Ele se importa

Amara Harrys

Chego na mansão e logo de cara vejo Elian com uma cara nada amigável, ele está encostado no sofá com as mãos no bolso da calça moletom agora na cor cinza escuro. Engoli em seco, ele não tinha motivo para ficar bravo e nem eu para ficar nervosa, mas por que é justamente o contrário? A verdade é que estou com medo, medo de... acontecer algo comigo.

Ele me analisou antes de começar a andar na minha direção, ele parou na minha frente bem próximo a mim e... baixou seu rosto até meu pescoço demorando um tempo ali.

Elian:

É melhor ter ido somente a praia mesmo. — ele sussurrou antes de dar as costas.

O que? Ele estava insinuando que pudesse ir encontrar outra pessoa?

Amara:

Por que? Tem medo de ser chamado de cørno? — eu disse não reconhecendo meu ton de voz.

— Não precisa se preocupar, senhor Harrys, eu não sou uma vagabunda.

Passei por ele e não olhei para trás indo para o quarto, nem aquelas duas bruxas já insinuaram algo assim, porque até elas sabem que tipo de pessoa eu sou. Eu estava magoada, quem não ficaria com tal ofensa? Se sair para a praia significa "encontrar outra pessoa" então prefiro não sair nunca mais, pelo menos... vou evitar mais confusão.

Após ter tomado banho e colocado um short jeans e uma blusa preta de alcinha, eu me deitei na cama olhando para o teto, pensando que se fosse lá em casa nesse momento eu estaria limpando o quarto daquelas duas. Minha mãe adotiva dizia que nessa vida tudo tem um propósito, uma razão pelo qual existir e eu não entendia as vezes, mas agora... será que estava escrito que eu assinaria o contrato no lugar de Laís? São tantas as dúvidas que sinto dor de cabeça. E aquele beijo na piscina... não deveria mexer tanto comigo, afinal foi só um beijo que não irá se repetir, sou boba por querer pelo menos imaginar que ele se importa um pouco, sou boba por querer ser feliz um momento em minha vida sem ter preocupações.

Levanto da cama e vou até a varanda do meu quarto, olho para os seguranças, olho para o jardim, e volto os olhos para meu quarto e acabo vendo Elian, o que ele faz aqui?

Elian:

Escolha uma boa roupa, fomos convidados para ir a uma festa, nada muito formal. — ele disse e se virou, mas antes de sair deu uma olhada por cima do ombro.

Eu assenti e virei meu olhar para fora de novo, eu estava muito chateada com ele disso ele pode ter certeza.

.

.

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Coloquei um vestido que achei lindo, não tão formal eu acho, ele é um azul meio escuro quase metálico:

...vestido de Amara...

Coloquei um salto não muito alto na cor preta e brincos no formato de lua com estrelas. Logo me olhei no espelho, eu estava bonita, nunca tinha vestido nada tão bonito ou chique assim, quer dizer... eu só vestia coisas mais bonitas quando meu pai estava em casa, do contrário eu vestia roupas com furos e sujas que era o que minhas irmãs permitiam.

Escutei uma batida na porta e disse que podia entrar, era Elian. Ele está vestido num terno preto típico de sua personalidade, e terrivelmente lindo com seu cabelo preso no coque e metade solto como sempre.

...roupa de Elian...

Ele me olhou dos pés a cabeça e passou a mão na barba bem feita, mas não disse nada além de indicar com a mão para que fôssemos embora. Assim o fiz, aquele homem é uma incógnita pra mim, não revela muita coisa sobre si, mas quem revelaria? Afinal sou uma estranha para ele e ele o mesmo pra mim. Nós entramos no carro e o caminho todo foi silencioso, pouco me importa se ele ficou chateado com o que eu disse, ele nem sequer pediu desculpas pra mim e se não o fizesse eu também não faria, posso estar sendo infantil com essa minha atitude, mas estou chateada.

Chegamos ao local da tal festa e era tudo muito lindo, as mulheres usavam vestidos de diversas cores e alguns com o mesmo tecido do meu. Assim que entramos entrelaçamos os braços e todos olharam para nós, tiraram fotos e seguimos para o salão indo até um casal, o homem era um pouco mais velho que a mulher.

Elian:

Bruno, Cecília, está é minha esposa Amara. — ele disse e o casal me analisou.

Cecília:

Finalmente meu rapaz, uma bela moça, venha querida vamos deixar os dois conversarem. — ela me puxou suavemente pelo braço até um bar.

— Quantos anos você tem?

Eu devia mentir? Na verdade eu nem sabia a idade de Elian, então será que ficaria estranho?

Amara:

19 anos, farei vinte próximo mês. — falei a verdade.

Ela abriu a boca chocada.

Cecília:

Minha nossa, você deve ser mesmo apaixonada por Elian para ter se casado tão cedo. — eu dei uma risada baixa sem graça.

Tive vontade de perguntar a idade dele, mas ia parecer estranho, certo? A esposa não saber a idade do marido, até porque ninguém sabe do contrato que foi feito, aliás eu nem sei qual o propósito desse contrato, ele não parece precisar de esposa.

Amara:

Eu sou mesmo. — menti.

Cecília:

Ah, imagino, ele é um homem muito lindo e educado. — quase dei uma risada quando ela disse educado.

— Duas tequilas com limão, por favor. — ela pede ao barman.

Amara:

Eu não bebo, obrigada.

Cecília:

Ah, vamos querida, isso é uma festa divirta-se.

Ah, minha nossa, era só o que faltava eu ficar bêbada na primeira festa da minha vida, mas é melhor não contrariar. As bebidas chegam e ela logo empurra um copo cheio pra mim, fico insegura, Elian vai reclamar comigo com certeza. Olho para trás e vejo Elian bem distraído conversando com uma mulher, ele nem se importa, então por que eu deveria? Bem, é como Cecília disse, isso é uma festa.

Bebo metade do copo em um gole só e Cecília da uma risada divertida, a bebida desce ardente pela minha garganta e desperta algo em mim, de repente me sinto mais leve.

Amara:

Isso é muito bom! — digo surpresa.

Cecília:

É isso aí garota, você sabe apreciar uma boa bebida. — ela toma metade num gole só também e ri em divertimento.

Passadas umas meia hora, acho, não tenho minha consciência comigo, eu e Cecília estamos dançando no meio do salão, sabe, afinal de contas ela não é tão velha. Um homem se aproxima de mim e começa a dançar no mesmo ritmo que eu, em sincronia, mas fico perturbada e o empurro, ele pega meu pulso e me trás pra perto de si.

???:

Qual é gata? Vamos dançar mais um pouco. — diz com um sorriso malicioso me pressionando.

Amara:

Não! Me solta! — eu digo alto.

E então somos separados com uma força brutal, o homem cai no chão praguejando eu continuo com os olhos fechados e com as mãos no rosto.

Elian:

Você está bem? — pergunta e eu abro os olhos cheios de lágrimas e o abraço choramingando.

Amara:

Ele... Ele me agarrou a força. — eu disse afundando meu rosto em seu peito e ele me afastou suavemente pegando meu queixo forçando a olha-lo.

E então me encarou, seu rosto esboçava fúria quando limpou minhas lágrimas com os polegares e então ele se virou para o homem ainda no chão e começou a soca-lo no rosto até sair sangue.

— Elian, pare! Pare por favor, já chega eu quero ir embora! — gritei pra ele.

O vi sussurrar algo para o homem e então se posicionar na minha frente me pegando no colo e em seguida me levando embora, sua expressão estava sombria e eu permaneci calada, não queria irrita-lo mais do que já estava...

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