Aqua Locus
Assim que chegaram no reino submerso Gildor fez questão de fazer uma varredura mágica no lugar. Utilizando sua magia ancestral ele abriu quatro runas, a sul, norte, leste e oeste do lugar.
— O que pretende fazer Gill? — perguntou Cateline, curiosa.
— Estou verificando se há alguma mudança mágica no reino e depois vou adicionar uma barreira aqui, assim, qualquer um que não seja uma sereia entrar ou sair daqui eu irei saber — disse enquanto continuava o feitiço.
— Querido, deixe-me adicionar um pouco do meu poder também — Cateline se aproximou das runas, verificando uma forma de conseguir unir sua magia a dele.
— Venha até mim e segure minhas mãos Cateline — ele pediu e ela fez, agora de mãos dadas, as runas que antes eram de um tom dourado, estão em dourado com tons de azul brilhante.
Após sentir a movimentação mágica nas águas, muitas sereias saíram de suas casas para alcançar o lugar que emanava todo aquele poder. Ao perceber que se tratava de Gildor e Cateline elas ficaram ali paradas admirando aqueles dois.
De repente, todos no reino submerso puderam sentir a força nas águas, para o terráqueos seria como um forte sopro. A barreira estava erguida e Gildor sentiu a exaustão lhe pegar, mas antes que ele caísse Cateline o segurou.
— Você se esforçou muito, querido — disse Cateline, com seu jeito doce e carinhoso de sempre. Com o Gildor.
— Eu só tenho que me acostumar a manter duas barreiras, depois que me acostumar isso não será nada — Gildor explicou com otimismo. Com o braço apoiado no ombro de Cateline ela o levou até a tenda da curandeira Liana.
Eles passaram pelas sereias que acenavam e sorriam com orgulho, e por uma parte do caminho os seguiram se escondendo atrás das tendas e grandes pedras.
— Você viu? Todas aquelas sereias nos olhando, — Cateline sorriu orgulhosa — estavam nos admirando.
— Estavam admirando a beleza de sua rainha, isso sim — Gildor a provocou.
— Já disse que não sou rainha, Gill — Cateline falou seriamente e desviou o olhar.
— É assim que eles a reconhecem e fariam qualquer coisa por você — insistiu Gildor.
— Você que merece ser chamado de rei, você salvou a maioria dos elfos, eu deixei tantos dos meus morrerem... — relembrou com amargor e tristeza.
— Não consegui salvá-lo — Gildor respirou profundamente —, vamos deixar este assunto de lado.
— Me perdoe, eu não devia... — ela falou com sinceridade, e logo avistou a tenda de Liana — Bem, nós chegamos.
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Os próximos a serem atacados foram os elfos. Agora com as sereias sob seu poder, Domm sabia que teria mais chances na floresta da escuridão.
Domm organizou um ataque pela água, as sereias foram as que mais deram baixas nos elfos. E ele, entrou com seu exército de humanos e demônios pela porta da frente da floresta. Os elfos lutaram arduamente, mas Domm já tinha pensado muito naquele dia, uma de suas tropas estava responsável por promover queimadas, e outra por emitir gases tóxicos. Claro que os humanos haviam tomado um antídoto para o gás tóxico criado através de uma mistura química.
O que Domm não esperava era lidar com a força dos irmãos Gildor e Wildor, líderes dos elfos. A forma com a qual os irmãos lutavam era a mais bela, de costas um para o outro com ferocidade no olhar e orgulho em sua voz.
Eles resistiram bastante mas não esperavam pela magia conjunta das sereias, que consistia em usar tudo que tinha água em volta para drenar a energia dos adversários, mas este feitiço só podia ser conjurado por cinco sereias de alto nível.
Logo os elfos começaram a perder as forças gradativamente, Gildor e Wildor tentaram se esconder na floresta para fazer um ataque surpresa, mas deram de cara com as cinco sereias e entre elas estavam, Liana e Cateline.
As lágrimas desciam descontroladamente pelo rosto das sereias, e naquele momento Wildor iniciou a magia que o faria perder a vida.
Ele arriscou fazer uma magia ancestral de selamento.
— Por favor, deixem-me apenas usar isto! Eu imploro! — pediu as sereias, que resistiram o máximo que puderam ao controle de Domm para dar esta chance a Wildor. E ele conseguiu.
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A tenda era simples e bem organizada, havia uma prateleira com potes de vidros cheios de algas de diferentes de tipos, uma estante com livros do chão até o teto, muitas redes esticadas destinadas aos pacientes que ali permaneceríam em repouso. Cerin e Luna estavam deitadas em uma das redes, Liana sentada em sua mesa de estudos com muitos livros ao seu redor, ela procurava soluções para o seu problema.
Cateline e Gildor entraram na tenda, e rapidamente Cerin e Luna se levantaram.
— Eu falei para ajudarem a Liana, não para ficarem deitadas! — advertiu Cateline.
— Oh, senhorita Cateline, fui eu quem pedi que elas ficassem bem quietinhas para eu me concentrar — explicou Liana.
— Então, tudo bem. — Cateline soltou Gildor com cuidado — Eu trouxe ajuda, ele vai olhar os seus braços.
— O rei dos elfos, é um prazer revê-lo — Liana sorriu graciosamente.
— Já faz um longo tempo, senhora. — ele se aproximou de Liana e estranhou ao ver os braços dela — Eu nunca vi algo assim, você consegue usar magia?
— Não, nenhum pouco. Nem mesmo consigo mexe-los, as meninas que estavam me ajudando a virar as páginas dos livros. — disse Liana.
Gildor se aproximou e quando segurou nas mãos de Liana, sentiu a intenção maldosa e a aura maligna que vinha daquela escuridão nos braços e mãos dela.
— Isso é terrível — Gildor olhou para Cateline, um pouco assustado — a única vez que senti algo parecido com essa aura, foi há quinhentos anos atrás.
— Você quer dizer, que tem a ver com Domm Zerkir? — Cateline perguntou estatelada.
— Me lembra da aura sinistra de Lucian — os olhos de Gildor transmitiam a mais pura preocupação —, o que é bem pior.
— Ele é a personificação de tudo que há de pior, de mais baixo e profano nesse mundo — afirmou Cateline.
— O senhor sabe alguma forma de curar os meus braços? — perguntou Liana.
— Eu posso tentar algo sim... — Gildor fechou os olhos e se concentrou, de repente runas mágicas aparecem das mãos até os braços de Liana — 'purificação'.
Pouco a pouco Liana conseguiu mexer os seus dedos, sentindo a força física voltar aos seus braços, Gildor continuava concentrado evocando tanto do seu poder que tudo ao seu redor começou a tremer.
— Já é o bastante, rei dos elfos — Liana o chamou a atenção e ele abriu os olhos —, a parte mágica é mais complicada, eu sei.
— Mas você está mexendo os braços, Liana. Achei que tinha dado certo — disse Luna confusa.
— Mas a magia não voltou a correr pelos braços dela, é uma espécie de maldição através de ritual — disse Gildor, ainda intrigado — Mas porque você? Poderia ser comigo, que sou mais velho e utilizo de magia ancestral.
— Acho que você também vai receber algum aviso. Pense bem... Primeiro foram os corvos nas janelas do Lorde, agora as mãos da nossa curandeira mais poderosa, o curandeiro é como um sacerdote para os humanos — explicou Cateline.
— Vou reforçar a proteção da floresta — disse Gildor, pensativo — Estou certo de que isso ainda não acabou.
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Atualizado até capítulo 29
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