Sinta-se em casa

Arlo não desviou o seu olhar, mas estende a mão me chamado como se eu fosse um cachorro, respiro fundo para não sair gritando e batendo nele novamente. Vou brincar um pouco com ele, então me solto de Qadim olhando como se estivesse em transe para Arlo.

Assim o abraço me posicionando novamente perfeitamente, mas ele é tão burro que não percebeu o meu plano, estava apenas rindo vitorioso para Qadim que se manteve frio o tempo todo.

— Isso mesmo, foi uma boa garota — ele fala apertando a minha bünda para provocar Qadim, mas quem se sentiu insulada fui eu, no momento seguinte o acerto em cheio com o meu joelho — Sua v@dia.

— Não sou v@dia, não sou como as mulheres daqui, não sou sua cachorra para me chamar achando que vou abanando o rabo que nem tenho — vou dando de dedo na sua cara que ainda se contorcia de dor com as mãos segurando as suas partes íntimas que devem estar bem mais doloridas agora por levar uma pancada duas vezes.

— Todas são — a sua voz era sofrida e se ele não continuasse a me ofender poderia até ficar com pena dele, mas não foi esse caso.

— Não sou todas, quer levar mais uma joelhada para aprender?

— Como assim, mais uma Alainn? — Qadim me puxa para perto de si.

— Antes de te encontrar o acertei da mesma forma, mas parece não resolveu.

— Vem comigo — ele vai me puxando para fora do quarto, deixando Arlo ali no chão ainda sentindo dor.

— Onde está me levando?

— No único lugar onde ele nunca vai invadir — ele não olhava para mim, apenas me conduzia pela cintura e quando olho para frente estamos quase dentro do seu quarto.

— Eu… não…

— Não vou fazer nada, já tive provas o suficiente que você é diferente — ele se tampava com a mão me fazendo rir — Fique a vontade e procure dormir, vou cuidar dele.

— O que vai fazer?

— Está preocupada agora?

— Só não quero confusão, querendo ou não ele ainda tem os meus documentos e se ele cancelar tudo não tenho nem como ir embora.

— Nada irá acontecer com você e não estava brincando quando lhe pedi em casamento, sou desimpedido e posso me casar com você amanhã mesmo — ele vem dando passos colando o seu corpo no meu na mesma medida que fui indo para trás até que acabei caindo em cima da cama — Não vou negar a sua imagem deitada na minha cama valeu toda essa confusão.

Assim ele saiu me deixando completamente excitada e deitada na sua cama, estou muito ferrada, mas muito mesmo. Como vou dormir? Ainda mais sabendo que ele pode estar no meu lado a qualquer momento? E se eu sonhar com ele? Merda vou acabar g€mendo…

Ainda escuto os dois resmungando, mas apenas opto em me encolher naquela cama enorme, os lençóis e as cobertas eram mais requintadas do que no apartamento de Arlo, mas fofas e convidativas também.

Tanto que peguei no sono sem nem perceber, no meio da noite sinto uma mão subindo a minha coxa e lateral do meu corpo, além da respiração na minha nuca já que o meu cabelo foi todo levantado.

— Ainda vai estar g€mendo meu nome Alainn e não vai demorar muito — o seu toque era bem leve, mas mesmo assim me fez ter arrepios e escuto a sua risada nasalada — Mesmo dormindo o seu corpo me responde perfeitamente, não vejo a hora te f0der bem gostoso.

Então era isso que ele apenas queria, não que eu não queria também, mas pular de um Arlo mimado para um Qadim gostoso não tinha muita diferença, pois depois de conseguir o quer vou ser jogada fora da mesma forma.

Eles só esqueceram que sou brasileira e se conseguir levar Neith em banho Maria por um ano, acha mesmo que não vou conseguir virar esse jogo? Vou me concentrar em Qadim, pois ele que está mais próximo e deixou claro que não vai permitir Arlo perto.

Agora não tenho espaço para erros e preciso ser mais esperta que eles, pois se querem brincar de inferno se preparem, pois, amo brincar com fogo. Depois disso acabo caindo no sono novamente.

Quando acordo estou sozinha na cama, o quarto estava bem gelado ainda por conta do ar, mas olhando o sol pela janela parecia ser bem tarde. Quando vou saindo no quarto vejo um bilhete de Qadim ao lado da cama.

“Sinta-se em casa, o que precisar basta somente pedir a Latif que ela vai providenciar, pedi para trancarem a casa para a sua segurança, assim consigo garantir que ninguém atrapalhe o seu dia”

Ok… Isso está soando estranho, mesmo que as suas intenções fossem para me manter segura ainda sim, estou sendo mantida presa, pelo menos vou usar isso a meu favor.

Nada melhor para conhecer um possível inimigo do que vasculhar a sua própria casa, mas primeiro comer e banho, não nessa ordem exatamente. Saio do seu quarto indo para o meu…

Nossa já estou chamando de meu, püta merda, esse homem consegue iludir todas muitas rápido. Tomo um banho rápido e já aproveitando vou abrindo todas as portas do corredor e para a minha surpresa ali tinha também o quarto para Arlo e Neith e nada mais que isso.

— Senhora — Latif me chama ao me ver parada no corredor e acabo pulando de susto — Me perdoe, não queria assustar.

— Apenas muita coisa acontecendo, Latif, quem mora ou morava aqui nesta casa?

— Somente família, senhora.

— Me chame de Alainn por favor, mas uma casa enorme como essa só tem quatro quartos?

— Sim, após a morte da segunda esposa de Qadim, ele mandou retirar todos os quartos, deixando apenas do menino Arlo e da menina Neith.

— Ele não traz ninguém?

— Não senhor… Alainn, ele não permite que ninguém de fora passe a noite aqui.

— Então…

— Você é diferente Alainn, despertou o interesse muito cedo e sendo sincera não é difícil de entender — ela aponta as escadas e assim vou descendo com ela.

— Latif, por favor, seja clara comigo.

— Ele está realmente interessado em lhe transformar na senhora Sahil, a sua esposa.

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