Assim que Heitor saiu do banho, levou Luck para o canil vendo que Sofia estava parada em frente a janela olhando em direção a rua. Quando voltou para o quarto escutou barulho do portão da garagem se fechar com a volta da mãe e a irmã Sofia que enfim se afastou da janela com o olhar triste se assustando ao ver Heitor encostado na porta a observando.
_ Não percebi que você já tinha voltado. Falou ajeitando o cabelo atrás da orelha.
_ Você estava distraída esperando sua mãe voltar. Sofia suspirou um pouco desanimada.
_ Bom, elas chegaram agora, enfim posso dormir...só espero que elas não comecem a bater na porta reclamando dos quartos.
_ No caso se elas vierem até a porta do seu quarto, vamos fingir que não estamos escutando nada. Disse Heitor indo em direção a cama e se deitando do seu lado. _ Boa noite.
_ Boa noite. Sofia também se deitou, mas não tinha sono naquele momento. Virou de um lado para o outro na cama, mas nada de conseguir uma posição confortável para dormir.
_ Pelo visto está sem sono. Disse Heitor virando-se para o centro da cama, mas sem conseguir ver Sofia por causa altura dos travesseiros que dividiam a cama.
_ Estou... não consigo dormir ansiosa, desculpa te incomodar.
_ Não se preocupe, ja trabalhei muito a noite como garçom, motorista de aplicativo, então estou acostumado a dormir tarde, e se quiser, podemos conversar até que fique com sono, estou a disposição. Falou erguendo a cabeça para ela ver o seu rosto, voltando a repousa-la em seguida no travesseiro. Sofia sorriu puxando o travesseiro que dividia a cama para o lado com a intenção de ver o rosto de Heitor.
_Conversar olhando para você é melhor do que olhar para o travesseiro. Falou Sofia olhando para Heitor que acendeu a luz de cabeceira.
_ O que está te deixando preocupada? Sei que deve estar assim devido à chegada da sua mãe e da sua irmã, ou tem outra coisa acontecendo?
_ As duas coisas... mas eu não sei explicar bem... estou sentindo uma coisa ruim aqui no peito...como se eu sentisse que algo vai acontecer e não vai ser bom para mim, e isso me dá medo… sei que posso estar me preocupando a toa. Heitor ficou preocupado com o pressentimento de Sofia, não queria nada acontecesse com ela.
_ Sabe o que é bom para os momentos em que sentimos com medo? Isso… disse segurando a mão de Sofia. _ Ter alguém para segurar a nossa mão, principalmente à noite. Sofia olhava para Heitor sentindo como era bom tê-lo ao seu lado, era um gesto simples que acalmou o seu coração fazendo seus sentidos se voltar apenas para Heitor.
_ Quem segurou a sua mão quando você tinha medo?
_ A minha mãe, ela sempre segurou a minha quando eu tinha medo... não importava se o medo era bobo e sem sentido..., lá estava ela segurando a minha mão . Vou confessar que fui uma criança medrosa, tinha medo de muitas coisas, das histórias que os meus coleguinhas de escola inventavam sobre monstros, tinha medo de bicho-papão... Ele riu de si mesmo. _ Então, quando a luz acabava por algum motivo, a minha mãe sabia que eu ficaria com medo, e ela corria para o meu quarto e segurava a minha mão até eu dormir.
_ Isso é amor... eu nunca tive alguém para segurar a minha mão quando eu estava com medo, seja qual fosse o motivo que eu tivesse para estar com medo.
_ Olha, eu estou aqui segurando a sua mão. Falou em tom descontraído como se Sofia não soubesse que ele segurava a sua mão. Sofia desviou o olhar para a junção da sua mão com a de Heitor, vendo que a mão dele cobria quase toda a sua, e era bom sentir o carinho que ele fazia com o polegar nas costas da sua mão. Sofia gostava do calor que a mão de Heitor tinha, e por ela, não soltava a mão dele nunca mais.
Sofia entrelaçou os seus dedos aos de Heitor colocando as suas mãos sobre o travesseiro voltando a olhar para ele que estava surpreso com o seu gesto.
_ Não solte a minha mão, pelo menos não hoje. Heitor por um instante pensou em dizer o que estava sentindo por Sofia, mas esses novos sentimentos o assustava, pois ele nunca pensou na hipótese de se apaixonar e ter alguém ao seu lado, vivia somente para reaver o que era seu por direito e se vingar de Marcus, fazendo o padrasto pagar na justiça por tudo que fez contra ele e com a mãe. Pensava que se ele se envolvesse com Sofia o seu ódio e rancor poderiam fazê-la sofrer, e ele não queria isso, pensava que não ela não era bom o suficiente para ela, e que se afastar desse sentimento parecia mais seguro para os dois, pois não abriria mão da sua vingança.
Mas por outro sentiu medo de perdê-la, e ele sofreu somente ao pensar que nunca ficaria com ela, e que ela poderia se apaixonar por outra pessoa. Era difícil conviver com esses sentimentos. Os dois apenas continuaram se olhando, sentindo o sono chegar cada vez mais forte até eles conseguiram dormir ainda de mãos dadas.
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Atualizado até capítulo 72
Comments
Adriana Neri
Só acho que ela precisa se impor.
2024-05-09
4
Anny Bastos
Estou amando a história
2024-04-20
5
Anamaria Dos Santos
espero que o advogado seja honesto e ajuda ele sem as bruxas descobrir nada
2023-09-29
13