Capítulo 05

Os sorrisos deram lugar às carrancas. Foi assim que Diego e Giovanna seguiram para a mansão no banco de trás do carro. Mas antes que saíssem do lugar, Diego pediu para que o motorista o levasse para o bar e depois levasse Giovanna para casa.

- Estou fazendo isso por você, Giovanna. Se eu for pra casa com você não vou conseguir me segurar e, como você mesma observou, amanha teremos um baile onde eu preciso te levar. Mas não pense que eu me esqueci do que aconteceu hoje e, somado com o seu comportamento amanhã, definirei seu destino na sequencia.

Antes de sair do carro, Diego beijou seus lábios, segurou firme seu queixo, desejou-lhe boa noite e saiu para a escuridão da noite. Agora sozinha dentro do carro, Giovanna permitiu que suas lagrimas chegassem e aquecessem seu rosto.

Ao passar pela porta da mansão, Giovanna foi recebida por Dona Angela que a pegou nos braços, caindo as duas sentadas no chão. Ali, dentro daquele abraço, Giovanna se permitiu chorar até quase cair no sono.

De volta ao hotel, Riccardo foi direto para seu quarto, deixando Nicola e Lucca seguirem com a noite conforme era de costume que curtissem. Depois de um banho, deitou na cama e ficou pensando no que a pobre moça lhe disse antes de sair do restaurante.

As perguntas que não lhe saiam da cabeça eram “com quem será que ela estava tentando se comunicar” e “o que ela estava querendo dizer”. Era notório que ela sofria de abuso por parte daquele homem escroto que estava ao seu lado, mas porque ela ainda continuava ao lado dele?

Cansado demais para tentar encontrar respostas, em seus pensamentos apenas desejou que a moça ficasse bem, fechou seus olhos e olhando para um belo par de olhos azuis, caiu num sono profundo.

Depois de despacharem Riccardo para o hotel, Nicola e Lucca foram aproveitar a noite de Napoles numa boate bastante conhecida pelas celebridades que apareciam todas as noites para marcarem presença.

Conseguindo um bom lugar no bar, mesmo chegando bastante tarde, os amigos ficaram virados para a pista de dança tentando encontrar alguma mulher que pudessem se divertir.

Enquanto passava seus olhares pela pista de dança, Lucca encontrou a mulher que fez seu coração parar: ruiva, dona de um corpo monumental, vestia um pedaço de pano que poderia ser chamado de vestido. Sem pensar duas vezes, deu sinal para Nicola e foi direto ao seu encontro.

Olhando pro amigo que chegava junto na ruivinha serelepe da pista de dança, Nicola estava mais folgado em relaxar para seu dia de amanhã; o dia em que vingaria, ao lado do irmão, a morte de seu pai. Ao lembrar do motivo de que eles estavam em Nápoles, Nicola deu um ultimo gole em seu copo e pediu para que o barman o servisse de uma bebida mais forte.

Enquanto aguardava sua bebida, Nicola sentiu que alguém se aproximava dele e sentava-se ao seu lado, no banco que antes pertencia a Lucca. De canto de olho viu que uma mulher um tanto quanto irritada fazia um pedido ao homem atrás do balcão.

- Você não perde por esperar, Diego Rossi, vou contar à minha irmã o que você anda aprontando nas noites da cidade. Eu te mato se souber que está traindo minha irmã com essas vagabundas. – Dizendo isso a moça virou de uma vez o copo.

Nicola entrou em sinal de alerta quando ouviu o nome já bastante conhecido pra ele. Tornando-se apenas um furtivo ouvinte, continuou de olho na garota ao seu lado para tentar perceber do que ela estava falando. Vendo que ela não iria soltar mais nada, resolveu agir.

- Me perdoe, minha querida, mas eu ouvi você mencionar o nome de Diego Rossi. Você o conhece?

- Se o conheço? Ele é o canalha do meu cunhado. E você, quem é?

- Eu sou aquele que pode tornar seu desejo uma realidade.

Quando ela se vira para olhar o rosto do homem que pronunciou aquelas palavras e seus olhares se cruzam, Nicola sente algo queimar dentro do peito, deixando-o paralisado, sem conseguir nem pronunciar direito uma palavra.

À sua frente estava a mulher mais linda do universo: morena, olhos azuis, algumas sardas abaixo dos olhos, vestia uma blusa prateada com as costas de fora e uma saia preta que vinha até a altura das coxas, deixando ainda mais maluco de tesão.

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