Capítulo 15

- Dina não quero tirar seu tempo, apenas vim fazer o bolo de Lya - ela falou quando fez um feitiço de troca de roupa se encontrando com um shorts vermelho, uma blusa preta, chinelas e um avental de bolinhas e os cabelos amarrados.

- Sinta-se a vontade querida, a cozinha é toda sua - a senhora de idade comentou solidária.

...***...

No final Angel ficou o manhã inteira preparando o enorme bolo de chocolate e Kael e Kessiane cuidaram de Lya não descobrir sobre a festa surpresa. Alexander e Gustavo se encarregaram de cuidar da decoração enquanto Dina e Angeline preparavam os doces, comidas e bebidas. E Miguel?...

Bem o Alfa desapareceu durante o dia inteiro assim como Aaron, eles não estavam em lugar algum o que deixou Angeline inquieta.

Já estava escurecendo e nada dos dois aparecerem, todos já estavam na sala de jantar a espera, mas nada, Angeline por fim decidiu que iam cantar os parabéns para a filha antes que ficasse tarde e ficou triste pelo pai não poder comparecer a esse dia ou pelo amigo não estar presente.

Todos estavam de pé em frente a mesa onde se encontrava o enorme bolo de chocolate com uma vela de quatro anos no topo, quando estavam prestes a cantar os parabéns um estrondo acompanhado de um tremor surgiu assustando a todos.

- O que se passa? - Gustavo perguntou receoso.

- A barreira está sendo atacada - a Alfa respondeu entregando a sua filha para a irmã - Cuide dela, se as coisas derem errado você sabe...

Kessy olhou abismada para a irmã, ela não estava falando sério ou estava? Era apenas um tremor não tinham porquê se preocupar é verdade que muitos já tentaram atacar a alcateia mais nunca conseguiram. Eles tinham a barreira mais forte de todas e os seus soldados são os mais fortes da região ela não poderia supor logo o pior de cara.

- O que mudou? - Kessy perguntou abraçando forte a sobrinha.

- Não sei, vou descobrir logo - ela falou - Gustavo cuide da segurança da alcateia, Kael leve todos para um lugar seguro e Lex você vem comigo! - ela falou firme não dando motivos para reclamações.

- Certo! - os três lobos responderam em uníssono e logo Gustavo e Kael saíram da mansão apressadamente.

- Leve todos para a alcateia mais próxima e fiquem lá até segundas ordens - Angeline falou autoritária para a irmã.

- Eu também vou lutar Angel, essa é a nossa casa! - Kessy rebateu determinada fixando seus olhos verdes nos tempestuosos da irmã.

- Kessy me escuta, tem algo de muito estranho acontecendo, a barreira nunca reagiu assim durante um ataque, provavelmente ela vai quebrar então preciso que você tire Lya daqui e a mantenha segura, Gustavo e Kael cuidarão da alcateia, eu e Lex procuraremos nosso pai e Aaron e protegeremos a alcateia. Eu preciso que vocês fiquem seguras.

- Mas Angel...

- Você é a próxima Alfa, apenas vá, nós logo vos alcançaremos  - Lex falou se dirigindo a Kessy.

- Mas, Angel...

- Nada de mais Kessiane, vá.- ele falou autoritária e Kessy assentiu.

- Mãe? Quê se passa mamãe? - a voz amedrontada da pequena híbrida soou.

Angeline se aproximou de sua filha com um sorriso gentil e reconfortante a afagou seus cabelos.

- Não se passa nada meu amor, apenas irás sair com a tia Kessy ok? - ela perguntou amena.

- Tenho medo mãe..

- Shh, está tudo bem meu amor, não tenha medo ok - ela seu um beijo em sua testa e se dirigiu para a irmã - Cuide dela até eu chegar, te amo - ela falou dando um beijo Castro na testa da irmã.

Kessy apenas assentiu e abriu um portal saindo daí o mais rápido possível e antes que as lágrimas ameacem insistir em cair.

Quando Kessy e Lya finalmente desapareceram pelo portal, Angeline e Alexander saíram correndo da mansão directo para o escritório do Alfa.

Mas um tremor surgiu os fazendo desequilibrar e quase caíram ao chão. As ruas estavam vazias, não havia nem se quer uma alma pelas ruas iluminadas. A Alfa suspirou aliviada se dando conta que seu povo estava seguro.

Mas um tremor e uma camada translúcida foi se desfazendo sobre suas cabeças.

A barreira Caiu.

Os vampiros invadiram.

Angeline murmurou um palavrão quando se deu conta que os seres que estavam atacando a sua família eram vampiros. A medida que corriam pelas ruas lobos transformados e na sua forma humana vinham surgindo no seu campo de visão e não demorou pra notar o sangue espalhado pelas ruas.

Lobos e vampiros se enfrentando em plena rua. A Alfa e o beta se juntaram a seu povo matando todo e qualquer vampiro que se metia em seu caminho. Angeline era sanguinária em questão de segundos já tinha queimado e destroçado vários vampiros apenas na forma humana. Ela combinava sua velocidade de vampira, sua forca de lobo e seus poderes de bruxa para erradicar a todos.

Tinha muitos vampiros atacando mas o clã Lupino era extremamente forte e habilidoso dificultando os vampiros a avançarem para mais fundo. E assim a luta continuou com sangue, tripas e corpos estirados pelas ruas.

Apesar de habilidosos os vampiros eram em maior número e os lobos já estavam ficando cansados.

- LEX! - a Alfa chamou de longe e logo um lobo cinza apareceu ao seu lado banhado em sangue - Preciso de retaguarda enquanto favor uma nova barreira, uma mais reforçada se continuarmos assim vamos acabar morrendo - ela falou enquanto matava mais dois vampiros em seu encalço.

- uma barreira reforçada vai fazer você gastar muita energia e não conseguirás lutar bem - o lobo falou mentalmente - Gustavo está cuidando da parte norte e Kael o lado Leste, eles não estão tendo nenhum problemas podemos muito b cuidar disso agora - ele tentou persuadir-la.

- Não vamos conseguir, tem mais vampiros vindo e precisamos encontrar Aaron e meu pai logo! - ela rebateu e Lex apenas soltou um rosnado contrariado.

- Está bem, tenha cuidado, nós vamos te proteger Alfa! - ele falou se juntando aos outros lobos e fazendo uma barreira em volta de Angeline protegendo-a dos vampiros.

Angeline se sentou no chão em posição de índio sem se importar com o sangue que mesclava o seu corpo e o chão. Concentrou seu poder, extraiu o poder da natureza e os uniu, moldou-os, criou forma e os expandiu pela alcateia até sentir que o seu poder ultrapassar os limites dos portões da cidade.

Deixei apenas o poder fluir e se concentrar na barreira e a fortificando, mas sentia que aquilo não era suficiente, precisava colocar mais poder senão a barreira seria quebrada de novo.

- Per solem, per lunam, astra et sidera, auxilium meum audiunt. Tuos protege populos, et invadendos arcere, Naturam forma, et arcem construe, firmam Sit mea virtus hanc stipulationem. - seu corpo se inclinou para a frente fraco, fazer uma união mágica tão forte gasta muita energia do usuário.

Angeline olhou para o alto e encontrou a barreira translúcida brilhando como uma estrela cadente e então sorriu os deuses mais uma vez ouviram a sua prece.

Ninguém podia entrar e ninguém podia sair sem antes desfazerem a barreira. Os que saírem já não entrarão.

Os vampiros que estavam lutando de repente foram sendo puxados por uma forca invisível que os colocou para fora da alcateia, todos eles foram lançados pra fora pelo vento revolto.

Os lobos gritaram e urraram felizes gritando o nome de Angeline, saudando a nova alfa.

Alex ajudou a sua Alfa a se levantar ainda em sua forma lupina e ajudou-a a monta_lo.

- Todos vocês, cuidem do feridos, ajudem a tirarem todos dos esconderijos e agrupem todos os nossos irmãos que estão mortos e preparem os para o enterro amanhã, os cadáveres dos vampiros serão todos queimados imediatamente! - ela rugiu com a dominância de Alfa e os seus olhos vermelhos.

- Sim Alfa - seus soldados responderam prontamente começando a se espalhar e acatar as ordens de sua Alfa.

- Lex vamos pra o escritório, precisamos achar o papai! - o lobo cinza apenas assentiu e começou a correr pelas ruas esquivando de seus irmãos e de corpos de vampiros mortos. Angeline segurou forte nos pelos do lobo para não correr o rico de cair, uma rajada de vento perpassou sobre o seu rosto a fazendo sentir um cheiro característico de sangue.

Sangue de seu pai.

O medo se instalou no seu ser e apertou com força os pelos de Lex e ele aumentou a velocidade quando deu-se conta do estado da irmã e do forte cheiro de sangue.

Sangue de um Alfa.

Quando Alex finalmente parou enfrente ao enorme prédio do escritório, Angeline não pensou duas vezes antes de sair correndo e ir a procura de seu pai.

A fraqueza não mais a importava

Apenas importava encontrar seu tutor,

Seu pai!

Subiu uma série de escadas rapidamente e parou a última porta do andar, a porta de madeira estava meio aberta permitindo ver duas silhueta no lugar, sem pensar ela entrou com tudo e no mesmo momento seu corpo paralisou no lugar.

Não.

Não, não, não.

Sua mente gritava tentando fugir daquela triste realidade. Miklaus Asano o rei dos vampiros segurava seu pai pela gola do pescoço com as garras presas no pescoço do mesmo.

Sangue jorrava da enorme mordida no pescoço do Alfa, sujando seu magnífico terno preto, Miklaus sorriu diabolicamente para Angeline enquando mostrava as presas cobertas de sangue.

Sangue de seu pai.

Seu corpo gelou no lugar sabendo o que aquilo significava.

Ele o envenenou.

Angeline levantou uma mão na direção do vampiro e com um gesto apenas o lançou pelas enormes janelas de vidro as quebrando e lançando o vampiro para a rua.

O corpo de Miguel apenas não esbarrou no chão porque Angeline foi rápida o bastante para o segurar.

- Papai! - ela falou apoiando a cabeça dele em seu colo - Droga! Eu preciso cura-lo rápido - ela falou mordendo seu pulso e tentando colocar o sangue na boca de dele, mas Miguel a impediu segurando seu pulso.

- Não vai funcionar...j.. já é tarde...pra isso filha - ele falou com dificuldade mantendo seus olhos cinzas abertos.

- Não! Ainda não é tarde! O senhor vai ficar bem...por favor, você precisa - ela falou com as lágrimas molhando seu rosto.

- Já é tarde pra...mim meu...amor - ele falou - já é tarde... Ângela! Proteja seus irmãos, nossa família, viva, se permita sentir...encontre seu companheiro...e se apaixone por ele a cada dia, o ame,...e que ele te ame...proteja a flor de lírio a nossa pequena luz...seja você meu amor...apenas você e mais ninguém! - sua voz estava passível e os batimentos do seu coração estavam cada vez mais fracos.

- Não, por favor papai. Nós ainda precisamos do senhor...eu ainda preciso. Por favor não me deixes também! - ela implorou, a Alfa estava caindo no desespero numa dor tão avassaladora que nem sua própria loba estava conseguindo acalma-la.

- Não, meu amor... você não precisa, você se tornou melhor do que esperava,...todos vocês...estou realmente orgulhoso..

- Papai...

- Me perdoe por ter...ter sido rigoroso demais, me perdoem minhas filhas...eu a amo Angeline, amo todas vocês...

E assim o brilho da vida de perdeu dos olhos daquele que outrora foi conhecido como o Lobo sanguíneo.

Angeline gritou.

De dor.

De medo.

De fraqueza.

Um grito agonizante que tocou até o coração dos deuses. Ela chorou até não sentir mais sua voz e seu corpo.

Sua pele parecia congelar, a dor se transformando em irá e acordando o monstro outrora adormecido, ela chorou por ela, pela família, pela alcateia. Chorou por medo. Porque seu herói se foi e não voltaria.

Chorou por amor.

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