Capítulo 08

Quando chegaram à mansão do primeiro ministro, Diego e Giovanna foram recebidos por diversos flashes de repórteres que insistiam em obter uma boa foto de cada pessoa que passasse por aquele corredor de entrada.

Assim que foram devidamente fotografados, o casal foi direcionado para um dos quintais em que estava acontecendo a recepção, sendo orientados a partir daquele momento a colocarem suas máscaras e não a retirarem em hipótese alguma.

Caminhando com as mãos de Diego em suas costas, Giovanna se lembrou por uma fração de segundos de quando eles eram apenas namorados, do quanto andavam em meio às pessoas, que olhavam pra eles invejando o quanto Diego cuidava e zelava por sua amada.

Quando chegam até a mesa onde sua família está acomodada, Giovanna conseguiu relaxar um pouco, sabendo que ali ela estaria provisoriamente protegida de qualquer mal. Ao vê-la, Marianna, sua irmã, corre ao seu encontro e a abraça de forma apertada.

- Ah que saudade eu estava desse abraço. Como você está, Mari?

- Eu estou bem, levando a vida. Sabia que ontem a noite encontrei com seu marido na boate? Você tem que cuidar bem dele, Gi, pra que ele não tenha que procurar mulher fora de casa. E, falando em boate, conheci um gatinho no bar: moreno de olhos claros. Fiquei caidinha por ele, pena que teve que sair logo, conversamos por um período tão curto de tempo, e nem consegui pegar o contato dele pra podermos marcar alguma coisa depois.

- Fica tranquila que eu estou cuidando muito bem do Diego, Mari, não precisa se preocupar. E quanto ao “gatinho” que você conheceu, acho que quem precisa se cuidar não sou apenas eu, né mocinha?

Enquanto as duas papeavam, Diego e o sogro pediram licença e foram para o escritório do anfitrião, dizendo-lhes que haveria uma pequena reunião em que precisavam participar. Quando Giovanna percebeu que seu marido estava longe, pediu licença à irmã para ir ao banheiro.

- Essa é a minha deixa. – Disse Giovanna para si mesma enquanto caminhava apressadamente para o banheiro feminino. Ela havia conseguido trazer consigo uma muda de roupas igualzinha ao uniforme usado pelas garçonetes da festa.

No caminho para o banheiro, ela sem querer trombou com um homem que estava saindo do banheiro masculino. Ele era bem mais alto que ela, com músculos bem definidos embaixo do smoking, que lhe vestia perfeitamente.

- Me desculpe.

Ao fazer o movimento de continuar seu caminho para o banheiro feminino, o homem se virou e disse:

- Senhorita Giovanna Denaro?

Ao ouvir chamar seu nome de solteira, Giovanna parou abruptamente, sentindo seu coração quase sair pela boca. Virando-se para o homem que a havia chamado, sentiu suas pernas fraquejarem e as lágrimas alcançarem seus olhos, pensando que a única chance que teria para fugir tinha escapado por entre seus dedos.

- Acho que o senhor está me confundindo. – Conseguiu dizer sem demonstrar nervosismo. Qualquer coisa a mais ela estaria se comprometendo. – Com licença, preciso ir. – Dando as costas para o homem, conseguiu dar os passos necessários para chegar ao seu destino.

Vendo a mulher se afastar diante dos seus olhos, Lucca esperou um pouco e entrou sorrateiramente no banheiro feminino trancando a porta atrás de si. Aguardando um tempo que parecia uma eternidade, de um dos cubículos sai uma garçonete completamente estabanada e assustada. Seus olhos vermelhos de chorar, denunciava de que aquela mulher era seu alvo.

- Achou que iria escapar de mim, Senhorita?

Ao ouvir sua voz, a mulher deu um pulo para trás e o olhou com os olhos amedrontados. Qualquer pessoa conseguiria sentir o pavor saindo pelos seus poros, o medo de ser pega superava qualquer outro medo que poderia existir ao ver um homem do tamanho de Lucca andando em sua direção.

- Você não sabe o quanto está facilitando a minha vida, gatinha. Eu vou te levar para o meu chefe, acho que ele ficaria bastante feliz em ver o que eu tenho pra ele.

- Quanto você quer pra permitir que eu passe por aquela porta?

- Uia, além de linda é cheia do dinheiro, é? - Lucca se aproximou de Giovanna, colocou um dedo em seu queixo, segurando-o para que ela olhasse dentro dos seus olhos. - Você não vai a lugar nenhum, lindeza. Você virá é comigo e sem deixar que os outros percebam o que está acontecendo. Espero que além de linda, seja uma excelente atriz.

Pegando ela pelo braço, caminharam juntos até chegarem no espaço destinado aos funcionários do baile. Garçons e garçonetes, cozinheiros e seus auxiliares tomavam conta do lugar, a correria era tanta que nem perceberam a presença dos dois.

Quando entraram no estacionamento, Giovanna mordeu o braço do homem que a segurava e saiu correndo. Correu com seu coração batendo forte no peito, na esperança de conseguir sair viva dali.

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