Na floresta da escuridão
(Cateline)
Cateline chega a casa de Gildor. Senta-se na janela e começa a cantar, emitindo vibrações do mais belo tom, vibrações que sua garganta emitia apenas para aquele elfo e rapidamente o rei dos elfos abre a porta.
(Gildor)
— Meu pedaço de mar... — disse Gildor com sua voz forte e presente ao vê-la. Então se aproximou, para diminuir a distância de seus corpos—, estou feliz em te ver mas sei que há algo de errado.
— Não consigo mesmo disfarçar... — Cateline corou, respondeu um pouco envergonhada e sorriu.
— Sabes que comigo pode ser transparente, conhecer cada mínimo detalhe seu é o meu maior desejo, querida. — Gildor falou gentilmente enquanto acariciava o rosto úmido da sereia — agora, por favor, me diga o que houve.
— Outro mau presságio, a maior curandeira de Aqua Locus está com suas mãos impossibilitadas, física e magicamente — respondeu a sereia, a preocupação era nítida em sua voz.
— Eu posso tentar ajudá-la — Gildor investiu.
— Eu aceito de bom grado, querido Gill — Cateline abriu um pouco do hobby de Gildor, e acariciou suavemente a pele nua do peitoral dele, onde havia uma cicatriz grossa, o que indicava o quão profundo era, o corte que havia sido feito ali, outrora.
— Cateline, você não devia... — Gildor a advertiu, controlando cada parte do desejo que o toque dela lhe permitia sentir — me provocar assim bem na hora de um compromisso.
— Você também não deveria me provocar dessa maneira, — ela o olhou nos olhos, com ar de inocência — vindo ao meu encontro vestido de maneira tão pecaminosa!
— Acho melhor nos apressarmos, — um brilho indecente começou a tomar conta dos olhos do rei dos elfos, então ele puxou Cateline para o seu colo, e acariciou com leveza a calda dela — antes que eu perca a minha sanidade e tome você para mim.
Cateline permaneceu congelada olhando nos olhos brilhantes do elfo, ele tinha algo de sombrio e profundo dentro dele, mas ainda assim conseguia ser tão pacífico e gentil. Cateline sorriu satisfeita com a atitude do parceiro que logo depois pulou na água, ainda com a sua amada no colo. Ela ativou sua magia que consistia em marcar a pessoa com um símbolo de uma flor de lótus, lhe dando a capacidade de respirar debaixo d'água.
Gildor era um elfo gentil com os outros elfos e raças rejeitadas, mas era extremamente hostil com os humanos. Assim como Cateline e as sereias, o clã dos elfos também foram escravizados pelos seres humanos durante dois séculos.
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Há quinhentos anos atrás, Domm William Zerkir, era o rei que comandava os seres humanos, elfos e sereias. Unindo-se a Lucian - o imperador dos demônios, Domm fez um pacto com o mesmo para que tivesse poder suficiente para subjugar as outras raças, que ele considerava impuras e inferiores, em troca Domm daria quantas almas e indivíduos Lucian quisesse, e assim foi feito.
Domm começou envenenando o mar, o que atingiu Aqua Locus rapidamente, por se tratar de um veneno mágico que não podia ser detectado tão facilmente quando usado na água. As sereias começaram a adoecer sem razão alguma e quando estavam fracas o suficiente, Domm raptou Syreni - rainha das sereias, a levando para a praça bem na frente do palácio dele. Domm foi esperto, não deixou uma gota d'água sequer perto da sereia, e naquele dia em especial o sol estava bem intenso. Como se tudo conspirasse a favor da maldade daquele humano.
Ele foi cuidadoso com cada detalhe, até mesmo usou magia para cortar as cordas vocais da sereia, para que não corresse o risco dela usar o encanto de sua voz para atrair alguém que pudesse ajudá-la.
Ela estava sozinha, humilhada e enfraquecida. Humanos ali passavam, para lá e para cá, a maioria ia até ela para rir em sua face, outros acariciavam indevidamente o corpo da sereia, com malícia e perversão. A rainha das sereias estava acorrentada em uma pedra, com pinos de metal mágico cravados por todo o seu corpo, em sua mente ela gritava:
— Maldito rei dos humanos! Maldito! Maldito!
Mas o que ela mais temia aconteceu, o seu povo foi até ela, claramente era uma armadilha, mas no coração deles, eles precisavam resgatar a sua rainha.
Syreni os olhava com pavor, ela os tentava avisar através dos olhos, ela tentava gritar mesmo sabendo que sua voz não estava sendo emitida, ela se balançava naquelas correntes as quais estava amarrada, e em sua mente ela gritava fervorosamente:
— Saiam daqui! Por favor! Por favor eu imploro!
As lágrimas dela começaram a descer, lágrimas de medo e desespero, mas já era tarde demais. Uma chuva de pinos de metal foi iniciada, atingindo cada uma das sereias. Aqueles pinos de metal mágicos era uma forma de restringir e controlar o corpo do oponente com magia, e foi assim que começou a era da escravidão para o clã das sereias.
As sereias estavam ajoelhadas naquela praça, diante de sua rainha que se desmanchava em lágrimas por ver o seu povo tão desgraçado e humilhado. Domm saiu do castelo e caminhou lentamente até Syreni, cada passo lento que ele dava era um grito silenciado de cada sereia.
Ele parou ao lado de Syreni e gargalhou com prazer e maldade.
— Esse é o poderoso clã das sereias? — ele continuava a rir e outros humanos começavam se unir em volta das sereias ajoelhadas na praça.
— Agora, vocês me reconhecerão como o único e querido rei — ele retirou uma bela faca de sua cintura e as sereias se agitaram, tentavam se mexer e gritar de todos os jeitos, mas sua mente ia a loucura quando tentavam se opor ao controle daqueles pinos mágicos, todavia elas não pararam de lutar, até que, Domm levantou a faca e cortou profundamente o pescoço de Syreni.
O sangue da rainha jorrava pelo corte em seu pescoço, o brilho de ódio acendeu nos olhos dela mas a vida a deixou, pouco a pouco enquanto sofria aquela perda de sangue. Muitas sereias não aguentaram ver aquela execução pública e faleceram também, mas quem restou, enfrentou dois séculos de escravidão.
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Atualizado até capítulo 29
Comments
Mayumi chan
mais mais mais mais mais
2023-03-22
0
Mayumi chan
isso foi tão...
2023-03-22
0
Mayumi chan
estou em dúvida sobre o casal mais romântico agora
2023-03-22
0