15.

Após plantar aquele galho ali na clareira, Arianna se sentia diferente. Olhando fixamente para Ralf ela estendeu sua mão com um sorriso nos lábios.

– Vamos para casa. – A ruiva falou após segurar as mãos dele.

Arianna se sentia morta por dentro igual aquele galho, e após a conversa com sua mãe algo havia desabrochado dentro dela, se Ralf e seus irmãos tinham aprendido a controlar a sede isso quer dizer que ela também iria conseguir.

- Vocês voltaram! Finalmente! - A voz de Meredith ecoou por toda a varanda quando viu os dois saindo da floresta de mãos dadas e rindo de alguma coisa. Arianna correu em sua direção abraçando-a. Ralf ria baixinho enquanto Albert surgia na porta principal, olhando para o irmão de maneira calma.

- Onde está Mel?!- Arianna perguntou olhando ao redor. Mas logo ela correu em direção a Albert o abraçando e beijando sua bochecha.

- Mel, está passando um tempo com os Lemony, ajudando com o que pode depois que Eve faleceu e... bem tanta coisa mudou desde que você... Mudou. - Meredith respondia ao pegar os braços de Ralf e guiá-lo para dentro.

Realmente muita coisa tinha acontecido e mudado, e eles precisavam deixar os dois a par de tudo.

(...)

O mais difícil ali para Arianna foi agir como uma pessoa normal, principalmente quando ela conseguia ouvir conversas que estavam longe de si, e quando sentia o cheiro de sangue. Ela até então não tinha reparado que ser vampiro era mais difícil do que ser bruxa sifão.

– Estava pensando em fazer um jardim no fundo de casa, o que acha? – Arianna falou ao parar em frente a um carrinho repleto de flores, rosas vermelhas e tulipas azuis, roxas, e brancas. Albert estava ao seu lado apenas observando, Ralf tinha lhe dado essa tarefa na última noite afinal o mais velho parecia ser mais centrado.

– Fiquei sabendo que Freya Zartovick expulsou a filha… Ao que parece essa garota já está perdida. – Arianna ouvia duas senhoras cochichar na parte de trás do carrinho de flores, a ruiva sentiu a raiva bater em sua mente e quando fez questão de caminhar em direção às velhas, talvez para matá-las, Albert a impediu. Realmente o híbrido para essa situação não seria o melhor, uma vez que ele deixaria ambas morrerem nas mãos de Arianna.

– Cadelas! – Arianna grunhiu ao pegar um buquê de tulipas roxas. Porém a raiva que ela sentia era tanta, que ao sair caminhando para longe do carrinho todas as plantas murcharam até virar pó. E ambas as senhoras começaram a engasgar, puxavam o ar, porém não bastava.

– Arianna?! É você que está fazendo isso? – Albert perguntou assustando assim a ruiva que olhou a sua volta vendo as flores mortas, exceto as que segurava e ambas mulheres caídas no chão sendo socorridas pelos que passavam. Ela apenas deu de ombros e voltou seu caminho para o lugar onde agora ela chamava de casa.

Ralf estava no pé da escada esperando pela chegada de Arianna, a ansiedade transbordava por cada parte de seu corpo e quando seus olhos pousaram na figura ruiva que vinha segurando flores nas mãos ao lado de Albert, ele sorriu.

A casa estava decorada com flores de vários tipos espalhadas pela varanda e corrimão, em frente a porta principal estava Freya junto com Meredith, ambas olhavam com alegria para Arianna que caminhava ainda sem se dar conta de como tudo estava ricamente decorado apenas para recebê-la. Melissa sai de dentro da casa com Caspian ao seu lado, eles queriam fazer algo onde apenas a família da ruiva estivesse presente e assim ela poderia ver que não estava sozinha.

Risadas e cantigas preencheram a casa pelas próximas horas e quando o dia estava chegando ao fim, nesse momento Ralf caminhava segurando as mãos dela até o lado de fora da casa, quando finalmente ele atingiu o ar livre, Freya usando magia convocou alguns vagalumes que voavam ao redor de Arianna, causando admiração na mesma.

– Eu sei que faz pouco tempo, mas acredite em mim quando lhe digo que te amo. Desde a primeira vez que te conheci, meu coração bateu mais forte e saber que você sente o mesmo só me faz querer passar o resto da minha vida imortal ao seu lado. – Ralf falou ao beijar a testa da ruiva.

Uma surpresa havia sido preparada, pois um pedido deveria ser feito. Quando Arianna ia falar foi surpreendida por Ralf se ajoelhando a sua frente e puxando um pingente de prata em forma do infinito.

– Arianna Zartovick, aceita se casar comigo? –

O silêncio se fez presente por toda casa enquanto eles esperavam pela resposta da garota. O sorriso mais puro e genuíno se formou nos lábios rosados iluminados pelos vagalumes.

– Sim, eu aceito. –

E como se o sol iluminasse tudo a sua volta Ralf se colocou de pé pegando a ruiva em seus braços e a girando no ar. Ele a beijou com carinho, desejo e cuidado, e quando por fim se separou dos lábios dela, colocou o pingente que agora era o símbolo de seu amor.

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