.
LUKE: Obrigado Analice!
Enquanto o gringo toma um banho eu faço um café pensando na loucura desse dia, eu andando com um desconhecido e ainda o trago para minha casa.
É muita loucura! Embora ele seja um astro, que tem tudo na vida, ele não me parecia feliz e nem má pessoa, só precisa um pouco de uma vida normal e divertimento sem interesses. Achei que poderia pelo menos proporcionar um pouco de companhia desinteressada.
Desperto dos meus pensamentos com o barulho da porta do banheiro se abrindo e tenho uma visão bem agradável. A calças jeans rasgadas e uma camisa de manga comprida preta deixou ele com uma aparência bem descolada, até parece que ele vai desfilar.
ANALICE: BOM! Parece um modelo. Rs
LUKE: Eu sou modelo!
Ele sorri e faz uma caminhada como nas passarelas e rio do divertimento dele de demonstrar seus atributos profissionais.
ANALICE: Claro que é! Toma aqui! Vou me arrumar agora.
Entrego uma xícara de café e um misto quente que preparei, coloco um tênis na sala pra ele calçar e vou tomar meu banho.
Meia hora depois, no banho mais rápido que já tomei, saio e vejo ele trocando de canal na tv.
LUKE: Uau! Muito bonita! Analice modelo?
ANALICE: Obrigada! Sim. Também sou modelo, das passarelas da faxina. Rsrsr
Pego uma vassoura e desfilo, danço e varro numa maluquice só minha que ele parece sempre achar graça.
LUKE: Aonde vamos?
ANALICE: Vou terminar de me arrumar e vamos num baile de rua. Está escutando? Já começou...
Já rolava as batidas do baile que se ouvia por toda a comunidade, entro no meu quartinho e faço uma maquiagem, estou de cropped branco e calça diz rasgada, coloco um tênis e uns acessórios e pego um boné pra complementar o figurino do Luke.
ANALICE: Melhor garantir com isso! Vamos!
Chegamos no baile e estava bem cheio e animado, paro num canto mais discreto, sem muitos conhecidos e pego um balde de latinhas de cervejas.
ANALICE: Você quer?
LUKE: Sim! Valeu!
ANALICE: KKKK Valeu! É bom mesmo você falar português aqui.
Ele parece se divertir com a movimentação do baile, ele olha curioso para as moças e rapazes se acabando de rebolar e eu não resisto as batidas e estou dançando também de leve sem extravagância e ele começa a se mexer também entregando todo seu jeito gringo de ser.
Ludmila, uma vizinha que é gamadinha no meu irmão, se aproxima puxando assunto comigo.
LUDMILA: Oie Ana! Cadê o Derick? Não vejo seu irmão a dias.
ANALICE: Ele está de férias, viajando com a noiva.
LUDMILA: E esse gato? Seu namorado?
ANALICE: Não! É um amigo do trabalho. Também é recém-chegado no estado.
LUDMILA: É, dá pra perceber que ele é bem diferentão nos gingados. rs
Ela se dirige a ele...
LUDMILA: Oie, prazer Ludmila!
Arregalo os olhos e não seria bom ela notar que ele é gringo já que acabei de falar que ele é de outro estado. Quando iria me meter na apresentação ele aperta a mão dela com dois beijos no rosto, respondendo em português.
LUKE: Prazer! Luke.
LUDMILA: Também veio do Nordeste?
LUKE: Sul.
Estou a ponto de interrompe-la antes que ela faça mais perguntas que ele não entenda, quando o Paulo aparece...
PAULO: Boa noite! Como vai Ana? Lud. Seu irmão procura por você.
(*Paulo é um dos meninos do moto-táxi e cunhado do irmão de Ludmila*) Ela se despede e sai como se estivesse ali escondida do irmão após aprontar algo.
Muito tempo depois, vejo que Luke está bem alegrinho e dessa vez acredito que é culpa do álcool, já estamos acabando o segundo balde. Por cerca de duas horas da manhã Robson aparece, já chega se apresentando pra Luke, com um aperto de mão e se direciona a mim.
ROBSON: Trazendo os hóspedes turistas pra conhecer a comunidade?
ANALICE: Ele trabalha no hotel também.
ROBSON: Tá mais pra hóspede.
LUKE: Sou do Rio Grande do Sul e morei alguns anos em Manhattan, voltei recentemente ao país.
Me surpreendo com Luke respondendo novamente em português e me pergunto como ele está compreendendo se o celular está comigo ou se ele compreende claramente meu idioma e estava esse tempo todo me enganando.
ROBSON: Estão bebendo o que?
Ele olha pro nosso balde e faz sinal pra um rapaz do trailer pedindo outro balde e se junta a nós.
Tento puxar o máximo de assunto com o Robson para que ele não converse diretamente com o Luke que está na vibe do funk bebendo sua cerveja animado.
ROBSON: O que você tem Analice?
ANALICE: Nada!
ROBSON: Por que eu tenho a impressão que você não me deixa conversar com o Gaúcho ali e parece preocupada com ele?
ANALICE: É que... é a primeira vez dele na comunidade. E ele não conhece muito aqui, só estou sendo cautelosa.rs
ROBSON: Você tem ficado com ele?
ANALICE: Não! Você sabe que não estou interessada em relacionamentos.
ROBSON: Então se você não está com ele, eu posso ter esperanças?
Ele se aproxima e coloca as mão na minha cintura, me desvio e ele insiste avançando em mim. Eu o empurro!
ANALICE: Qual o seu problema Robson? Já disse que não quero nada com você!
Ele novamente tenta me beijar e Luke o afasta de mim...
LUKE: Ela disse que não! Babaca!
ROBSON: Me chamou de que seu bostinha?
Robson acerta um soco em Luke que responde com outro fazendo Robson cair de bunda no chão e logo generaliza uma briga ali nos arredores com quem não tinha nada haver. Eu empurro o Luke e o arrasto dali o tirando daquela confusão.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 61
Comments