Então, depois do amor veio a calmaria, estavam felizes, porém os problemas continuam e precisam de uma atitude rápida. A amiga Bia ligou para informar que o seu pai estava rescindindo o contrato do aluguel dela, porque tinha outros planos para o imóvel.
- Entendo, o seu pai não quer uma ex-presidiaria no apartamento alugado no seu prédio de luxo.- Ela disse contendo as lágrimas que teimavam em sair. - preciso de um mês para conseguir outro lugar para morar. - concluiu..
- Desculpe minha amiga, mas quem toma as decisões é o meu pai. - Desculpou-se Bia.
- Preciso de um emprego com urgência e um lugar para morar.- pensou chorando copiosamente.
Então os dias começaram a passar a seu ver de forma vertiginosa e logo teria de entregar o apartamento. Após vinte e dois dias em busca de trabalho estava completamente arrasada, cansada e começando a ficar em pânico. Breno, era sua única alegria, e o seu filho alegrava as suas tardes que passavam brincando no tapete da sala de estar, jogando ou desenhando. Essa aproximação deu-se a partir do momento em que Breno passou a frequentar o seu apartamento depois que ela saiu da prisão.
- Breno, preciso de um trabalho com urgência, tenho que entregar o apartamento até o dia trinta desse mês. Não sei mais o que fazer.
- Quer trabalhar para mim? Preciso de uma babá para o meu filho. Você passa a morar na minha casa, e claro, terá um salário e todos os direitos trabalhistas. A minha governanta te coloca a par dos horários e hábitos da nossa casa e do Bruninho. Aceita? - indagou sério.
- Aceito, preciso trabalhar.- Aceitou de imediato sem pensar.
- Então, amanhã às sete horas esteja pronta para iniciar uma nova etapa na sua vida.- Breno disse como contratante.
Na manhã seguinte ela tocou a campainha sendo recebida pela dona Jacinta, uma senhora muito simpática que a levou para um tour pela casa e depois mostrou o seu quarto que ficava ao lado quarto do menino. A colocou a par dos hábitos do menino e do pai. Ensinou como preparar a mesa para as refeições, organizar o armário do menino, encaminhar para a maternal e o horário de saída e chegada.
Esse primeiro dia foi cansativo por não estar acostumada com tantas atividades. A noite, assim que o menino adormeceu ela foi até o apartamento e pegou as suas malas e algumas coisas que havia comprado para tornar o lugar mais aconchegante e organizou tudo no seu novo quarto.
Antes de dormir foi até o quarto do menino, ajoelhou ao lado da cama e orou para ele ter uma noite muito tranquila de sono. Beijou a sua testa, os seus cabelos e assustou-se com a presença do Breno.
— Então, como foi o seu primeiro dia como a minha funcionária do lar? — Indagou sério.
- Foi ótimo. A dona Jacinta me ensinou tudo que preciso fazer, os horários e foi tudo bem.
- Daniela, agora a nossa relação é de funcionária e patrão. Então, sempre que estiver na presença de outras pessoas trate-me como tal, Doutor Breno. — disse a observar as suas reações.
Aquelas palavras a despertaram para a nova realidade que estava vivendo a partir daquele momento, era a babá do filho do seu amor e nada mais.
- Entendi, fique tranquilo. sei comportar-me. Boa noite, doutor Breno! - Disse e retirou-se para o seu quarto.
A partir daquela data ele tratava-a como a sua funcionária e não a procurou mais para o amor, não a abraçava e nem beijava. Para complicar apareceu aquela mulher que ela já conhecia de vê-la ao lado dele na praia, no shopping, e que a via como um ser inferior.
— Daniela, por favor traga-me um copo d'água bem gelada, seja rápida. Pediu com ares de dona da casa.
Então Daniela foi até a cozinha e trouxe o copo d'água numa pequena bandeja para ela
- o meu Pai, a criatura não sabe o que é água gelada. Essa água está apenas fresca. - pode levar de volta. Traga uma água mineral com gás e bem gelada.- exigiu
— Senhora, não temos água mineral com gás, apenas a natural pode ser? - indagou tentando parecer calma.
- Senhorita inútil, providencie. Faz parte do seu trabalho. Você tem dez minutos para me trazer essa água. Mexa-se!
Daniela não respondeu apenas se retirou e foi providenciar o pedido da jovem senhora. Logo o porteiro tocava a campainha da porta de serviço e ela recebeu a água da dondoca.
— pronto senhora aqui está a sua água mineral com gás e bem gelada! - anunciou
- Não quero mais, demorou tanto que a sede passou.- Disse fazendo um aceno para retirar a bandeja com a água .
Daniela agora estava adaptada aos hábitos da casa e principalmente ao menino que a chamava mãe quando estavam a sós. Ela era carinhosa, brincalhona e, ao mesmo tempo educadora. Ensinou o menino a orar, a cantar fazendo coreografia, brincar de jogo da memória, pular amare linha, montar o lego a fazer vários contornos diferentes. Estava feliz com a sua nova função.
A noite, no silêncio do seu quarto, sentia muita saudade do amor com Breno, do seu carinho, dos seus beijos. As vezes ele ficava em casa, mas, não se aproximava dela, a tratava educadamente e só. Conforme o combinado ela tinha todos os seus direitos trabalhistas e neles estava o seu direito a uma folga semanal que ela nunca tirava
preferindo permanecer em casa e ficar na piscina com o menino ou assistindo programas infantis.
A menina risonha, sempre alegre, deu lugar a uma mulher sofrida, forte, guerreira.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
patricia033096@gmail.com
que final triste pra essa jovem
2023-08-02
3
Flavia Oliveira
A vida às vezes é cruel, menos mal, pois ele a deu um teto e um emprego.
2023-06-04
0