Vazia.
Era como eu conseguia descrever a minha mente, não conseguia pensar em nada, lembrar de nada ou quem eu era. A mera possibilidade de tentar saber quem era se tornou frustrante. Quem eu sou?
Me perguntava enquanto olhava aquela imensidão de noite, não conseguia ouvir nada, ver nada, sentir nada, não conseguia ver nem minhas próprias mãos e isso estava me matando. Andei por muito tempo naquele lugar sem saber que dia era ou quantas horas já tinham se passado apenas tentando achar o fim daquele lugar vazio. Mas foi em vão.
De vez em quando conseguia ouvir algumas vozes femininas um tanto familiares em meio a escuridão elas sempre repetiam o mesmo nome Angeline ou vez ou outra diziam palavras como:
Você vai ficar bem.
Isso não é o fim.
Nós vamos te salvar.
Tenho saudades.
Mas não conseguia de facto descobrir a quem elas pertenciam ou se eram de algum parente, amigo ou conhecido.
Será que morri?
Me perguntava isso constantemente, seria a única solução óbvia eu acho. Não conseguia pensar em mais nada além da minha possível morte e que este lugar de alguma forma seja o meu purgatório onde serei julgada pelas coisas más que eu tenha feito. Mas não tinha como eu ter certeza, não haviam memórias para se recordar ou saber. Quem me espera além da escuridão? Isso são coisas que eu gostaria de saber mas que não tinham respostas.
....
Sentia que estava deitada em algo extremamente confortável, talvez uma cama podia sentir um forte cheiro de eucalipto e terra molhada e um cheiro de perfume masculino pelos céus que cheiro bom!
Abro os olhos lentamente e a primeira coisa que vejo é o branco do telhado, pisco várias vezes tentando me acostumar com a claridade, apoio os meus cotovelos na enorme cama de casal em que me encontrava e olho ao redor. Estou em um castelo?
O quarto é extremamente grande e sem falar que é ricamente decorado, longas cortinas egípcias pretas enfeitavam as janelas/ portas de vidro que davam para uma varanda com uma mesa de vidro e duas poltronas brancas que pareciam ser muito confortáveis. Tinha também um conjunto de um sofá de três lugares e duas poltronas brancas que ficavam em frente a uma mesinha de centro de vidro e uma TV na parede em frente aos sofás, um espelho gigante prateado se encontrava a dez passos da cama, e quando eu falo grande não é eufemismo ele é mesmo grande pra caramba. Uma mesa de madeira branca e cadeiras da mesma cor ficavam em frente a cama, duas portas se encontravam na lateral do quarto, talvez banheiro e closet e uma outra porta que presumi ser a porta de entrada. Toda a decoração do quarto era de preto, branco e Prateado, e alguns tons dourados dando ainda mais o ar de luxo no local.
Coloco os pés no chão gelado sentindo um arrepio percorrer todo o meu corpo por causa da queda de temperatura. Caminho a passos lentos até ao enorme espelho e quando olho para o meu reflexo no espelho como um soco todas as memórias voltaram como um flash me fazendo cair de joelhos e me fazer esquecer por um minuto como se respira.
Pai
Kessiane
Lyana
Black
O ataque
Sequestro
Miklaus
Tortura
Morte
Dor
Frio, muito frio.
Tudo voltou de uma só vez todos os gritos, lamentos, todas as vozes voltaram de uma só vez me fazendo sufocar. O meu peito doía como se eu tivesse sido apunhalada e eu tremia como se estivesse em água extremamente gelada, os meus ossos de repente doíam, coloco a mão sobre o tecido fino da blusa fina que compunha o modesto pijama que vestia apertando com força como se isso fosse diminuir a minha dor. Queria gritar mas já não tinha mais voz pra isso, lembranças de morte, de monstros assombravam a minha frágil mente.
Minha visão estava embaçada, lágrimas quentes rolavam sobre a minha face misturando se com suor e se tornavam pequenos cubos de gelo assim que tocavam o chão branco de mármore , meus olhos ardiam e minha respiração estava ofegante, minha cabeça latejava. A dor estava insuportável.
Guerreiros não choram
Guerreiros não choram
Guerreiros não choram
Repeti esse mantra incessantemente e senti que aos poucos estava recuperando o controle do meu corpo, eu já não tremia e nem chorava mais, mas não sai da posição que me encontrava com os olhos fixos no chão, de joelhos e com a mão sobre o peito.
A porta do quarto foi aberta aberta e por ela passa uma Kessiane vestida com uma calça jeans preta, blusa de seda azul marinho. Os cabelos vermelhos como chamas estavam soltos lhe dando um semblante mais maduro. Uma saudade imensa se apoderou de mim e num impulso me levantei do chão e corri a envolvendo num abraço forte demonstrando o quanto eu senti sua falta.
— Kessy — falei com a voz embargada sentindo as lágrimas voltando a correr novamente sobre a pele pálida.
Por um momento ela pareceu ficar em choque, não correspondeu o abraço de imediato, mas foi questão de tempo até sentir seus braços me envolvendo forte e um tanto desajeitado.
— An..Angel — ela disse com a voz embargada denunciando que também estava chorando — Meu Deus angel voc..você voltou — ela disse um pouco tremula.
Me afastei um pouco para ver melhor o seu rosto, o rosto fino e delicado, as maças do rosto corado, o nariz fino, os lábios rosados e os olhos verdes cintilantes agora vermelhos por causa do choro.
Céus como eu senti falta desses olhos!
— Eu prometi que voltaria não é mesmo? — perguntei com um sorriso no rosto e ela assentiu voltando a me abraçar — Eu senti tanto a sua falta — falei.
— Eu também senti muito a sua falta irmã — ela falou se soltando do abraço e limpando as lágrimas — E a Lyana também — ela completou.
Meu coração quase errou uma batida com a menção desse nome.
— Como ela está? Está bem? Tem se alimentando direito? Sentiu a minha falta? — falei a bombardeando de perguntas, ela apenas colocou as mãos nos meus ombros me acalmando e sorrindo.
— Calma Angel! Pelo que eu sei eu sou a irmã imperativa e não você! — eu suspirei me acalmando — E sim ela está óptima e vai ficar bastante feliz quando saber que acordaste e bem toda gente desta casa né! — ela completou.
— E já agora onde estamos? — perguntei me sentando na cama
— Você não se lembra de nada? — ela perguntou e eu neguei — Tipo da parte onde você encontra o seu companheiro e ele é a porra do supremo Alpha? — ela falou
Como se respira gente?
Memórias do que aconteceu na floresta voltaram num flash e a palavra minha ecoou pela minha mente como um lupi infinito me deixando de olhos arregalados. Tenho certeza que se eu não estivesse sentada eu teria caído como um saco de cimento.
— O meu com..mpanheiro é o supremo? — perguntei quase num sussurro.
Kessy apenas faltou pular de alegria e bater palminhas com o enorme sorriso que dançava na face rosada com algumas sardas.
— É sim! E permita-me dizer Angeline, ele é um Deus grego! — ela falou se abanando com as mãos — Se o meu companheiro não fosse um Deus eu com certeza beijava os pés dele.
— Espera você o quê? — perguntei tentando perceber se ouvi certo ou a minha mente que estava me pregando peças.
— Ah, sim eu encontrei o meu companheiro — ela falou enquanto mexia numa mecha do cabelo ruivo — ele é Steve Kane um dos beta do supremo! — ela falou ficando ainda mais corada.
Respira, respira, respira e não pira! Porra que se foda!
— O MEU COMPANHEIRO É O SUPREMO E VOCÊ ESQUECE DE FALAR QUE TENS UM COMPANHEIRO KESSIANE BLACK!
...***...
...Segundo capítulo do livro. Antecipadamente espero que seja do vosso agrado, e agradeço por terem tirado um minuto do vosso tempo para acompanharem a minha obra....
...Fiquem bem, lindas. Um beijo e um queijo 🌼...
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Atualizado até capítulo 101
Comments
adrina drica
queijo humm/Drool//Drool/
2024-06-12
1
Magna Figueiredo
Estou amando.../Drool//Drool//Drool/
2024-05-24
1
Leonice Reis Reis
Um já tô gostando do livro parabéns 🙂
2024-05-19
1