A noite Breno chegou de mãos dadas com Sophia. E Daniela que estava brincando com o menino no chão da sala recolheu tudo que estava espalhado e convidou o menino a segui-la após cumprimentar o seu pai e a tia. Ela entrou no seu quarto e recomeçaram a brincar ali. Depois ela foi para cozinha preparar um lanche para ela e o menino. E quando passou pelo corredor foi chamada pela dona Sophia.
- Babá, traga uma lanchinho para nós. Seja rápida. - pediu, como sempre.
- Sim, senhora. Volto logo com o seu lanche. — Respondeu sem olhar para Breno.
- Daniela preparou rapidamente um lanche para o casal de acordo com as suas preferências. Levou a bandeja e colocou próximo dos dois.
- Bom Apetite! Espero que gostem! - Disse a voltar para cozinha onde preparou o próprio lanche e do menino. Estava retornando para o quarto quando foi interceptada pela dondoca que reclamou da forma como foi preparado o seu lanche.
- Você é uma inútil, não serve nem para preparar um lanche direito. Se fosse minha empregada já teria sido demitida. Odeio empregadas incompetentes.
- Tento fazer o melhor, desculpe se não consigo agradá-la! - Disse continuando o seu caminho.
- Volte aqui sua abusada, ainda estou falando com você. - berrou a outra. - Quero que prepare um misto quente e sirva antes de esfriar
- Sim, senhora, logo terá o seu misto quente. Afirmou. E voltou para cozinha com o lanche do menino. Arrumou sobre a mesa e o chamou para comer antes de esfriar. Preparou o pedido da dondoca e levou até ela.
- Demorou tanto que perdi o Apetite. Pode levar de volta.- Disse zangada.
Breno estava na sala comendo o seu lanche e nada disse, apenas olhou para ela que se retirou calada. Estava com muita raiva, mas, sabia estar em desvantagem, era uma babá apenas. Então
foi para o seu quarto com o menino depois que se alimentaram. Disposta a não sair de lá até o amanhecer.
Depois que o menino adormeceu, ela fez uma oração, beijando os seus cabelos e verificando se estava tudo certo, o cobriu, baixou a claridade da luz e foi para o seu quarto.
Nessa noite Breno não apareceu no seu quarto e nem na próxima semana. Era como se aquela noite nunca tivesse existido. Ele voltou a tratá-la de forma educada e distante. Sophia estava cada vez mais presente na casa, dava ordens de todo o tipo, apenas para humilhar dona Jacinta e ela.
Nas datas em que deveria comparecer à faculdade para aulas presenciais sempre era um aborrecimento.
- Senhora, preciso sair agora ou vou perder a prova. Daniela argumentou quando Sophia tentou impedir a sua saída. - todas as minhas obrigações já foram cumpridas, portanto, até amanhã! - Disse saindo porta afora revoltada.
- Quer saber, vou arriscar e encarar essa mocreia. — pensou nervosa correndo para a faculdade. Chegou ligeiramente atrasada e recebeu uma reprimenda do professor. Fez a sua prova com certeza de um bom resultado. Na saída resolveu caminhar até a praia e ficou sentada a observar o vai e vem das ondas.
- A vida da muitas voltas, até um pouco mais de um ano, eu era uma menina feliz, tinha muitos amigos, muitos planos, uma família, um lugar para chamar de meu, esse mar, o sol maravilhoso, o sonho de encontrar o meu príncipe encantado e ser feliz para sempre. Era uma tonta! - Disse para si mesma. Sonhou demais, amou demais o homem errado e agora que fazer? Estava se preparando para um futuro brilhante e acabou na prisão e depois virou babá do filho do homem a quem ama. Sinto muito pelo Bruninho, mas, preciso sair daquela casa. Então percebeu as lágrimas caindo e os soluços. Secou os olhos, se recompôs, e caminhou até um ponto de ônibus.
Quando entrou em casa passava das nove da noite, e ela correu para o quarto do menino.
- oh! o o meu anjo, desculpe o meu atraso. Vamos tomar o seu lanche, escovar os dentinhos, que já passou da sua hora de dormir.- foi falando e pegando o menino nos braços fazendo cafune.
- Eu já lanchei com a vó Jacinta e escovei os dentes com o meu pai. Estava só esperando você para dormir. - Disse o menino, a beijando no rosto.
- Pronto, aqui estou vamos nos preparar para dormir com os anjinhos e ter sonhos lindos.- Disse rodopiando com o menino nos braços.
Daniela cantou, e depois orou para ele dormir. Cumpriu o ritual de todas as noites e foi para o seu quarto estudar. Por mais que tentasse se concentrar não conseguia, os seus pensamentos a levavam para longe. Estava vestindo um pijama curto. Saiu do quarto sem fazer barulho e foi até a cozinha tomar um copo d'água. Sentou no escuro e ficou lá pensando como faria para sair daquela casa sem causar sofrimento ao seu menino. Estava voltando para o quarto quando sentiu o mundo rodar e caiu desfalecida. Quando abriu os olhos a sala estava acesa e Breno estava a seu lado.
- Porque estava andando no escuro? Acabou caindo e desmaiou! - Censurou.
— Desculpe, doutor, eu só não queria acordar a casa toda. - Disse levantando com a ajuda dele.
Foi para o seu quarto e ficou pensando no motivo do desmaio, não era a primeira vez que acontecia, precisava consultar um médico.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 60
Comments
Marli Da Silva Gouvêa Castro Rosa
Ele a contratou como funcionária do lar. Além de babá tem outras atribuições.
2024-01-20
0
Odailma
Não entendi as tarefas da babá…. Na minha terra baba cuida das crianças não de “ crionças”.
2023-10-16
1
MagnoliadeLourdes Carneiro
também estou pensando nisso
2023-10-07
0