Capítulo 17

Olhei pra os jovens a minha frente e antes que eu pudesse falar algo, Mikael falou por mim.

- Não há necessidade pra isso, por favor levantem-se. - eles se levantaram e pude olhar melhor pra eles, os dois rapazes eram muito parecidos, os dois tinham cabelos castanhos a única diferença eram seus olhos, do mais velho eram verdes, enquanto do menor eram avelãs, altos e donos de um porte físico razoável, eram treinados e observadores. A jovem era apenas um pouco mais baixa que eu, acho que tinha uns 1.62, um corpo sobre medida. Vestia uma saia longa preta e uma blusa curta de mangas longas também preta que destacava ainda mais seus olhos azuis.

- Desculpe incomodá-los, mas vi a vossa apresentação e achei realmente incrível. Não me contive e tive que vir cumprimentá-los pessoalmente. - falei sorrindo observando seus gestos desconfiados.

- Não é nenhum incómodo senhora, é uma honra estar recebendo esse elogio da própria luna suprema - a garota sorriu sincera, meio envergonhada.

- Eu que fiquei muito honrada de puder ver a vossa apresentação - falei animada - Ah e por favor me chamem por Angeline.

- Mas não terá nenhum problema? - um dos rapazes perguntou olhando para meu companheiro, segui seu olhar encontrando um Mikael com um rosto impassível, sorri pra ele e ele também sorriu para mim.

- Não, não será - falei convicta - Sou Angeline Black - falei estendendo a minha mão.

- Marco Cruz..- o mais velho apertou a minha mão e logo apontou com para os outros dois - E estes são meus irmãos Juan Cruz e Alana Steel, é um prazer conhecer os supremos.

- o prazer é todo nosso - Mikael respondeu e por um momento me surpreendi com a sua fala. Me desprendi um pouco do meu companheiro e me dirigi a Alana.

- Posso? - perguntei me referindo a sua mão, ela assentiu e me cumprimentou, senti magia correndo em suas veias, magia pura e natural e sorri, me concentrei e logo uma flor foi surgindo na palma de sua mão, uma rosa de gelo, translúcida como o próprio cristal. Alana me olhou fascinada - Considere isso um presente de uma bruxa para outra. - ela sorriu e sorri de volta.

- Muito obrigada supre.. Angeline - ela respondeu observando a flor em suas mãos apenas sorri e me afastei segurando a mão de Mikael de volta.

- Foi um prazer conhecer vocês, se cuidem! - falei enquanto me afastava com Mikael e eles acenaram pra nós enquanto nós afastamos.

- O cabelo dela é natural?- ouvi um dos irmãos perguntar.

- Não seja indiscreto Juan, eles podem ouvir você. - Marcos repreendeu o irmão e eu sorri.

- A sua alcateia é maravilhosa Mikael - comentei assim que chegamos a uma praça onde vendiam todo tipo de coisa.

- A nossa alcateia Angeline, ela é nossa..- ele comentou calmamente enquanto me observava, desviei o olhar do seu, estranhamente me sentia que estava traindo a minha alcateia. Eram tão estranho.

- Não supremo, ela é sua - rebati olhando em seus olhos, - Eu já tenho a Moon Black - comentei.

- Talvez, mais isso não muda o facto de seres minha luna e tudo que é meu é seu - ele comentou - eu sou seu Angeline, apenas seu - ele me olhou profundamente nos olhos.

É nesses momentos que eu me pergunto como se respira né?

Porque sério, se ele continuar me olhando assim e falar essas coisas eu ainda terei um ataque cardíaco.

Senti minhas bochechas corarem e me amaldiçoei internamente por isso. Ninguém falou mais nada, Mikael apenas me guiava e me mostrava tudo, os parques, academias, escritórios, praças e muitas outras coisas, ele também me levou para diversos quiosques onde afirmava que vendiam a melhor comida que poderia existir e não discordo, as comidas eram maravilhosas, tinham um tempero único e exclusivo, as pessoas da alcateia não ficavam de trás, eram simpáticos, comediantes, extrovertidos e alguns deles sem pudor algum e me fizeram rir durante a tarde toda.

Cada canto daquele lugar reflectiam um pouco dele, apartir das cores, tão vivas e misteriosas. De certo Mikael é assim, enigmático e tão resplandecente, é estranho mas agradável, ele tinha um ar assassino, intimidante e dominante, exalava poder em todos os poros do seu corpo mas também demonstrava simplicidade, alegria, e vida.

....

Sentamos em um banco que ficava um pouco mais distante das ruas movimentadas da cidade apreciando o pôr do sol. O sol estava tomando nuances mais alaranjadas e rosas dando a visão perfeita, podia ficar aqui olhando essa visão a vida toda, é magnífica.

Observei Mikael, ele estava tão calmo, sereno, tão lindo, pelos deuses ele com certeza é o homem mais lindo que eu já conheci em toda minha vida.

Sua beleza é simplesmente surreal, talvez nem os próprios deuses pudessem se comparar a ele, seu rosto , os olhos escuros cintilavam com a pouca luz do sol, as maças do rosto bem alinhadas, o queixo quadrado. Mikael é simplesmente lindo, mas o que mais me chamava atenção nele eram seus olhos tão expressivos, seu rosto poderia estar sério, mas seus olhos sempre demonstravam tantos sentimentos. Era como um oceano de sensações, de emoções contidas.

Ajeitei o meu vestido azul escuro de rendas e cruzei as minhas pernas, encostando minha cabeça no ombro de Mikael que me puxou para mais perto me fazendo sentir seu calor e o seu delicioso aroma.

- Obrigada - falei ainda olhando o entardecer.

- Pelo quê? - ele perguntou voltando seus olhos em mim.

- Por hoje, por tudo - soltei também o encarando, podia sentir sua respiração beijando minha bochecha, estávamos tão pertos, nossos lábios a centímetros um do outro.

Ele sorriu acariciando meu rosto com sua mão quente e macia me fazendo fechar os olhos para apreciar melhor o seu toque.

- Quem deveria agradecer sou eu. - ele sussurrou.

- Pelo quê? - perguntei também sussurrando.

- Por teres chegado na minha vida. - ele respondeu, sua fala cheia de carinho, cheia de ternura e amor.

Nossos rostos foram se aproximando mais, e mais até que finalmente senti seus lábios ásperos e doces reivindicando os meus.

Senti borboletas no estômago, e meu coração bateu mais rápido como se houvesse uma manada de rinocerontes cavalgando no meu peito, eu apenas queria que ele não se afastasse e ficasse comigo pra sempre, que ele me tirasse sempre do abismo.

Minhas presas ardiam, queria sentir o sabor de seu sangue. Saber se era realmente tão doce como o seu cheiro ou o seu beijo.

Seu beijo era calmo e doce, carregava tantos sentimentos e emoções. Sua mão deslizou pela minha bochecha até chegar na minha nuca se emaranhando no meu cabelo, enquanto sua língua ávida explorava cada canto da minha boca. Mas o beijo foi tomando outras nuances, se tornou selvagem e necessitado, me sentia entorpecida, o mais puro desejo emanava de nós enquanto nossas bocas travavam uma batalha do mais insano dos desejos.

Nossas bocas se afastaram por falta de ar, mas não nos separamos, ficamos grudados um no outro, nossas respirações ofegantes e lábios inchados, Mikael grudou nossas testas e ficamos assim por alguns segundos apenas nos observando.

- Σε αγαπώ, αιώνια ευτυχία μου. - Mikael falou, não entendi o que disse, mas sua voz tão expressiva me dava a entender que era algo importante, estava prestes a perguntar quando ele me cortou - Devemos voltar,- ele falou e eu apenas concordei com a cabeça.

Caminhamos em silêncio. As ruas da cidade ficavam ainda mais lindas no anoitecer, as luzes iluminavam o extenso caminho de paralelepípedos, a cidade vibrava com o som de música, as pessoas dançavam, cantavam e se alegravam.

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