capítulo 9 - vida que segue

Daniela não conseguiu dormir aquela noite, e as seis da manhã estava colocando o que restava nos armários nas malas, quando lembrou que poderia levar o seu carro. Ela usava pouco porque saia sempre com a amiga que vinha sempre no próprio carro. Desceu as malas e colocou tudo no carro. Verificou se precisava abastecer, abriu a garagem do prédio e saiu. Precisava alugar um apartamento pequeno para morar e de preferência com um valor que as suas economias pudessem bancar nos próximos seis meses, o tempo para ela encontrar um novo trabalho, entrar na faculdade pública de preferência, e dali em diante caminhar sozinha.

Ligou para Bia e contou o ocorrido. E que estava na rua a procura de um apartamento para alugar.

- Penso que posso te ajudar. O meu pai tem alguns imóveis alugados e pode ser que tenha algum desocupado.- aguarda um pouco. Te retorno depois que conversar com o meu pai - prometeu.

Daniela então estacionou na praia vermelha e ficou aguardando uma resposta da amiga. Enquanto aguardava foi verificando alguns anúncios na Internet.

Então o seu estômago deu sinal de vida e ela precisou achar uma cafeteira para alimentar-se.

Estava tomando o seu café quando Breno chegou acompanhado. Quase sem perceber ela encolheu-Se. Sentiu vergonha por se apaixonar por um homem aparentemente feliz no seu relacionamento sem compromisso. Como teria de passar pelo casal para sair resolveu ficar até a saída deles. Estava fingindo estar atenta ao celular, mas foi vista por ele que apenas a observou, pouco depois o casal saiu da cafeteria. Em seguida ela fez o mesmo. Entrou no carro e ligou para sua tia.

- Bom dia! Tia Entendi o seu recado e estou na rua em busca de um lugar para morar. Não pense que vou deixar de ser grata pelo que fizeram por mim até hoje. Amo vocês apesar das suas escolhas.

- Eu, nós também te amamos, mas a situação financeira não nos permite prescindir do melhor contrato que temos no escritório.

- Ontem aquele safado me cercou, pediu para eu retirar a queixa, e depois Ameaçou destruir a minha vida. Se algo me acontecer vocês já sabem.- Desabafou com a tia.

A tia ainda Insistiu um pouco para ela mudar o seu depoimento para evitar problemas futuros. Diante da sua recusa, manteve a sua palavra de não continuar a abrigar a sobrinha.

- passava do meio-dia quando finalmente Bia, ligou com a resposta. O seu pai no momento só tinha um apartamento para alugar, era mobiliado, apenas um quarto, e por se tratar de uma amiga da filha, o aluguel seria no valor abaixo do preço de mercado.

Imediatamente ela foi conhecer o imóvel localizado numa rua muito simpática com árvores floridas nas calçadas. Aceitou as condições e assinou o contrato por um ano. O apartamento era pequeno, mas muito aconchegante. No quarto havia um armário embutido bem grande, uma cama de casal, dois criados mudos. Na sala um sofá e duas poltronas estampadas em cores alegres, na cozinha pequena era bem equipada com eletrodomésticos, um cocktop, enfim ideal para casal sem filhos. O banheiro era grande em relação a cozinha, tinha o chuveiro, banheira, vaso sanitário, bancada com lavabo todo em azul claro e acabamento em peixinhos.

- A sorte está lançada! - pensou enquanto organizava as suas coisas no armário do quarto.

Reparou que não possuía roupas de cama, mais tarde sairia para comprar. Teria de abastecer os armários da cozinha e comprar panelas e talheres.

- caramba! Quanto trabalho morar só. Afinal nunca precisou lembrar de nada disso.

Sentiu gratidão pelos tios que a criaram.

Olhou no seu celular e havia uma chamada de um número desconhecido.

Atendeu e quase desmaiou de emoção. Era o Breno para saber como ela estava. Então disse que já estava instalada num apartamento alugado e que a rua era linda. Falou o nome da rua e o prédio, não disse o número do apartamento.

Ele sorriu e disse; - Então somos vizinhos, moro na cobertura do seu prédio. Aliás, moramos, eu e a minha pequena família.

- Poxa! Eu querendo me curar de você e venho morar no seu prédio. Só acontece comigo.- Disse sorrindo de volta.

- morar no mesmo prédio não quer dizer que vamos nos encontrar sempre no elevador ou em outras dependências. Passo semanas sem encontrar os meus vizinhos. - concluiu.

Posso tomar café com você?- se convidou.

- Estou chegando no prédio e já vou ficar famosa; A mulher que veio aqui para pegar o homem da cobertura? Nunca amigo! - negou sorrindo.- Vou arrumar um namorado e esquecer a paixão por você. Decidi agora!

- E vai ser fácil assim me Esquecer?- sorriu. Você está certa tente se apaixonar por outro alguém.

- Disse sério e sentiu uma pontadinha no peito, talvez seja apenas orgulho ferido. Saber que despertou um sentimento tão forte numa mulher bonita e livre, mexe com o ego de qualquer homem.

- Vou terminar minha arrumação e sair para fazer compras para casa. - terminou a conversa.

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