Cap. 16 - O pesadelo de sempre

Ao repousar a cabeça no travesseiro, Heitor sentiu o mesmo cheiro dos cabelos de Sofia que havia sentido mais cedo, e isso o deixou mais calmo. Heitor abraçou o travesseiro imaginando estar abraçando Sofia, sentindo ainda mais o cheiro bom dela e dessa forma adormeceu rápido.

Sofia não consegui se concertar novamente no croqui que estava fazendo e ficou perdida olhando para Heitor. Percebeu que ele já estava dormido quando sua respiração ficou mais densa e espaçada. Ainda era estranho para ela ver Heitor deitado ao seu lado, eram poucas as vezes que ela havia dormido ao lado de alguém.

_ Meia noite, é hora de dormir. Levantou-se com cuidado tirandoo robe indo em direção ao banheiro antes de dormir. Quando voltou, Heitor continuava a dormir na mesma posição. Apagou a luz de cabeceira e se deitou voltada para ele, desejando que o travesseiro fosse mais baixo para poder vê-lo._ Eu querendo olhar para ele? O que está acontecendo comigo...

_Mãe...Mãe...escutou Heitor falar várias vezes a palavra mãe e ficar agitado na cama. Voltou a acender a luz vendo Heitor se debater na cama chamando pela mãe.

Heitor estava tendo o mesmo pesadelo que o atormentava desde morte da mãe. Via ela dentro do caixão pedindo socorro, mas dessa vez algo mudou no seu pesadelo, era como se a mae estivesse olhando diretamente para ele ao falar uma frase nuca dita antes nos seus pesadelos:

_ "Por favor, salve-se meu filho, não venha me salvar... por você eu aguento tudo...Salve-se"...

Era o que dizia a mãe enquanto ele desesperado tentava abrir o caixão.

_ Heitor... Chamava Sofia ao perceber que ele estava sofrendo, preso a um sonho ruim. _ Heitor... Heitor ficou coberto pelo suor depois da descarga de adrenalina que sofreu durante o pesadelo e despertou chorando copiosamente sentindo uma dor no peito causada pela falta de ar que sentiu, e quando viu Sofia olhando um pouco assustada para ele cobriu o rosto com as mãos.

_ Me desculpa, eu não queria te assustar. Falou sem coragem para olhar para ela e totalmente sem controle das suas emoções.

_ Não precisa se desculpar, sei que teve um pesadelo horrível. Sofia puxou mãos dos seu rosto e se aproximou abraçando Heitor retribuiu. Aquele abraço sigficou muito para ele que sempre enfrentou aquele pesadelo sozinho. As mãos de Sofia fazendo um carinho em suas costas o acalmava fazendo ele parar de chorar pouco a pouco e controlar a respiração.

Sofia conseguiu sentir o desespero de Heitor imaginava que ele tinha passado por alguma situação difícil em relação a morte da mãe.

_ Quer contar o pesadelo que teve? Perguntou fazendo ele olhar para ela secando seu rosto com as mãos.

_ Deve ter percebido como eu sou fraco...

_ Não, só porque estava chorando? Com certeza, chorar não te faz fraco. As palavras de Sofia, o seu olhar para ele eram reconfortantes para Heitor.

_ Desde que minha mãe morreu, quando eu tinha 16 anos, tenho o mesmo pesadelo. Ela dentro do caixão lacrado pedindo socorro, dizendo que estava viva, como se estivesse sendo enterrada viva... Mas dessa vez foi diferente... ela falou comigo, pediu para eu me salvar, que eu não devia salvá-la e ela que faria tudo por mim, e dessa vez eu tentava abrir desesperadamente o caixão.

_ Nossa, que pesado...

_ Eu não vi minha mãe no dia que ela foi enrerrada, o caixao estava lacrado e sempre tenho esse pesadelo desde então...Estou tão envergonhado por você me ver assim

_ Não fique. Vou buscar um pouco de água para você beber, vai te fazer bem. Disse deixando Heitor sentado encostado na cabeceira.

Sofia desceu as escadas correndo e quando voltava com uma garrafinha de água, viu sua imagem refletiva no vidro do guarda corpo da escada, lembrando estava apenas com a roupa de dormir. Tentou fazer o short parecer mais comprido descendo o cos, mas isso fazia a barriga ficar a mostra.

_ Como eu vou aparecer na frente dele desse jeito? Mas eu já abracei ele assim... Ai meu Deus! Sofia não sabia o que fazer, entrou no quarto um pouco envergonhada correndo para a cama tentando cobrir as pernas ao se sentar perto de Heitor. _ Tome um pouco de água. Abriu a garrafa entregando a garrafa para ele.

_ Obrigado, não tinha intenção de te dar trabalho.

_ Buscar água não dá trabalho.

Heitor tomou um pouco de água e resolveu ir para a sala, pois como sempre ficava acordado depois de ter aquele pesadelo com mãe, não queria incomodar Sofia.

_ Sofia eu não quero atrapalhar seu sono, sei que não conseguirei dormir dormi depois de ter esse pesadelo... então, é melhor eu ir para a sala. Sofia segurou no braço de Heitor impedindo ele de se levantar, e dessa vez apenas sentiram o calor um do outro nada de choque.

_ Nada disso, você não está bem para ficar sozinho.

_Mas...

_ Nada de mas, estou acorda e sem sono. Vamos conversar um pouquinho e quando eu ficar com sono eu digo, combinado?

_ Combinado.

_ Vamos falar somente de coisas boas, você pode começar... Falou apoiando o cotovelo na cabeceira da cama para olhar para Heitor.

_ Conhecer você e a Bruna, com certeza, foi importante para mim, vocês só trouxeram coisas boas para minha vida.

_ Verdade? Sofia ficou feliz com o que ele disse.

_ Verdade, você não sabe como eu estava precisando conhecer pessoas como vocês. Tenho um amigo, Jeferson, que foi muito bom para mim desde a morte da minha mãe mas fazia tanto que não encontrava mais pessoas boas... A conversa seguiu e Sofia conseguiu distrair Heitor, enquanto o sono ficava cada vez mais forte.

Conversavam sobre música quando sentiu a cabeça de Sofia repousar no seu ombro. Heitor sorriu achando graça na situação.

_ Sofia... É melhor você se deitar. Chamou tentando acordá-la com suavidade.

_ Eu estou bem assim. Falou sonolenta ajeitando a cabeça no ombro de Heitor e colocando mão sobre o tórax de Heitor que sentiu o coração dar um salto nos batimentos cardíacos.

_ Sofia...

_ Deixa eu ficar aqui só um pouquinho, eu gosto do do seu cheiro. Falou em um sussurrou voltando a dormir.

_ Acho que você fala dormindo. Ele sorriu ao saber que Sofia gostava do seu cheiro. Deslizou o corpo na cama para de deitar e Sofia não o soltou, se acongegando em seu corpo. Heitor respirou mais de uma vez olhando para ela nos seus braços.

_ Eu estou ferrado... Falou sabendo que não conseguiria mais suprimir o que sentia por ela. Fechou os olhos sentindo o cheiro e o calor do corpo dela no seu, e diferente das outras noites em que Heitor tinha o pesadelo com a mãe e não conseguia mais dormir, dessa vez ele voltou a dormir tranquilamente.

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