Entre Bruxos E Vampiros: A Herege, Livro 1
800 anos atrás.
As bruxas viviam entre os humanos e não escondiam seus poderes, um clã inteiro de mulheres que podiam se relacionar com qualquer pessoa sem compromisso.
Era noite de lua cheia quando eles chegaram, um clã inteiro formado por homens, que buscavam subjugar as bruxas, usam elas para lhe darem filhos poderosos e assim deixar o clã mais forte, esse clã era conhecido como Snazan.
Isolados dos demais humanos, aquele clã de bruxas alegres, que faziam a natureza sorrir com suas danças e as flores se abrirem com seus encantos cresceu da maneira que os Snazan queriam e com isso veio as crianças, muitas crianças. Todas as crianças nascidas meninas ao completar a idade de dez anos eram submetidas a um teste para saber se tinham magia própria, e se conseguiam assim controlar os elementos à sua volta. Os meninos por sua vez já eram separados automaticamente de suas mães após o nascimento e estes eram criados sem o amor materno. Com a chegada deles, as bruxas perceberam que os espíritos da natureza as tinham deixado e tudo se tornou mais sombrio. Um tipo de magia também foi trazida com eles, mas era uma magia diferente.
A criança podia nascer tendo magia própria, ou então nascia apenas para sugar a magia de algo ou alguém, o que eles chamam de sifão e o destino dos sifões era algo triste. Quando a criança era um sifão, a mesma era sacrificada na lua cheia e seu poder era passado ao líder dos Snazan, não tinha muito o que ser feito.
A líder das bruxas conhecida como Emma Zartovick, tinha uma filha e a mesma era a única bruxa a ter contato com os espíritos da natureza mesmo que esse contato fosse mínimo. Conhecida como a mais bela jovem da aldeia, Freya despertou a atenção do líder Snazan, e assim ele a engravidou. Porém não ficou contente com tal gravidez, pois logo que a criança nascesse outro poderia tomá-la para si, com isso ele a tomou por esposa. Dessa união vieram três crianças, sendo o primeiro um filho homem e mais duas meninas, Arianna e Grace. Freya se apegou às suas filhas de tal maneira que quando percebeu que Arianna era um sifão, a mesma tratou de aprender tudo que podia, enfeitiçando tudo o que jovem pudesse tocar no futuro, para que ela nunca fosse sacrificada. Grace por sua vez cresceu buscando a aprovação de seu pai, e por sua vez se espelhou no mesmo, toda a crueldade que ele tinha e demonstrava, Grace demostrava o dobro.
O dia do teste havia chegado, Arianna tinha completado dez anos, a apreensão de sua mãe era evidente, o medo de ter sua filha sacrificada era maior que qualquer coisa, sendo assim ela pediu ajuda aos espíritos. Não teve uma resposta bem clara como deveria e queria, a única coisa que ouviu foi um profecia dos lábios de sua mãe Emma.
— Nasceu a garota que irá libertar vocês, no final ela escolherá se caminha em direção a luz ou se entrega às trevas. Tudo depende dela. —
Quando tudo terminou, Arianna entrou saltitando dentro da tenda, acompanhada de sua irmã e seu Pai que estava com um semblante desconfiado. Pois no nascimento de Arianna foi dito que mais um sifão chegava a luz, e ali perante ele tinha duas bruxinhas completas.
Os anos se passaram e agora Arianna com seus dezoito anos, havia se tornado uma bela jovem. As crianças sifões tinham parado de nascer e com isso o sacrifício tinha diminuído, as mulheres estavam mais fortes e com isso algumas regras tinham mudado na aldeia, eles podiam sair e caminhar entre os humanos sem é claro mostrar quem eram. Naquela época do ano as flores estavam perto de desabrochar quando um família chegou ao vilarejo humano, os mesmos eram lindos, pele clara, cabelos dourados estava nítido que não eram daquela região. Foi nesse momento de admiração que os olhos de Arianna se encontraram com os olhos de Jonathan, que até então era um verdadeiro desconhecido. Seu coração batia mais rápido que o normal, ela ficou sem palavras quando sua irmã mais velha Grace veio puxá-la para ir embora, tinha algo naquele homem que a atraía.
— Viu a família que chegou no vilarejo? — A voz fina de Arianna rompia o silêncio enquanto elas caminhavam pela floresta levando consigo duas cestas de frutas.
— Sim eu vi, mas não tenho nenhuma curiosidade em descobrir, e você mocinha também não deveria ter, em breve será seu aniversário e logo estará noiva. A lua cheia de aproxima. — Grace cortava os pensamentos de sua irmã de maneira cirúrgica. Naquela noite mais tarde, Arianna não conseguiu dormir, ela precisava descobrir porque sentir-se atraída por aquele desconhecido, e não iria sossegar enquanto não soubesse.
— Quem é você e porque mexeu tanto comigo?! — Uma brisa gélida percorreu o local, fazendo com que ela fosse até a lareira que estava acesa na sala. Todos dormiam naquele momento, sua mãe e irmã estavam a dormir e quem sabe seu pai também estava, pelo menos foi o que ela pensou.
Embora a noite estivesse fria, ali sentada na lareira, a jovem Zartovick permanecia em silêncio, até que os pelos de sua nuca se arrepiaram e seu olhar atento se voltou à janela onde sentia que alguém a observava nas sombras. No início achou ser coisa de sua cabeça, mas quando se aproximou da janela, pode ver pelo vidro algo se mover rapidamente entre as árvores. Depois disso não pode ver mais nada, ela não queria ficar pensando besteira ou coisas estranhas, agarrando-se em suas próprias vestes ela caminhou em silêncio até o quarto onde deitou-se e logo adormeceu.
Não muito longe da aldeia das bruxas, um humano tinha dado seu último suspiro. Sua morte foi algo tão brutal que ainda sim ninguém tinha reparado ou escutado o mesmo.
— Por favor Mel, se começar a matar muitos deles, logo desconfiaram de nós e teremos que nos mudar de novo. — Uma voz masculina autoritária surgia de trás de uma árvore, encarando a garota loira de olhos verdes debruçada ainda sobre o cadáver e com os lábios sujos de sangue.
— Não seja chato, Albert. Estava com fome e esse aqui achou que poderia tirar proveito da situação. — O tom infantil de sua voz fazia com que logo a pose autoritária do homem fosse embora. Logo em seus lábios era aberto um grande sorriso.
— Onde estão Meredith, Jonathan e o bastardo do Ralf? — Perguntou de forma curiosa e com um salto gracioso se colocou em pé como se fosse uma bailarina, limpando o sangue a escorrer com a ponta do dedo mindinho e lambendo em seguida.
— Eu estou aqui. — Uma Segunda voz era ouvida entre os arbustos, mas desta vez era uma voz feminina. — Agora, Ralf está dentro de casa, ainda de mal humor e Jonathan foi atrás daquela garota que viu na cidade, já sabe que isso não vai acabar bem. — O tom de desgosto tomava conta de seu rosto e naquele momento em meio a escuridão da floresta, onde os três ali presente pareciam ver tudo normalmente a Meredith caminhou em direção a eles. Diferente da outra garota, essa tinha cabelos longos e loiros, olhos verdes e lábios carnudos, a inocência que Mel transbordava em Meredith era totalmente o oposto.
— Eu lido com o mau humor de Ralf, agora vocês duas tomem conta do Jonathan pois se aquela garota for quem eu penso que é, acreditem nosso pai que nos caça, será o menor dos nossos problemas. — Ele fez uma pausa dramática, chamando a atenção delas para si.
— Existem bruxas por essa região, e não é apenas um Coven... Não quero problemas com os Snazan. — foi nítido que ao falar aquele nome as demais garotas ali ficaram um tanto apreensivas e se encarando.
— Albert sempre teve um dom para drama... — a voz de Jonathan surgia entre a escuridão enquanto caminhava com o rosto oculto por um capuz.
— Onde estava? — perguntou Melissa ao encarar seu irmão caçula.
— Fui ver aquela garota de hoje cedo, não se preocupem ela não me viu e já aproveitei para conhecer mais o local. — retrucou enquanto olhava para Albert esperando por alguma reprovação.
— E então? — Meredith invadia a conversa antes mesmo de Albert falar algo. Esse apenas se resguardou, mas o olhar lançado à Jhonatan era algo parecido com "depois conversamos sobre isso".
— É um clã de bruxas, todas praticantes. A líder delas é casada com o Líder dos Snazan, então acredito que ela seja a herdeira dos dois clãs. Mas ainda sim não explica o fato de me sentir atraído por ela. — A última parte da conversa ele resmungava em protesto até que Mel se aproximou dele sorrindo de forma angelical.
— Jhon, vai por mim. Você se sente atraído por qualquer pessoa que tenha no meio das pernas algo diferente do que você tem. — antes que ela pudesse retrucar tal acusação, Mel pegava Meredith pelas mãos e corria pela floresta em direção ao povoado humano. Deixando para trás Albert com um semblante preocupado em como iria limpar a bagunça da sua irmã mais nova.
No quesito Família, eles os vampiros mais antigos e talvez os primeiros vampiros do mundo eram unidos, quer dizer podiam ter seus defeitos, suas brigas, mas no fim quando um precisava a família toda estava lá para ajudar. Meredith era a irmã mais velha, seguida de Albert, depois Jonathan, Ralf e a mais nova Melissa, sendo Ralf irmão por parte de mãe, e tendo como pai um lobisomem, o que fazia dele um híbrido. Os demais foram transformados em vampiros, porém ao ver o que sua criação estava fazendo com o equilíbrio da magia, a mãe deles assim como seu pai, também um vampiro, passou a caçá-los. Uma morte rápida traria o equilíbrio de volta, assim diziam os ancestrais.
A lua estava bonita, isso era um fato. Após esconder o corpo frio da vítima de sua irmãzinha Albert se voltou a seu irmão Jonathan, o semblante preocupado como se estivesse procurando palavras para conversar.
— Sabe que não pode se envolver com ela, não sabe? — começou Albert.
— Não consigo explicar pra você o que senti hoje, foi algo surreal e aquilo me assustou. Você e Ralf já se apaixonaram? Não, então não sabem como é Jonathan encostava-se na árvore como se pudesse enxergar a jovem Arianna a sua frente.
— Não, você não está apaixonado. Apenas está usando essa desculpa para ir atrás da moça e infernizar sua vida. — Albert riu com desdém.
Foi nesse momento que Jonathan sacudiu os ombros e encarou o irmão com certo sarcasmo.
— Fiz bem o jovem recém chegado que se apaixona à primeira vista pela linda garota do clã.... Fala sério, sou ótimo nisso... — Nesse momento Albert estava segurando o irmão pelo pescoço, a força empregada naquele golpe fez com que Jhonatan nem pudesse terminar sua frase. Seus olhos se tornaram negros enquanto encarava Albert, as veias negras saltavam sobre sua pele em um tom ameaçador porém Albert não se abalou.
— Estou falando sério. Deixe a jovem em paz. — Quando ele soltou os pescoço de Jonathan apenas lhe deu as costas e saiu caminhando escuridão adentro.
Ainda encostado na árvore ficava um jovem rebelde, que iria fazer totalmente o contrário do que fora pedido, e não iria parar até destruir a vida de alguém.
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Atualizado até capítulo 61
Comments
ATPLine 🗝🧚🏼♀️
é mas desta vez ele tem razão 🤭🤭🤭
2023-08-21
2
ATPLine 🗝🧚🏼♀️
eitaaaaaaa...
🍿🍿🍿🍿🍿🍿🍿
2023-08-21
1
ATPLine 🗝🧚🏼♀️
uma família exemplar.... sqn
2023-08-21
1