Cap. 8 - Revelando um segredo

Sofia ficou ao lado de Luck olhando Heitor ir embors sem olhar para tras.

_ Vem Luck. Chamou, mas o cachorro deitou perto do portão farejando como se esperasse pela volta de Heitor. _ Pelo visto você tambem gostou dele. Falou passando a mão na cabeça do amigo de quatro patas entrando em casa indo direto para o banho.

Heitor voltou para casa a pé, queria a paz de estar sozinho para conseguir colocar a cabeça em ordem.

_ Heitor… não deixe isso acontecer, não se apaixone agora, não se apaixome por ela. Sofia é tão linda, forte, inteligente… provavelmente tem alguém na sua vida, e não hora de gostar de ninguém. Olhou triste para o céu. _Por que... o emprego é bom, sinto dessa vez conseguirei dinheiro suficiente para pagar um bom advogado, eu não quero pensar nela, mas eu não consigo esquecê-la. Pensava enquanto seguia para casa. A dois quarteirões de casa, encontrou com Jeferson que chegava do trabalho.

_ Está voltando para casa a pé? Perguntou franzindo a testa parando o carro ao lado de Heitor.

_ Estou, faz bem para o corpo e para a mente.

_ Verdade, e a sua mente está precisando ficar bem, mas pela sua cara está com problemas. Não gostou do trabalho?

_ Gostei, é um trabalho tranquilo em relação ao de motorista de aplicativo, além de ser seguro.

_ Então tem mulher na parada. Falou vendo Heitor olhar para o céu. _ Amigo, quando chega a hora de apaixonar, não tem como fugir.

_ Não chegou hora nenhuma, eu consigo controlar o que sinto, eu não quero e não vou gostar de ninguém agora... não posso

_ Deixa de ser bobo, tirando essa sede de vingança que tem,  você é um cara incrível, inteligente, educado, bonitinho... brincou tentando melhorar o humor do amigo.

_ Não vamos começar com essa história outra vez.

_ Essa bem, entra no carro, ainda faltam dois quarteirões para chegarmos em casa. Heitor entrou no carro mas seguiu em silêncio.

Sofia estava no banho quando escutou o telefone tocar várias vezes. Vestiu o roupão e saiu no banheiro indo direto para o Closet quando o telefone continuou tocando. Resolveu ver quem estava ligando insistentemente, ficando surpresa ao ver que se tratava da mãe. Sofia ainda tinha esperança de que mãe poderia ligar para ela com a ,intenção de saber como ela estava, e foi o que ela pensou naquele momento.

_ Oi mãe, boa noite. Cumprimentou Sofia empolgada.

_ Sofia, aquela sua secretária deu o meu recado para você? Voltarei na próxima semana e espero que a minha reunião já esteja agendada.

Sofia perdeu a graça na hora, a mãe sequer deu boa noite.

_ Mãe, Bruna me passou o seu recado, mas no momento essa reunião não vai acontecer, não temos condições de aumentar os seus rendimentos por agora...

_ Eu não acredito que você está negando a mim o que é meu por direito.

_ Acabamos de sanar as contas da Lamoda, tirar dinheiro do capital de giro para aumentar os rendimentos, pode gerar outra crise financeira.

_ Eu não quero saber dessa parte, eu só quero o dinheiro. Você está aí esbanjando, comprou uma verdadeira mansão, maior que a minha casa.

_ Mãe, a minha casa fica em uma região cujo metro quadrado custa um quarto do que onde a senhora mora, e eu financiei a minha casa...

_ Não conte mentiras, só espero que quando eu voltar com a Débora você ja tenha dado um jeito nessa situacao, eu preciso fazer uma reforma na minha casa. Falou desligando na cara de Sofia.

_ Sem surpresas. Pensou jogando o telefone na cama totalmente esgotada depois de falar com a mãe. _ Não posso te agradar cedendo a essa pressão, se nem o meu amor é capaz de te agradar....

Sofia lembrou-se de quando era adolescente e a mãe sempre preferia Débora a ela. Quando chegou a pensar que era adotada e o pai garantiu que ela não era. Depois desse episódio, começou a pensar que havia algo errado com ela ou com o seu comportamento, procurava encontrar defeitos em si, e chegou a conclusão de que se fosse fisicamente parecida com a irmã, a relação com a mãe poderia ser melhor.

Por causa desses pensamentos, Sofia quando tinga dezesseis anos, pintou o cabelo de loiro na tentativa de ficar parecida com Débora, mas o deboche e a crueldade que a mãe a tratou naquele dia, Sofia nunca conseguiu esquecer:

_ Nunca, escute bem Sofia, nunca você chegará aos pés da Débora, nem em sonhos, esse cabelo está ridículo. Disse a mãe rindo, e a irmã que sempre foi influenciada por esse comportamento, também debochou de Sofia. Na época, Sofia ficou extremamente magoada e cortou todo o cabelo para tentar se livrar da dor que sentiu por causa das palavras da mãe. Naquele dia, prometeu a si que nunca mais tentaria se parecer a irmã ou para agradar a mãe.

Sofia fechou os olhos e uma lágrima molhou o seu rosto.

_ Seja forte Sofia, esqueça esse dia. Falou voltando ao closet para se trocar antes de descer para jantar.

Depois de falar com Sofia, Cristina, a mãe de Débora, andava de um lado para o outro no quarto de hotel em que estavam hospedadas no exterior.

_ Aquela maldita acha que pode ficar com o meu dinheiro? Jamais! Lamoda foi criada pela minha família ela não tem direito a nada... ela não é sangue do meu sangue. Falou alto. _.Eu odeio aquela...

_ Sofia não é sangue do seu sangue? O que a senhora quer dizer com isso? Perguntou Débora que chegou ao quarto no exato momento em que Cristina disse aquela frase. Cristina encarou Débora tentando controlar a respiração e se acalmar.

_ Sofia não é minha filha... Cristina sabia que a filha não gostava da Sofia, não fez questão de esconder mais a verdade, vendo que Débora parecia chocada. _ É isso mesmo que você ouviu, Sofia é filha de uma qualquer que engravidou do seu pai, e adivinha com a maldita se chamava? Sofia... seu pai escolheu o mesmo nome para a bastarda.

_ Mas papai te traía? Como isso aconteceu? Perguntou ainda em choque.

Cristina e Débora se sentaram, e mesmo furiosa, começou a contar o que havia acontecido.

_ Seu pai é eu brigamos feio por causa da empresa, quando você ainda era um bebê de pouco mais de um ano. Coloquei ele para fora de casa, ele ficou fora por mais ou menos um mês, depois nos reaproximamos e chegamos a um acordo, a empresa era minha e eu decidiria como administrar. Pouco tempo depois, uma mulher o procurou dizendo que estava grávida, tivemos outra briga, ele contou que os dois estavam bêbados e que transaram uma única vez... E a mulher ficou gravida.

_ Como...

_ Eu não sei... por causa disso, quase me separei do seu pai outra vez, mas eu não ia dar o gostinho a aquela mulher de ter a chance de ficar com ele. Seu pai trabalhava e eu pensei que ele poderia pagar uma pensão e mantê-las longe de mim...

_ Mas eu não entendo porque Sofia está registrada como sua filha.

_ Para piorar a minha vida, mulher teve complicações no parto e não resistiu. Pensei que os meus problemas estavam resolvidos. Bastava entregar a criança para adoção e pronto, mas não, seu pai se apaixonou por ela a primeira vista e não sei como eu me deixei ser convencida por ele a registrá-la com meu nome, como se eu fosse mãe daquela coisinha pequena que recebeu o mesmo nome que a mãe. Como eu me arrependo disso… Eu nunca gostei dela, escutar ela me chamar de mãe é quase insuportável, e agora ela está a frente da minha empresa que um dia será sua, e não quer me dar o que é meu.

_ Por isso eu nunca gostei dela, e sabendo do que aconteceu, sinto raiva, e raiva do papai pelo que fez com a senhora e comigo.

_ Se a Sofia pensa que vou aceitar apenas as migalhas que ela quer me dar, ela está muito enganada... ela vai ter uma bela surpresa quando voltarmos de viagem.

_ Só não entendo porque queria casar a Sofia com o Julian.

_ Por causa da Ceus-pes, eles tem muito dinheiro e com certeza investiriam na Lamoda nos deixando mais ricas.

_ Mas porque eu não posso me casar com ele ao invés da Sofia?

_ Por que ninguém daquela família presta, se alguém tem que sofrer nas mãos do Julian que seja ela e não você.  Falou Cristina que conhecia bem a fama de Marcus e com as mulheres e sabia que o filho seguia o pelo mesmo caminho do ai. _ Se depender de mim, eu a obrigarei a se casar com Juan. Cristina sorriu com maldade imaginando o destino cruel que Sofia teria ao lado de Julian

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