Perdoe-nos...

Amara Harrys

Melanie foi mais rápida que Laís quando me derrubou no chão estapeando meu rosto com força, Laís me olhava de cima e seu olhar tinha tanto ódio e desprezo e eu penso... Como pude tentar desafia-las, por um momento achei que pudesse fazer algo.

Melanie:

Como você se atreve a bater na minha irmã? Sua merdinha!! — disse esbravejando e então parou.

Laís:

Ela ficou corajosa, Mel.... pena que não durou muito... — fingiu pena.

Eu com certeza não iria conseguir gritar... elas acabariam comigo antes que eu pudesse fazer qualquer coisa. Meu rosto estava doendo e as lágrimas estavam caindo descompensadas até que escutei alguém ao nosso lado gritar, me esforcei para olhar e vi Liana.

Logo um grito alto e autoritário surgiu do alto da escada, escutei passos apressados e Melanie foi lançada de lado. Vi a silhueta de Elian na minha frente e depois meu pai, tentei me manter acordada, mas a dor se apossou da minha mente e eu apaguei.

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Sinto algo gelado no meu rosto, abro meus olhos lentamente sentindo uma dor de cabeça terrível, isso além das bochechas inchadas, céus, eu devia estar deprimente.

Liana:

Senhorita Amara, graças a Deus. — ela disse me analisando.

Eu consegui abri os olhos completamente, Elian não entrou em meu campo de visão e eu não tinha certeza do que ele estava fazendo, mas o que mais me preocupa é o meu pai... Ele viu meu estado e viu que foi culpa daquelas duas. Agora que ele descobriu não sei o que vai acontecer com elas.

Amara:

Onde está... Elian? — perguntei com a voz fraca.

Liana:

O senhor Harrys, fez muitas ameaças para aquelas duas bruxas e ainda está lá embaixo com seu pai.

Elian, deve ter ficado decepcionado por eu não ter feito o que ele disse... mas que culpa eu tenho? Levantei da cama e me olhei no espelho vendo meu rosto vermelho e ferido, mas não estava inchado, não sei como.

Espera, se não estava inchado... quer dizer que o gelo já estava no meu rosto há muito tempo, eu... estava desacordada devia fazer horas. Andei até a porta e Liana se ofereceu para me apoiar, aceitei já que não estava em condições de recusar, andei até a escada e pela primeira vez vi aquelas duas chorando desesperada seus rostos estavam tão vermelhos quanto o meu. Elian estava com meu pai parado na frente delas e o ódio em seu rosto era visível, meu pai não estava diferente e ainda foi além porque estava gritando com aquelas duas.

Amara:

E-Elian... — eu disse fraco e ele olhou em minha direção.

Seu rosto antes cheio de fúria e pura tensão se tornou preocupado e triste, ele correu até mim e Liana se afastou quando ele pegou minha cintura suavemente analisando meu rosto. Ele é tão lindo... e estava preocupado.

Elian:

Eu não te protegi, me desculpa... — ele encostou a testa na minha suavemente.

Olhei para a janela ao lado e vi que estava entardecendo confirmando o que eu já imaginava, voltei meu olhar para Elian e o beijei tranquilizando-o com um beijo apaixonado e calmo, logo nos separamos e eu sorri pra ele.

Amara:

Não é culpa sua... Eu já imaginava que não conseguiria gritar.

Elian:

Eu devia ter imaginado isso muito antes. — ele abraçou mais minha cintura, ele era tão alto que eu precisava inclinar minha cabeça para cima a fim de olha-lo.

Amara:

Você acreditou que eu conseguiria, não se culpe por isso. — olhei para minhas irmãs.

Desci as escadas com Elian, e quando elas se aproximaram rastejando ele as chutou sem piedade.

Melanie:

I-Irmã por favor... por favor perdoe-nos por todos esses anos. — ele disse chorando.

Laís:

Por favor! Não queremos morar na rua.

Tê-las implorando pelo meu perdão na minha frente foi algo que nunca imaginei que aconteceria, afinal era eu que sempre implorava de joelhos, mas olhando-as agora... eu não conseguia sentir prazer naquela visão, eu sentia pena, não deveria, mas sinto.

Eu não disse nada e passamos por elas indo até meu pai que me olhava preocupado.

Louis:

Filha... eu...

Amara:

Tá tudo bem, pai. — eu o interrompi.

E nós fomos embora, eu não queria ficar nem mais um segundo ali, o caminho foi silencioso, eu deixara claro para Elian que não queria mais falar sobre o que aconteceu e ele respeitou minha vontade. Chegando na mansão fui direto para meu quarto tomar um banho, passei pomada nos cortes causados pelos tapas e uns quinze minutos de gelo, logo coloquei um vestido e desci indo pra área da piscina colocando minhas pernas dentro d'água.

...Vestido de Amara...

Eu queria muito entender esse ódio delas em relação a mim, talvez fosse inveja, talvez ciúmes ou talvez fosse só ódio mesmo... Na época que eu vivia no orfanato eu sempre tive curiosidade de saber como seria ter irmãs e bem, as crianças que viviam comigo lá eram quase isso. Eu só não sabia que seria tão odiada, tão desprezada e maltratada, quando se é criança você sempre tem boas expectativas para o futuro, mas quando você vê que é justamente o contrário seu coração se despedaça... porém não quer dizer que ele não possa se reconstruir.

Vou viver minha vida com Elian, vou me dedicar a minha felicidade e quem sabe eu arranje um emprego para ocupar minha mente, claro, não sei se ele vai concordar com isso. Mas eu preciso fazer algo diferente de ficar deitada ou me arrumar para ir á festas luxuosas, preciso arrumar minha vida e não me permitir pensar no pior.

Elian:

Você está linda. — ele disse sentando-se ao meu lado colocando as pernas na piscina.

Elian estava vestido com uma bermuda simples verde escuro e uma camisa regata preta, seu cabelo estava todo amarrado em um coque.

Amara:

Obrigada, você também está. — ele riu e se inclinou perto de mim.

Elian:

Eu quero beijar você... — ele disse me pegando de surpresa e eu sorri.

Amara:

Então beije, senhor Harrys.

E ele o fez, com cuidado para não machucar meu rosto e eu retribui apaixonada...

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