Capítulo 11

Quando sentiu um chacoalhar mais abrupto do carro, Giovanna abriu os olhos e viu que estavam chegando ao aeroporto. Só, então, ela percebeu que havia cochilado.

Receosa, se ajeitou no banco, passou a mão no rosto, tentou ajeitar o cabeloe perguntou aos homens que estavam no carro para onde estavam indo.

- Estamos indo para casa, finalmente. Não há nada mais satisfatório do que finalizar uma missão e retornar pra casa, não é mesmo Nicola? – Respondeu Lucca.

- Nem me fale, não vejo a hora de aterrissarmos. – Respondeu Nicola.

Sem entender onde seria considerado “casa”, Giovanna achou melhor não enche-los com mais perguntas. O homem que parecia ser o chefe e estava sentado ao seu lado, permanecia com os olhos fixos para fora da janela, alheio ao que estava acontecendo dentro do carro. Com isso, ela se atreveu a fazer mais uma pergunta:

- Quando você diz que estamos voltando pra “casa”, onde seria? Iremos sair do país? Porque eu não trouxe nada comigo, não tenho roupas e nem documentos, muito menos um passaporte. E vocês não podem me tirar do país sem eu querer. Eu só quero voltar para a casa dos meus pais, por favor... – Conforme Giovanna foi falando, seu tom de voz foi ficando cada vez mais alto e o choro voltou.

O homem que estava no banco do carona virou o rosto para trás, viu o desespero dela, deu um sorriso para o motorista e disse a Giovanna:

- Quem disse que você está sem documentos, Sra. Rossi? Nós já cuidamos de tudo pra senhora e, quanto à nossa viagem, fica tranquila que a senhora não vai a nenhum lugar sem consentir, nós não somos sequestradores, pode se acalmar. – Olhando de volta para o motorista, os dois caíram na gargalhada com a reação dela, de quem não estava entendendo nada.

- Há quanto tempo planejavam tudo isso? Eu era o alvo de vocês o tempo todo? Naquele dia no restaurante vocês estavam me vigiando? Já fazia parte do plano de vocês me encontrarem lá? – O pânico tomou conta da sua voz, deixando até mesmo Giovanna assustada com a tremedeira na sua voz. – O que vocês pretendem fazer comigo?

Enquanto sentia as lágrimas voltando aos seus olhos, Riccardo se livrou do cinto e com toda autoridade que emanava, disse:

- Vocês dois deveriam cuidar mais dos seus deveres e parar de provocar a nossa convidada. – Voltando os seus olhos para Giovanna, disse: - Não dê ouvidos a esses dois.

Giovanna sentiu o seu coração aquecer quando encontrou os olhos de Riccardo, ainda mais quando ele se aproximou do seu rosto com um sorriso de canto de boca. Olhando fixamente nos olhos dele, Giovanna por um momento achou que ele a beijaria; na verdade, ela ansiava por isso: sentir novamente os seus lábios, seu toque, seu calor.

- Não pense demais Sra. Rossi. – Disse Riccardo enquanto soltava o cinto que prendia Giovanna. – Hora de descer, mas nem pense em sair do meu lado. Podem sair vocês dois e vão carregando a bagagem no avião enquanto eu dou uma palavrinha com a Sra. Rossi. Avisem o piloto que dentro de 30 minutos estaremos decolando.

Escutando as palavras de Riccardo, Giovanna sentiu um misto de sentimentos: um alívio em saber que poderia ir embora e se livrar do seu marido, e o medo de não saber para onde e nem com quem estava ao lado.