No baile centenário
As portas do castelo do Lorde Dominic estavam abertas, pessoas de todas as raças estavam presentes no local, comendo, bebendo e dançando. Não era esta uma festa típica, era animada e liberada para os seus tipos de diversões, o Lorde estava sentado na parte mais alta do salão, dali ele enxergava a tudo e a todos, avistava cada um que entrava. E o seu braço direito, Vlad Londor estava lá com ele, de pé ao seu lado, também atento a cada situação que ocorria.
– Senhor, Jacob Liones e sua namorada Sarah Mali chegaram. – disse Vlad enquanto olhava atentamente a entrada.
– O engomadinho filho do marquês e a namorada v4dia dele. – Owen permaneceu sério, com o cotovelo apoiado em seu joelho direito e a mão no queixo.
– Agora chegaram, o rei Gildor e a senhorita Cateline. – disse Vlad.
– Traga-os até mim. – Owen se levantou, e Vlad acatou o seu pedido, segundos depois Cateline e Gildor estavam a frente de Owen.
– Agradeço a presença, espero que se divirtam. – falou Owen, animado.
– Você bem sabe, o que mais odeio na face da terra é ficar perto de humanos, e aqui tem um monte deles. – Gildor respondeu entre os dentes lhe dando um sorriso desgostoso.
– Se eu não os convidasse, sua amada sereia e eu ficaríamos sem comida essa noite. – Owen falou com malícia e em seguida sorriu exibindo seus caninos afiados.
– Ela já chegou? – perguntou Cateline, secamente.
– Senhor, a Imperatriz e sua serva Kiara chegaram. – disse Vlad, um pouco animado demais.
– Falando no diabo... – disse Gildor.
– Fique tranquilo, eu mesmo irei recebê-la. – Owen piscou para Vlad e cumprimentou Cateline e Gildor, em seguida foi ao encontro de Salya.
A imperatriz solitária olhou ao redor e sorriu animada, o cheiro de álcool e comida estava por todo o lugar, mas logo ela sentiu a aura de Owen se aproximando.
– Quem diria que você me receberia pessoalmente – disse Salya, em seu tom sedutor e provocante, com um sorriso tão malicioso quanto suas palavras.
– Lorde Dominic, é uma honra estarmos aqui esta noite, o seu castelo é realmente muito belo e agradável – disse Kiara. Lançou um olhar de repreensão à sua senhora e sorriu gentilmente para o lorde.
– Kiara, você é de uma elegância e educação surreais – Owen respondeu e pegou delicadamente na mão de Kiara, onde deu um beijo nas costas da mão direita dela. Em seguida olhou nos olhos de Salya, uma forma clara de resposta a sua provocação. – Vamos nos juntar aos outros, há uma mesa reservada para nós, no melhor lugar do salão.
– Eu não esperava menos de alguém que precisa de um favor meu – a imperatriz o alfinetou e tomou a frente do caminho.
Logo eles seguiram para a mesa onde já estavam Cateline, Gildor e Vlad sentados. Assim que as viu, Vlad se levantou para cumprimentar as senhoritas.
– Milady Salya, é um prazer revê-la, está muito bela como sempre. – Vlad se curvou a Salya.
– Olá cria do vampiro, eu quero algo para beber e comer. Pode ser esses chocolates dos humanos – Salya pediu e logo se sentou, olhando de forma sedutora a Gildor.
– Senhorita Kiara, a sua beleza é capaz de ofuscar até mesmo a luz da lua, sinta-se em casa por favor. – disse Vlad, cordialmente. Então beijou a mão de Kiara e puxou a cadeira para que ela se sentasse.
– Eu agradeço a hospitalidade senhor Londor – Kiara sorriu graciosamente e se sentou, seu rosto ficou visivelmente corado. Algo que foi notável para todos que estavam sentados à mesa.
Owen e Salya, reviraram os olhos com aquela cena dos dois, Vlad então deu ordens para que os servissem e logo a mesa estava cheia de bebida e comida.
– Eu confesso Owen, essa comida é de alta qualidade, e os convidados... – Salya olhou de cima para Gildor e Cateline, e sorriu. – ... também são.
– Posso dizer o mesmo, Lorde Dominic – Cateline levantou a taça de champanhe que estava bebendo e sorriu mostrando seus dentes afiados a Salya, a tensão entre aquelas duas era quase palpável.
– Vamos direto ao ponto Owen, o que você quer de mim? – perguntou Salya lançando um olhar fatal para o Lorde.
– Querida imperatriz, sempre tão direta... – Owen respirou profundamente – Os três rosários estão me ameaçando.
Todos os que estavam sentados a mesa olharam surpresos para Owen, como se tivessem ensaiado.
– Explique isso melhor, Owen. – disse Gildor, com uma aparente preocupação em seu tom de voz.
– Descobriram de alguma forma que o pó das dimitrias é letal aos vampiros – Owen mantinha um olhar pesado e fixo em Salya.
– E o que exatamente ela tem a ver com isso? – Perguntou Cateline, desconfiada.
– Só o meu poder é capaz de curá-los – Salya sustentou o olhar firme do Owen, com os seus lábios se curvando em um belo sorriso. Nunca perdendo a maldade necessária em sua voz.
– O que é tão engraçado nisso, imperatriz? – Perguntou Gildor, confuso e interessado pela situação.
– O sentimento de poder que isso dá a ela – respondeu Owen, com os dentes cerrados. Mas ainda mantendo a postura galanteadora e convidativa.
– Mas ainda assim, como ela sabe disso? O ponto fraco dos vampiros... – perguntou Cateline.
– Não é algo que alguém como você iria saber, querida. – Salya provocou a sereia, que se levantou abruptamente e começou a evocar seu poder, fazendo com que seus olhos azul-oceano brilhassem. Salya por sua vez permaneceu sentada e sorrindo com aquele ar de superioridade, observando cada escama brilhante no corpo da sereia enquanto Gildor a segurava.
– Não consegue nem cinco minutos sendo um pouco mais agradável – Gildor repreendeu Salya, e então conseguiu acalmar Cateline, com um toque gentil em sua coxa.
– Guarde suas lamentações para você mesmo, Gildor – Salya o olhou com a mais profunda indiferença, mas os olhos dela brilhavam bem negros – Você não deseja ter-me como sua inimiga.
Gildor pesou sua expressão, estava profundamente irritado com Salya mas permaneceu calado.
– Por favor, hoje é dia de comemorarmos, vamos comer e festejar! – Vlad falou animado na tentativa de melhorar o clima.
– O senhor Londor tem razão, tragam mais vinho e pelos demônios, alguns humanos para alimentar a minha senhora devidamente – Pediu Kiara, graciosamente. Lançou um olhar de súplica ao lorde, que rapidamente entendeu a senhorita.
– Tem razão, doce Kiara, porque não pensei nisso antes? – Owen se levantou e fechou os olhos, em seguida sussurrou: 'Badalada da meia noite'
Logo o som de sinos puderam ser ouvidos por todos aqueles presentes na festa, e tantos os humanos quanto os mais fracos das raças rejeitadas entraram em um transe, onde não se lembrariam perfeitamente de tudo que ocorreu, e não poderiam alegar o que era verdadeiro ou não, apenas se lembrariam da felicidade e prazer que sentiram naquela noite.
– Agora a nossa festa começa – disse Owen, com um sorriso de satisfação e os olhos atentos para a sua primeira presa.
Não diferente fizeram os outros, menos Gildor, que se alimentava de tudo que era dado pela natureza, mas observava com deleite aos seus amigos se alimentando.
Cerca de uma hora se passou quando uma luz forte juntamente de um estrondo pôde ser ouvida na capital de Zerkir, e então os quatro se unem na parte externa do castelo para poder ver melhor o que está acontecendo.
– Isso é um ataque na capital, pela distância do som, é próximo do... – disse Gildor, mas logo foi interrompido por Salya que completou:
– Do lar do Solstício.
– Eu não me importo – Gildor olhou de lado.
– Mas para as relações com os outros reinos, precisamos deles – disse Owen, preocupado.
– Vamos ou não? – Perguntou Cateline.
– Agora mesmo – Salya afirmou e então evocou sua magia de pura energia maligna envolta deles, fazendo uma espécie de redoma que os transportou direto para o lar do Solstício.
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Atualizado até capítulo 29
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