Breno continuava a observar, e percebeu que Daniela estava tentando fugir do abraço do Ivan. Percebeu também que ele a estava conduzindo para o carro estacionado. Então ela desvencilhou-se daquele abraço indesejado e tentou correr, mas foi pega pelo braço e quando a teve nos braços, Ivan a beijou com fúria segurando os seus braços atrás das costas.
- Gata, você me pertence, coloca isso na sua mente! - Disse a soltando. - Eu volto amanhã e a gente almoça junto. - Disse como se fosse a coisa mais normal do mundo.
Então, ela recolheu as suas coisas do chão, e saiu a andar em sentido contrário.
- Só faltava essa Agora. Esse marginal voltando a me perseguir.
Caminhou alguns metros e sentiu estar prestes a desfalecer. Que faria para livrar-se desse assédio? - Encostou na parede de um prédio e desmaiou.
Recuperou a consciência em seguida com a ajuda de algumas pessoas. Agradeceu a todos, pediu um táxi e foi para casa. Contou o ocorrido a sua amiga Dona Jacinta. Bruninho chegou da maternal e ela ficou cuidando dele e tentando esquecer o ocorrido aquela manhã.
A noite, estava no seu quarto estudando quando Breno entrou de repente assustando-a.
- Mentirosa, você quase me enganou com a sua carinha de vítima. Continua se encontrando com aquele safado que te colocou na cadeia. — Acusou com raiva.
Se aproximou dela e a sacudiu, ela empalideceu e teria caído se não estivesse sentada.
- Nunca mais soube do Ivan até ele aparecer na porta da faculdade hoje. - Defendeu-se.
- Eu vi como ele te beijou. O beijo foi saudade então? - continuou a acusar.
- Estava me defendendo dele. Ele queria obrigar-me a entrar no carro dele.- Disse sem esperança de ser acreditada.
- Daniela, eu vi toda a cena, não tente me fazer de tolo. Estou com muita raiva de você, e só vou mante-la aqui em casa pelo meu filho que te ama.
- concluiu.
Breno saiu apressado do quarto, o olhar dela o estava hipnotizando. Queria beija-la muito e fazer amor até o amanhecer, mas, sentia-se traído e não voltaria a tocá-la.
Deu alguns passos no corredor e ouviu o choro dela, ficou parado na porta sem coragem para entrar, se entrasse novamente não resistiria e acabaria na cama com ela.
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Daniela passou a evitar se encontrar com o casal o máximo possível, no horário em que eles costumavam chegar ela se trancava no quarto de brinquedos com o menino e só saia de lá quando eles se recolhiam. mudou os horários de alimentação da criança inclusive.
Evitava sair de casa em qualquer horário temendo encontrar Ivan ou alguém da sua antiga turma. Quando saia para ir ao pré-natal sempre levava dona Jacinta como companhia.
- Dona Jacinta, quando chegar a hora, a senhora fica comigo? - indagou insegura.
- você sabe que a dona Sophia vai implicar, mas, eu fico, o tempo que for possível, para evitar problemas em casa. - prometeu a amiga.
Daniela suspirou a sentir-se um pouco mais segura. Breno passou a ignorá-la desde o episódio com o Ivan. Pouco se viam apesar de morar na mesma casa, e quando acontecia, ele a olhava com rancor. Precisava ir à faculdade para realizar as provas e assistir às aulas presenciais, mas, entrava rapidamente e só saia depois que o Uber anunciava ter chegado. Sabia a que a qualquer momento Ivan a interpelaria novamente com ameaças ou tentativa de sequestro.
Ao completar trinta e oito semanas, resolveu concluir a compra de um pequeno imóvel na região dos lagos. Procurou a mesma imobiliária onde antes havia feito contato. Na sua folga viajou até Cabo frio para visitar alguns imóveis. Escolheu um bem aconchegante um pouco fora do circuito dos turistas para sua segurança. Pretendia abrir um pequeno negócio na cidade e criar o seu filho longe de todos os problemas.
Negócio fechado, começou a levar as suas malas gradualmente para a nova residência. Viajava sempre que tinha folga para cuidar do seu apartamento e adapta-lo para receber o seu bebê.
- onde passa as suas folgas? - Ela ouviu e estremeceu. - Está dormindo com o seu namorado marginal? - Breno saiu da sombra e indagou seco. - não me dê motivo para te odiar mulher! - Disse aproximando-se.
- Não me odeie, eu te amo! - pensou, sem dizer nenhuma palavra, afinal, de que valeria. Breno já tinha a sua opinião formada sobre ela.
- Então, vai ficar calada? Segurou os cabelos dela e a trouxe para os seus braços. — mulher, você me deixa louco. Não consigo te imaginar com outro sem querer trancar você aqui. - Disse começando a beijá-la no rosto, na boca sedenta e foi correspondido. Ela abraçou-o carente, esfregou o rosto no seu peito e deixou-se ficar no calor daquele abraço.
Então ele a beijou a afastou e se foi. - Não se envolva novamente com aquele crápula, para o seu próprio bem!- Aconselhou.
Daniela viajou como em todo domingo de folga para passar o dia no seu apartamento. Não percebeu que estava sendo seguida.
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Atualizado até capítulo 60
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