Capítulo 15

Assim que desceram as escadas do avião particular que os trouxeram a Palermo, Riccardo avistou seu carro estacionado na pista a poucos metros de onde aterrissaram. Ele ajudou Giovanna a descer as escadas, abriu as portas do carona pra ela e rumaram para casa.

Giovanna não conhecia Palermo e ficou observando pela janela a paisagem da cidade. Quando chegaram em frente a um prédio bastante luxuoso, Riccardo acionou o portão da garagem e estacionou o carro na primeira garagem vaga que ele encontrou.

- Iremos morar provisoriamente no meu apartamento, mas já entrei em contato com alguns corretores conhecidos, e em alguns dias estaremos de mudança para uma casa nos limites da cidade.

- Não precisa mudar sua vida com a minha chegada, eu posso me adaptar em qualquer lugar; ou se preferir, posso ir pra outro lugar e nos encontramos quando você precisar de mim.

- Acho que você não entendeu bem o que eu disse antes de sairmos do avião: eu disse que você não sairia do meu lado, que estaria sempre comigo. Então, não tem dessa de “ir pra outro lugar”, estamos entendidos?

Giovanna ficou um pouco assustada pelo tom ameaçador, mas apenas concordou com a cabeça e o seguiu para dentro do prédio. Conforme foram adentrando ao local, Riccardo foi mostrando as dependências do prédio pra ela. E, para onde ela olhava, para cada espaço, haviam homens vestidos de preto com armas na cintura, fazendo com que ela ficasse um pouco apavorada.

- Não precisa se preocupar com eles, apenas finja que eles não estão em toda parte. O prédio é meu e eu sou o único morador daqui, por isso que eu tenho meus homens vigiando cada espaço do local. Como disse antes, tenho vários inimigos espalhados pela cidade e região, então eu sempre estarei preparado para eles.

Giovanna arregalou os olhos e não disse nada, apenas continuou prestando atenção nos lugares que Riccardo a levava para conhecer. Chegaram no elevador e Riccardo apertou o botão da cobertura. Quando as portas se fecharam, uma tensão inundou o cubículo em que estavam, faíscas percorriam seus corpos e o ar passou a ficar mais denso.

Numa fração de segundos, Giovanna imaginou como seria ser tomada por Riccardo, seus corpos colados, asrespirações pesadas, imaginou como seria ter sua mão percorrendo seu corpo, seus lábios colados nos dela, o suor surgindo enquanto...

Giovanna é tirada de seus devaneios quando o elevador sinalizou que chegou ao destino. Ela estava tão perdida nos seus pensamentos que nem percebeu sua própria respiração acelerar; e, sem nem olhar para os lados, saiu do elevador imediatamente, para que Riccardo não percebesse seu rosto sendo tomado pela vergonha.

Ao fechar das portas do elevador, Riccardo sentiu uma eletricidade percorrer seu corpo, de uma forma instantânea. Estar sozinho com Giovanna, num espaço bastante reduzido, não iria dar muito certo.

Ele tentou se distrair pegando o celular do seu bolso, mas não tinha sinal, então preferiu ficar olhando no painel os andares, porem o elevador não estava ajudando muito, o relógio parece que não andava e tudo o que ele sabia fazer era rezar para que chegassem logo, senão ele não iria conseguir resistir.

Giovanna tinha um corpo torneado, bastante desejável, o que iria fazer ele pagar por todos os pecados cometidos ao longo de seus 30 e poucos anos. Como ele conseguiria conviver com ela na mesma casa e manter-se longe dela? Ele estava vendo que esse plano seria um tiro em seu próprio pé. Essa mulher ainda ia lhe causar bastante problema.

Assim que as portas do elevador se abriram, Giovanna passou por ele como que um foguete, deixando ele sem entender completamente nada do que poderia ter acontecido. Antes de sair, aproveitou a pouca privacidade e ajeitou suas roupas, tentando esconder o volume em sua calça.

Em frente à porta do apartamento, ele digitou a senha de liberação da fechadura eletrônica e abriu para que Giovanna entrasse.

- Seja bem-vinda ao seu novo lar.

Quando passou pela porta de entrada, Giovanna ficou espantada com o tamanho do apartamento. Tinha uma sala enorme com uma vista maravilhosa da cidade e da praia, uma vista bastante privilegiada.

De um lado tinha uma mesa de jantar que caberia umas 10 pessoas facilmente e uma adega abastecida de várias bebidas. Sem perceber, ela saiu caminhando pelo imóvel, conhecendo os cômodos à sua volta.

O apartamento era muito bem decorado e exalava testosterona, dava pra perceber que ele morava sozinho. Giovanna estava bastante distraída com a vista da praia que nem percebeu quando uma senhora baixinha se aproximou.

- Giovanna, gostaria de lhe apresentar a Sra. Marilia.

- Prazer, Dona Marilia.

- Muito prazer, Senhora Salvatore.

- Pode me chamar apenas por Giovanna, Dona Marilia, não precisa de formalidades

A senhora baixinha e grisalha apenas assentiu e levou as malas que já estavam acomodadas ao lado da porta de entrada.

- Venha, vou mostrar o restante da casa pra você.

Riccardo conduziu Giovanna para um breve tour pelo apartamento: mostrou a cozinha, a lavanderia, seu escritório, sala de jantar, sala de televisão, lavabo, e, quando chegaram ao segundo andar, havia apenas uma porta ao final do corredor.

- E este será o nosso quarto. – Riccardo colocou a mão na maçaneta e abriu a porta pra que Giovanna pudesse entrar.

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