Não me toque

Quando começam a insistir me lembro dos alertas de Arlo, agora fazia sentido o motivo de sempre ter uma com as pernas abertas para eles, o que mais tinham eram reuniões.

Após várias recusas consigo finalmente ir para minha sala, ao entrar e me ver completamente sozinha consigo respirar aliviada, aproveito este momento para ir ao banheiro, já que logo Arlo vai retornar e preciso estar pronta para ouvir elogios ou as suas broncas.

Ao sair do banheiro encontro o Sheik sentado ali na frente da mesa de Arlo, ele sorria vitorioso e de forma asquerosa também, olho para a porta, mas ele nega com a cabeça.

— Eu assinei o contrato e ainda quer fugir de mim?

— Não faço parte do contrato.

— Claro que não, estrangeiras servem apenas para f0der — ele se levanta vindo na minha direção e dou a volta na mesa de Arlo e consigo correr até a porta — Amo um joguinho, mas vim prevenido a porta está trancada querida.

Ele me puxa para trás pelos cabelos e quando solto um grito ele me acerta com um tapa, nessas horas eu queria muito ter cabelo curto, pois ele enrolou o seu braço nos meus cabelos e não conseguia me soltar.

— Vou fazer questão de vir sempre assinar pessoalmente todos os contratos que me entregar doçura, apenas quero me satisfaça com essa sua boca linda — ele passou os dedos na minha boca e assim que os enfiou na minha boca aproveitei para morder.

Sou jogada no sofá com raiva enquanto ele xingava e quando vou levantar para tentar correr ele se joga sobre o meu corpo segurando forte o meu pescoço, enquanto a outra mão rasgava a minha blusa me deixando exposta para ele.

— Não me toque, por favor, não me toque — as minhas lágrimas já escorriam pelo meu rosto enquanto ele negava e se esfregava contra mim.

Cada vez que me mexia ele me acertava com um tapa e apertava o meu pescoço me deixando sem ar, ali entendi a realidade de muitas mulheres que sofrem abusos diariamente e não tem para quem pedir ajuda.

No momento que ele rasga o meu sutiã e se aproxima com aquela boca nojenta escutamos gritos do lado de fora e logo a porta é aberta com tudo por Qadim que parte para cima do Sheik o acertando socos.

Consegui apenas me encolher no sofá tentando me tampar de alguma forma já que a minha blusa estava rasgada e jogada pela sala. Seguranças entram na sala, mas Qadim manda se virarem imediatamente e vem até mim me cobrindo com o seu terno.

Ele só saiu de cima do Sheik quando ele estava mole do chão, ele ainda ameaça a Qadim em cancelar o contrato, mas não surtiu efeito, pois o próprio Qadim o lembrou que irá o processar por assédio se ele fizer isso.

Revoltado ele saiu da sala com os seus seguranças que já estavam imobilizados também, escuto a voz de Arlo e me encolho mais no sofá chamando atenção de Qadim que me abraça forte.

— Está tudo bem, acabou querida — a sua voz era calma e suave, mas não conseguiu me fazer parar de chorar.

— O que aconteceu aqui? Alainn…

— Não se aproxime Arlo, você a deixou para servir aquele Sheik, você tem merda na cabeça?

— Eu não deixei nada, ela veio até aqui…

— Onde ele já conhece o caminho? Onde a sua assistente não tem boca para nada? Quem a protegeria aqui, seu imbecil?

— Eu não pensei nisso.

— Claro que não pensou, você só pensa com a cabeça de baixo.

— Senhor Sahil — a minha voz era apenas um sussurro, mas ele parou de brigar com Arlo olhando para mim — Qadim, eu…

— Vou cuidar de você, vai ficar tudo bem e o seu rosto não ficará mais desta forma — ele toca na lateral do meu rosto e acabo g€mendo de dor.

— O que ele fez com ela? — Arlo estava completamente sem chão e o seu olhar demonstrava preocupação.

— Além de rasgar a roupa, a tocar e bater?

— Isso não vai acontecer mais — Arlo volta a sua postura fria, mesmo que o seu olhar gritasse o contrário.

— Não mesmo, pois a partir de hoje ela trabalha para mim — ele desce o seu olhar para os meus olhos, pois até agora ele não me soltou do abraço — Será minha assistente, vou mandar recolher as suas coisas pessoais aqui.

— O que aconteceu? — Neith entra correndo na sala e para com tudo quando me observa nos braços de Qadim — Alainn, o que aconteceu? Você está bem?

— Neith a leve para minha casa…

— NÃO — Arlo entra na frente gritando — Posso ter errado uma vez, mas isso não irá se repetir.

— Assim espero, Alainn me escute, você volta para a empresa somente na próxima semana, vou mandar médicos até o apartamento para cuidar do seu rosto.

— Não precisa de tudo isso — estava envergonhada, isso nunca me aconteceu e para falar a verdade era como se tudo fosse apenas um pesadelo.

— Precisa sim, minha porcelana, nunca pensei que ver esse seu batom vermelho borrado fosse me doer tanto, vá para casa e descanse, Neith irá ficar ao seu lado o tempo todo.

— Sim, vou, sim, vamos Alainn — ela estende a mão para mim e mesmo receosa me solto de Qadim.

— Elas vão sair pelas minhas passagens, ninguém pode as ver — Qadim dá a ordem de forma fria e alta para os seus seguranças que se posicionam já nos orientando para a sua sala.

Chegando lá fico sabendo que ele tem um elevador que somente ele utilizava para sua segurança, quando chegamos no estacionamento o seu carro já estava com as portas abertas não permitindo que ninguém visse o meu estado.

Consegui me manter firme apenas até chegar ao apartamento, onde desabei a chorar. Neith me levou até o banheiro sem dizer uma palavra e assim que termino o banho consigo ver as marcas avermelhadas e até um pouco arroxeadas no meu rosto.

Dois médicos chegaram poucas horas depois e já me deixaram algumas loções e cremes que vão acelerar a recuperação, além de deixar um calmante que me ajudaria a dormir essa noite.

Ele realmente era muito forte, mas só o tomei depois que Neith me garantiu que iria passar a noite ali comigo, não consegui ficar acordada nem mais cinco minutos e deitada ao lado de Neith me entrego a escuridão esperando que amanhã eu esteja melhor.

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